Neste 19 de abril (sexta-feira), comemora-se o Dia dos Povos Indígenas. É um dia para celebrar a resistência e a diversidade cultural dos povos originários brasileiros. É importante, portanto, ter conhecimento dos diversos modos de vida e de pensar de indígenas no Brasil. Para isso, alguns lançamentos da Embaúba Filmes podem ajudar. A distribuidora irá lançar, ao longo do ano de 2024, três longas que permitem conhecer e refletir sobre a temática.
Com perspectivas diferentes, cada um destes filmes tenta construir imagens que fogem ao senso comum dos documentários clássicos sobre os povos indígenas. Contrariando o olhar tradicional de documentários que contribuíram para a exotificação e o reforço de estereótipos, os longas trazem os modos de viver e pensar de povos originários com respeito e proximidade, fortalecendo, assim, suas singularidades. Conheça mais sobre os filmes abaixo.
O estranho (108min.)
Com estreia prevista em 20 de junho, o filme de Flora Dias e Juruna Mallon traz o Aeroporto de Guarulhos como protagonista de sua trama. Construído em um território indígena, a história do local se entrelaça com a de seus trabalhadores e das pessoas que vivem e circulam por Guarulhos, evocando a ancestralidade do território e dos sujeitos que ocupam seus espaços na atualidade.
O espectador segue, portanto, personagens cujas vidas se cruzam no dia a dia do trabalho neste chão. Alê, uma funcionária de pista cuja história familiar foi sobreposta pela construção do aeroporto, conduz por encontros através dos tempos. As memórias e o futuro dela e de seus companheiros estão permeados por uma questão comum: rastros de um passado em um território em constante transformação.
A flor do Buriti (125min.)
Com previsão de estreia para 04 de julho, o longa de João Salaviza e Renée Nader Messora é uma ficção de uma história “real” da comunidade Krahô, situada no Tocantins. Com indígenas como atores, já é o segundo filme da dupla de diretores feito dessa maneira. A obra apresenta uma história de resistência do povo Krahô. Além disso, teve a sua première no prestigiado Festival de Cannes de 2023 e foi premiado com o Prix d’ensemble (Melhor Equipe) da sessão Un Certain Regard (Um Certo Olhar) no Festival.
A sinopse oficial é a seguinte: Em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um brutal massacre, perpetrado pelos fazendeiros da região. Em 1969, os filhos dos sobreviventes são coagidos a integrar uma unidade militar, durante a Ditadura brasileira. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô continuam a caminhar sobre a sua terra sangrada, reinventando a cada dia infinitas formas de resistência.
A invenção do outro (144min.)
Único filme sem data de lançamento exata. Contudo, sua estreia será no segundo semestre de 2024. O longa de Bruno Jorge se destaca pela sua meticulosa abordagem na captura de uma expedição da Funai para tentar contato com indígenas da etnia Korubo no Vale do Javari. Mostra, assim, o contato de indígenas com não-indígenas, pensando nas formas de representação que o cinema pode oferecer de “um outro”. Teve sua estreia no Festival de Brasília em 2022, ganhando 5 prêmios, dentre eles o de Melhor Filme pelo júri oficial.
Dia dos Povos Indígenas
Criado originalmente em 1943, durante o Estado Novo, então como “Dia do Índio”, a data passou a se chamar “Dia dos Povos Indígenas” com a promulgação da Lei 14.402, de 2022. Em 2024, é a segunda vez que as celebrações de 19 de abril ocorrem com este novo nome, após mudança que buscou reafirmar a luta dos povos originários pela sobrevivência desde a colonização até os genocídios atuais.
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