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Crítica

Pousando no Amor | Série da Netflix ajuda a entender o dorama e a cultura coreana

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Pousando no Amor

Pousando no Amor (Crash Land In Love). Esta produção original da Netflix é uma boa opção para quem tem interesse em começar a acompanhar a cultura coreana. Você encontra como uma série comum dentro do Netflix com uma temporada de 16 episódios. Entretanto, trata-se de um estilo único de narrativa e fotografia denominado Dorama. O grande diferencial é a importância que a cultura oriental dá à sutileza das expressões humanas, por isso é necessário ficar atento para não perder estes sinais que
geralmente são insignificantes nas produções americanas, europeias e latinas.

Doramas

Os efeitos especiais de gosto duvidoso, erros de sequência não propositais e exageros nas aproximações entre os protagonistas dão um tom de humor à produção. Apesar da grande diferença nas relações humanas, a trama é tão envolvente que é digna de maratona. O áudio exclusivo em coreano e nomes que são de difíceis memorização não são uma barreira, pois a história é leve e de fácil entendimento – digno de Sessão da Tarde. Uma ótima opção para amantes de comédias românticas ou para assistir com toda a família.

Em Pousando no Amor acompanhamos a trajetória da Se-ri, uma mulher independente, moderna e bem sucedida, de uma família importante da Coreia do Sul, que sofre um acidente de parapente durante uma seção de fotos e, literalmente, cai numa zona militar da Coreia do Norte. Durante a tentativa de retorno para a Coreia do Sul ela se envolve num romance com o capitão Ri, militar de alta patente. Outros personagens que tornam a trama ainda mais interessante são a Seo, uma norte-coreana rica prometida em casamento ao capitão Ri; o Seng Jung, um golpista sul-coreano que está na Coréia do Norte para se refugiar da Interpol e os soldados subordinados ao capitão Ri que formam o núcleo de humor (desta vez proposital) e se tornam amigos de Se-ri.

Capitalismo vs Comunismo

No desenrolar da história é possível observar a diferença gritante de relações humanas entre Ásia e ocidente ilustrada pelo tradicionalismo patriarcal e pelas polêmicas abordadas. Porém, também há grande identificação de moda, consumo e tecnologia do nosso dia-a-dia com a Coreia do Sul. Ao mesmo tempo, se observa como a diferença entre as Coreias é ainda maior quando a trama descreve a abordagem da rivalidade entre os países. Vemos as questões políticas, a grande diferença cultural entre a Coreia capitalista e a Coreia comunista, a esperança de reunificação da Coréia, dramas familiares, corrupção, traição e também de luta pelo poder. É extremamente impactante ver cenas de extrema opressão, como por exemplo inspeções domiciliares e exaltação aos líderes da Coreia comunista, entre muitas outras diferenças que vocês poderão acompanhar neste Dorama.

Ah, uma dica: no final de cada episódio há um resumo, mas não pule para o próximo episódio! Depois deste resumo ainda são incluídas cenas complementares que são importantes para a história. É um pouco confuso, mas no segundo episódio já dá para acostumar-se com esta proposta.

A saber, a crítica elogiou muito esta produção por criar detalhes da Coreia do Norte com base em relatos de desertores com muita veracidade. Contudo, é claro que não é possível confirmar estes dados porque é o país mais fechado do mundo. No entanto, traz a luz uma imagem de um país que vive em ditadura militar comunista. Além disso, a produção e o elenco de Pousando no Amor são bem reconhecidos no mundo do Dorama.

