inúmeras vezes o sorriso é o sopro da asfixia
viver, não dentro do próprio corpo,
mas sim dentro daquilo que transborda qualquer vestígio
do dia, do que se perde, algum lugar imaterial
que é constante breu, que é ausente de nós
as horas e seus pequenos goles de consciência.
um dia acordei e senti que viver dói tanto
quanto um vento no teu passo
dilacerado. e então
achei adequado colocar um sorriso à face
e seguir por meu turno, vou procurar fingir meus monstros
torná-los, quem sabe?, tratáveis e refinados, sendo eles parte de um eu
que não sou
sendo quem eu poderia ser, estão em mim
não os vislumbro, não sendo eles – me refaço.
não tenho outra forma, só verbo para mensurá-los.
Paula Albuquerque escreve entre passos e janelas, busca na educação, na arte, na cultura, nas ciências e no pensamento crítico, caminhos de transformação das diferentes realidades do país, assim como busca desenvolver tais habilidades em si, aprendendo sempre que possível. Cursou bacharelado e licenciatura em Letras, Mestrado em Letras - Ciência da Literatura e atualmente lê a bibliografia das disciplinas do Doutorado, na mesma área, em casa por causa do coronavírus.
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