Para além do entretenimento e lazer, a teledramaturgia brasileira contribui para destacar fatos históricos, promover e estimular o debate de temas relevantes da sociedade. Além disso, reflete na tela toda pluralidade do Brasil por meio de grandes histórias. Reforçando o compromisso com a memória da cultura, da dramaturgia brasileira e a valorização do audiovisual nacional, o Globoplay estreia nesta segunda-feira, dia 22, o projeto Fragmentos. O projeto recupera e disponibiliza novelas das décadas de 1970 e 1980 que possuem de dois até 20 capítulos preservados no acervo.
As primeiras obras do catálogo são O Rebu (1974), Estúpido Cupido (1976), Coração Alado (1980) e Chega Mais (1980). Todas elas são tramas que marcaram época na TV brasileira. Os capítulos já estão disponíveis no Globoplay.
O Rebu
O Rebu, novela de Bráulio Pedroso, estreou em 4 de novembro de 1974 e seu último capítulo foi no dia 11 de abril de 1975. Nela, o milionário Conrad Mahler (Ziembinski) organiza uma festa para recepcionar a princesa italiana Olympia Boncomagni (Marília Branco). Contudo, a noite termina com um crime: um corpo é encontrado na piscina da mansão. Além de desconhecer a identidade do assassino e a razão do crime, o público também não sabia quem era a pessoa na piscina.
Entre os 24 convidados – todos suspeitos, assim como o próprio anfitrião –, está Boneco (Lima Duarte), ladrão paulista que encontra o convite da festa durante um assalto e se faz passar por um industrial italiano para roubar o banqueiro. O milionário Braga (José Lewgoy) e sua esposa, Lídia (Arlete Salles), também estavam presentes. Laio (Carlos Vereza), industrial autista casado com Maria Helena (Maria Cláudia), era mais um dos convidados.
A novela teve remake em 2014, com Patrícia Pillar e Toni Ramos à frente do elenco. Também é possível encontrar a versão mais recente no Globoplay.
Estúpido Cupido
A novela de 1976 é de Mário Prata. Ela é ambientada na fictícia Albuquerque, no interior de São Paulo, no início da década de 60. Essa foi uma época marcada por mudanças de comportamento em boa parte do mundo. Lá, os jovens curtem os acordes do rock e do twist nas pistas de dança, seguem o modismo dos jeans e dos blusões de couro e se exibem em lambretas e motocicletas pelas ruas da cidade.
Nesse contexto, a normalista Maria Tereza (Françoise Forton) sonha em morar na capital e ser miss Brasil. Porém, ela entra em conflito com o namorado, João (Ricardo Blat), um jovem idealista que pretende seguir carreira jornalística, e morre de ciúmes da amada.
A novela foi ao ar entre 25 de agosto de 1976 e 28 de fevereiro de 1977.
Coração Alado
Coração Alado traz a história do artista plástico pernambucano Juca Pitanga (Tarcísio Meira). Ele que deixa sua terra natal e vai para o Rio de Janeiro em busca de maior visibilidade na carreira. No Rio, ele se envolve com Catucha (Débora Duarte), filha do respeitável marchand Alberto Karany (Walmor Chagas), e Vivian (Vera Fischer), uma mulher simples e sofrida. Apesar do amor que sente por Vivian, Juca se casa com Catucha, pensando em sua projeção profissional.
O casamento termina quando ele decide acompanhar o irmão Gabriel (Carlos Vereza) em seu exílio político no México. Gabriel é perseguido pela ditadura militar. Juca e Catucha se reencontram anos depois, após a decretação da Lei da Anistia no Brasil.
Criada por Janete Clair, a novela ficou no ar entre 11 de agosto de 1980 e 14 de março de 1981.
Chega Mais
A famosíssima novela Chega Mais, que tinha como música de abertura a canção homônima de Rita, estreou em 3 de março de 1980. Vigésima quinta novela das sete que a Globo exibiu, seu capítulo final foi exibido no dia 5 de setembro do mesmo ano.
A novela de Carlos Eduardo Novaes narra a história do casal Gelly (Sônia Braga) e Tom (Tony Ramos). Os dois vivem brigando, mas um não consegue viver sem o outro. Tom é sequestrado no dia de seu casamento, deixando a noiva Gelly esperando no altar. No entanto, o sequestro foi todo orquestrado pelo próprio noivo, interessado em receber o dinheiro do resgate, exigido à família da noiva. O que ele não sabia é que os pais da moça estavam falidos e viviam de aparências.
Segundo Flavio Furtado, gerente de Programação do Globoplay, Fragmentos “é o resultado de um longo e complexo trabalho de pesquisa e recuperação de mídias com parte de novelas dos anos 1970 e 1980”. Um grande presente para o público brasileiro que é apaixonado por novela.
Por fim, leia mais:
Angélica estreia novo programa que traz conversas potentes
Crítica: ‘Rio Connection’ é uma viagem ao mundo do crime nos anos 1970