A dupla Antonio Carlos e Jocafi está de volta para apresentar às novas gerações o “Afro Funk Brasil”. É uma seleção de canções gravadas pelos autores de hits eternos como “Você Abusou” e “Desacato”, revisitadas mais de 40 anos depois, em novas gravações ao lado da Orquestra Violões do Forte de Copacabana.
O EP de seis faixas sai no dia 23 de setembro e resgata um repertório de músicas da dupla que poucos conhecem. Além disso, trazem a riqueza rítmica e a vibração do afrofunk e o afrobeat, sons nativos do continente africano, associados à influência do candomblé e dos ritmos afro-baianos dos anos 70.
Dessa forma, nascem as novas versões das faixas: “Simbarerê” (lançada em 2021 e já disponível nas plataformas), “Kabaluerê”, “Chamego de Iná”, “Glorioso Santo Antônio” “Quem Vem Lá”, e a inédita “Ogun Ni Lê”. Aliás, essa última, conta com a participação luxuosa do parceiro musical da dupla, Russo Passapusso, responsável também por batizar o projeto de “Afro Funk Brasil”. O EP sai via Altafonte, com arranjos e produção musical de Luiz Potter. A capa e o projeto gráfico são de Filipe Cartaxo.
Aliás, ouça aqui: https://links.altafonte.com/afrofunkbrasil
Em vinil
Em seguida, no dia 25 de setembro de 2022, o EP ganhará uma tiragem especial de 400 unidades exclusivas em vinil, prensadas pela Rocinante Gravadora, que serão lançadas e vendidas na Feira de Discos Vinil RJ. A dupla estará presente das 16h às 17h, para uma sessão de autógrafos. Eles também ganharão homanagens no evento, às 18h, pelos seus 55 anos de carreira.
O primeiro single é a faixa “Glorioso Santo Antônio”, gravada pela primeira vez no terceiro disco da dupla, “Antonio Carlos & Jocafi”, de 1973. Após tornar-se um grande sucesso nos Estados Unidos, sendo regravada por artistas como Los Sobrinos de Juez e Carlos Oliva, ela ganha novos e modernos arranjos pelas mãos de Luiz Potter.
“Todos os baianos têm uma relação muito forte com Santo Antônio. O meu nome, por exemplo, veio dele. Fizemos essa música para homenagear essa conexão. Ela traz um famoso cântico de novena, que acompanhamos na Bahia desde muito pequenos, e ficamos muito felizes com a nova gravação”, diz Antonio Carlos.
Nasce o afrofunk
Em alguns cantos do mundo, em meados dos anos 60, o funk começa a nascer com inspirações no jazz, no R&B e no gospel. Já no Brasil, onde tudo se reinventa com muita criatividade, o funk ganha nossas tintas culturais e rimas fortes na efervescente década de 1970, mesma época em que os baianos Antonio Carlos e Jocafi viviam o auge da sua criatividade musical.
Apesar de ser conhecida por sucessos de samba e de outros ritmos da MPB, a dupla sempre foi diretamente influenciada pelos batuques africanos e pelos cantos populares afro-brasileiros, assim, “Afro Funk Brasil” é um resgate a essas canções lançadas ainda nos anos 1970, que podem ser classificadas como “lado B” e que sempre estiveram no repertório dos artistas, mas que somente agora ganharão seu merecido destaque.
“Afro Funk Brasil” surgiu na pandemia, do olhar da fã e também companheira de Antonio Carlos, Márcia Melchior, que sempre foi fascinada pelas canções com influências africanas da dupla. Márcia é diretora do Instituto Rudá, responsável pela gestão da Orquestra Violões do Forte, e fez a ponte para trazer o grupo formado por 25 jovens de baixa renda de diferentes bairros do Rio de Janeiro, tornando o projeto ainda mais grandioso, sob a produção musical de Luiz Potter.
Russo Passapusso
Há alguns anos, Antonio Carlos e Jocafi foram surpreendidos em uma gravação para uma TV na Bahia com a visita de Russo Passapusso, líder do BaianaSystem, que já confessou ter na dupla uma de suas maiores influências musicais. Ali nasceria uma parceria musical que já rendeu discos, singles e a descoberta de uma afinidade que não somente os uniu, mas também aproximou parceiros do Baiana como Curumin, Lucas Martins e Zé Nigro.
Afinal, em “Afro Funk Brasil”, Russo Passapusso faz uma participação na faixa inédita “Ogun Ni Lê”, uma composição de Antonio Carlos e Jocafi.
“Quem Vem Lá’ tem uma toada muito forte da capoeira, da ancestralidade universal e da sabedoria popular. Tem esse anúncio, a resposta de coro popular, os patuás rítmicos de Jocafi. E ‘Kabaluerê’ é uma canção universal, que toca o coração de todo mundo”, declarou Russo no documentário Afro Funk Brasil, lançado no ano passado.