Enfim, veja o trailer (legendado em inglês):

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9 Comentários

9 Comments

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    • Bruna

      19 de fevereiro de 2021 at 20:50

      A Coreia do Norte é socialista, não comunista. 🙂

  2. Pingback: Sneakerheads | A cultura dos tênis e o caminho da informalidade

  3. CARLA MIRANDA

    24 de outubro de 2020 at 09:24

    ACHEI EXCELENTE, TODOS OS ATORES QUE TRABALHARAM FORAM PROTAGONISTAS, AMEI OFINAL, A HISTORIA, OS SOLDADOS EM NO SUL, ESTÃO TODOS DE PARABENS

    • Erika Matsusaki

      29 de outubro de 2020 at 15:41

      Este é um dos Doramas que eu mais gostei, também me apeguei aos personagens e à produção. Há outros que também são ótimos, acompanhe as próximas publicações com mais dicas 😉

  4. Célia

    2 de fevereiro de 2021 at 21:50

    Excelente seriado! Todos os atores estão de parabéns, aliás toda a equipe. Muito bom!

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Cinema

Critica | A Primeira Comunhão

Filme do diretor espanhol Victor Garcia tem distribuição da Paris Filmes e está nos cinemas

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critica a primeira comunhão

O terror que entrega mais atuação do que enredo

A Primeira Comunhão, filme do diretor espanhol Victor Garcia, conhecido pelo premiado filme De Volta a Casa Da Colina (2007), traz a história de Sara, uma adolescente simples e com dificuldades para fazer amizades na nova cidade. Após mudar com sua familia para o interior da Espanha, Sara conhece Rebeca, uma adolescente rebelde e mal falada na cidade que em determinada noite leva Sara para uma balada um pouco distante de sua casa.

Porém, na volta, as duas se arriscam ao pedir carona para o traficante da cidade. No trajeto Sara avista uma menina vestida de branco com uma boneca de primeira comunhão na mão. Após Chivo parar o carro assustado, Sara desce a procura da menina, Rebe a repreende e pede para que volte para o carro e em seguida a personagem principal encontra a fatídica boneca. Rebeca e Chivo, que já conheciam sobre uma antiga lenda da cidade acerca da garota e da boneca, a chamam de volta para o carro, mas Sara leva a boneca consigo. Dessa forma, a partir daquele momento, todo o grupo é amaldiçoado pela boneca e por Marisol (a dona da boneca).

Pontos positivos

Um dos maiores pontos positivos do filme é a capacidade do elenco de entregar ótimas atuações, dando ênfase a Aina Quiñones, que interpreta Rebeca. Em seu show particular, Aina entrega tudo que se espera de um filme como esse: medo e aflição. Uma das cenas que envolve o pai de Rebeca é digna de prêmios, um pai que só maltrata a filha e a trata do modo visto no filme, ao ver a filha em possessão se desespera ao ponto de arrombar uma porta e trazer emoção pura a cena.

Já o ponto alto se mostra já pelo final, em uma cena em um poço. A atuação de Carla Campra é simples, mas no momento dessa sequência se faz importante e mostra como a simplicidade pode agregar muito a uma obra. Vale ressaltar sobre a atuação de Carla no momento do acidente de Chivo, onde a mesma entrega emoção e desespero, um momento que com certeza é marcante ao mostrá-la como indefesa diante de toda situação.

Aliás, veja o trailer de A Primeira Comunhão, e siga lendo:

Afinal, A Primeira Comunhão traz um terror genérico, mas com boas atuações e cenas de suspense. Sente-se a falta da trilha que leva o publico a estar mais concentrado no filme e até mesmo a se sentir mais imerso naquela realidade. A obra aborda temas que a indústria espanhola vem utilizando cada dia mais como a amizade e o romance adolescente. Um ponto que pode incomodar aos românticos de plantão é o fato de Sara e Pedro não se aprofundarem em sua relação e nem mesmo terem tantas cenas românticas do único casal abordado no filme.

No geral o filme é bastante conveniente para aqueles que curtem um terror básico, mas que ainda sim entregue o suspense digno de filmes do segmento. Algumas cenas como o terror familiar de Rebeca podem vir a gerar gatilhos a quem passa ou já passou por situações parecidas. mas sem dúvidas é um tema importante a ser abordado.

A Primeira Comunhão (The Communion Girl), com distribuição da A Paris Filmes, está nos cinemas brasileiros.

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