Por mais de uma década, o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) foi sinônimo de sucesso. Desde o lançamento de Homem de Ferro em 2008 até o épico Vingadores: Ultimato em 2019, a franquia construiu uma base sólida de fãs e arrecadou bilhões ao redor do mundo. No entanto, a fase pós-Ultimato se transformou em um verdadeiro desafio. E, segundo reportagem do Wall Street Journal e análises de bastidores, a principal responsável pela crise atende pelo nome de Disney.
O início do declínio: da saga ao excesso
Depois de Ultimato, que encerrou com maestria as trajetórias de Tony Stark (Robert Downey Jr.) e Steve Rogers (Chris Evans), o público esperava por uma nova era grandiosa. No entanto, ao invés de manter o ritmo com menos produções e foco na qualidade, a Disney impôs uma mudança radical: mais conteúdo, mais rápido e para a sua recém-lançada plataforma, o Disney+.

Com a missão de impulsionar o streaming e enfrentar rivais como a Netflix, a Disney ordenou que a Marvel criasse um universo televisivo interligado às telonas. Kevin Feige, o cérebro por trás do sucesso da Marvel Studios, viu-se sobrecarregado. A nova demanda transformou o que antes era uma estratégia coesa em uma enxurrada de lançamentos — muitos sem a devida supervisão.
Séries em excesso e filmes irregulares
Entre 2021 e 2025, a Marvel lançou dezenas de séries. Algumas, como WandaVision e Loki, foram bem recebidas. Outras, como Invasão Secreta, Eco e She-Hulk, dividiram o público e receberam críticas pesadas. A oscilação de qualidade afastou espectadores e criou o termo “fadiga do MCU”.

Nos cinemas, o desempenho também foi desigual. Eternos decepcionou. Shang-Chi teve recepção morna. Apenas Homem-Aranha: Sem Volta para Casa e Deadpool & Wolverine conseguiram recuperar parte do entusiasmo — e, ainda assim, com forte apelo nostálgico de personagens do passado.
Mandato Disney: “quantidade acima da qualidade”
A reportagem do WSJ revelou que o próprio Kevin Feige tinha dificuldades em revisar os projetos a tempo. Equipes de produção precisavam implementar mudanças de última hora sem respaldo criativo. Os filmes começaram a parecer colagens apressadas — com As Marvels e Capitão América: Admirável Mundo Novo como exemplos evidentes desse problema.
Além disso, diversas cenas pós-créditos passaram a “anunciar” personagens ou tramas que jamais foram desenvolvidas. Harry Styles como irmão de Thanos é um exemplo de promessa vazia. A coesão do universo foi comprometida.

Jonathan Majors, Kang e a implosão da Saga do Multiverso
Outro ponto crucial foi a escolha de Jonathan Majors como Kang, o novo grande vilão. Introduzido em Loki e com papel central em Quantumania, o personagem deveria ser o fio condutor da nova saga. Contudo, o fracasso de bilheteria e as polêmicas legais envolvendo o ator obrigaram a Marvel a repensar sua estratégia.
Fontes indicam que Robert Downey Jr. será o novo Doutor Destino, assumindo papel-chave nos vindouros Vingadores: Juízo Final e Guerras Secretas. O retorno dos irmãos Russo à direção pode sinalizar uma tentativa de “salvar” o MCU.

Um futuro com menos conteúdo e possível reboot
Diante da crise, Bob Iger, CEO da Disney, reconheceu publicamente o erro: “a quantidade diluiu a qualidade, e a Marvel sofreu com isso”. A ordem agora é reduzir produções, focar nos filmes e recuperar a confiança do público.
Rumores indicam que Guerras Secretas deve culminar em um soft reboot do MCU, reorganizando as linhas do tempo e priorizando a introdução dos X-Men. Essa “nova fase” pode ser o que falta para reconquistar os fãs antigos — e conquistar novos.
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O que esperar do futuro da Marvel? A resposta está nos próximos anos. Caso o estúdio recupere o controle criativo e volte a priorizar histórias bem construídas, ainda há esperança de ver o MCU brilhar novamente — sem a sombra do excesso e da pressa.