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Vitória
CinemaCrítica

Crítica: ‘Vitória’ traz Fernanda Montenegro grandiosa

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 11 de março de 2025
7 Min Leitura
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Dirigido por Andrucha Waddignton, Vitória se baseia em uma história real para contar a história de uma verdadeira heroína

Nos anos 60, o cinema novo brasileiro alcançou destaque por meio de produções que focavam majoritariamente em 3 grandes ambientes: sertão, mar e favela. Cineastas como Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e o recém falecido Cacá Diegues, auxiliaram na construção desta visão tão política de nosso país e produziram filmes que se tornaram marcos do cinema nacional.

65 anos depois, com muitas mudanças dentro da sociedade brasileira e obviamente do nosso cinema nacional como um todo, a cinematografia brasileira se readaptou e cresceu, construindo núcleos temáticos bem mais diversos do que a trindade cinema novista, porém, na medida que estas temáticas foram sabiamente ampliadas, estes triângulo de narrativas continua sendo discutido, seja em maneiras mais lúdicas como o sertão de O Auto da Compadecida (2000, Guel Arraes), ou de maneiras mais realistas como a favela de Vitória.

Baseado na história real de Joana da Paz, Vitória conta a história de uma aposentada de 80 anos que por meio de filmagens de uma ladeira na região de Copacabana, desmantelou o tráfico ao provar um acordo entre traficantes e policiais. Alterando algumas informações da história verdadeira, com o objetivo de proteger a identidade da verdadeira Joana da Paz, Vitória é uma agonizante produção que nos entretém na mesma medida, tudo por meio do brilho cativante de sua atriz principal.

Veja o trailer de Vitória abaixo e continue lendo a crítica:

É surpreendente acompanhar a força de Fernanda Montenegro, uma das maiores atrizes do nosso cinema, protagonizando um filme aos 95 anos de idade. Com muita determinação, coragem e um humor forte e natural que somente ela consegue transmitir, consegue se tornar a alma de Vitória. Consigo falar com convicção que se fizessem exatamente este mesmo filme com uma outra atriz, ele não seria tão marcante ou impactante.

Além da vibrante atuação de Montenegro, um dos maiores destaques de Vitória se encontra na mixagem de som, tão essencial na construção da agonia de uma idosa que mora na “boca do gol” de uma favela em Copacabana, o som extra-campo é utilizado até não se conseguir mais. Enquanto Josefina sofre na banheira, não aguentando mais ouvir tiros e gritos desesperados, o espectador deseja da mesma maneira fugir daquele barulho ensurdecedor.

Desde a primeira cena no supermercado, Josefina é apresentada como uma mulher determinada e carinhosa, porém, desrespeitada e mal compreendida por muitos. Isto se repete diversas vezes ao longo da produção, seja na delegacia de polícia ou na própria reunião de condomínio, em que ela é vista como errada.

Personagens secundários como Flávio Godoy, Alan Rocha, e Bibiana, Linn da Quebrada, auxiliam na jornada de Josefina, apesar de receberem poucos destaques em suas próprias jornadas, porém, não tem como negar a força do abraço final entre Bibiana e Josefina, tudo por conta da atuação extremamente humana de ambas as atrizes.

Vitória

Fernanda Montenegro e Linn da Quebrada em cena de Vitória– Divulgação Primeiro Plano

Em nenhum momento, Josefina recua. Os policias não a escutam? Ela decide comprar uma câmera. A câmera está cara? Ela economiza. Os policiais não olham as fitas que gravou? Ela procura outra investigadora. Sempre conduzida por uma bússola empática e moral, podemos considerar Vitória um filme de personagem, do mesmo modo que Cidadão Kane (1941, Orson Welles) e obviamente Central do Brasil (Walter Salles, 1995), o motor da produção é sua protagonista, conduzindo a história e alterando a vida das pessoas que convive.

Ao longo do filme, percebemos o quanto a vida de Josefina foi sofrida, tendo sido rejeitada muito jovem, abusada pelo patrão e perdido o filho do estupro ainda quando criança. Sua relação com Marquinhos, Flávio e Bibiana representam a busca de uma senhora que almeja uma companhia. Sempre com muito carinho, Josefina tenta ser um farol de luz para estas pessoas, mesmo quando falha, por conta de sua própria natureza humana, como no caso de Marquinhos. 

O coração da produção se encontra justamente nesta relação entre uma idosa solitária e o garotinho de periferia que ela enxerga como um filho, mas que acaba entrando para o tráfico e as drogas. Marcinho é a alegoria clara do perigo que Josefina tenta impedir, também é a chave que a faz finalmente aceitar entrar no programa de proteção às testemunhas, aonde a verdadeira Joana da Paz ficou até a sua morte em 2023.

Ao final, Vitória é uma bom filme que Fernanda Montenegro leva a outro patamar, com uma quesito técnica exemplar, principalmente em sua construção sonora, imagética e até mesmo semiótica se considerarmos o icônico pôster, em que a câmera de Vitória é realmente uma arma. O cinema nacional necessita de mais filmes humanos como Vitória.

Vitória

Pôster Oficial de Vitória- Divulgação Primeiro Plano

Vitória estreia nos cinemas de todo o país no dia 13 de Março de 2025.

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Tags:cinema brasileirocinema nacionalcritica vitóriacritica vitoria fernanda Montenegrofernanda montenegro
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