A Última Invocação é um filme dirigido por Nakata Hideo, um terror japonês. A história conta sobre Naoto Ihara que vive com sua esposa e filho, Miyuki e Haruto. Até que um acidente acaba com a vida de sua esposa. Sem aceitar a situação, seu filho enterra um dedo de sua mãe esperando que ela volte. É então que vários acontecimentos sobrenaturais começam a acontecer envolvendo também Hiroko Kurasawa, uma diretora de vídeo que trabalhou com Ihara.
O filme tem um mistério envolvendo seus personagens. O tempo todo se abrem perguntas de como cada um sabe de coisas que nunca forma necessariamente contadas antes, mostradas ou insinuadas. Rola um certo mistério em torno das personagens. Conforme o filme passa, a visão de cada um é contada aos poucos, o que vai montando o quebra cabeça para o espectador no decorrer do filme todo. Juntando lacunas e pequenas dicas que nos são dados desde o início ao fim. Isso acaba sendo interessante, principalmente quando flashbacks se repetem, mas agora mostrando a visão de outro personagem.
Para espectadores que não estão acostumados com filmes que não sejam norte-americanos, é possível estranhar a forma de contar história, a atuação ou até as técnicas para fazer as cenas mais assustadoras ou de suspense. Porém vale sempre ressaltar que não existe uma única forma de contar histórias ou de fazer filmes.
Simplesmente A Última Invocação
A história é bem simples, mas são boas as idas e vindas dos flashbacks para explicar cada detalhe que fez os personagens chegarem aonde estão. A Última Invocação não é um dos filmes japoneses mais assustadores que já vi, porém consegue ser cativante em alguns momentos.
Só é um pouco chato essa temática de mulher vingativa e com ciúmes, que não quer perder seu marido, completamente manipuladora ou observadora, vigiando como um espírito encosto o seguindo o tempo todo. Acaba sendo um pouco irritante para a personagem conforme a trama anda e evolui e a personagem se mostra ser só isso.
No decorrer todos os personagens de A Última Invocação mostram várias facetas. Então quando uma das personagens principais no final parece se resumir somente a uma mulher egoísta, ciumenta e vingativa, acaba sendo um pouco decepcionante. Entretanto gosto da mocinha, a qual parece admitir e aceitar seus defeitos e quer solucionar o problema para continuar a vida dela, ao contrário de correr atrás do marido da outra. É algo diferente, é o personagem com falhas, que aceita que ela mesma pode ter feito coisas erradas, mas quer solucionar isso e continuar a vida dela.
Afinal A Última Invocação é interessante. É baseado em um livro Kinjirareta Asobi, de Shimizu Karma, o que faz ter um desejo de ler o romance, para ver se ali temos algum aprofundamento mais interessante que o filme parece não conseguir passar bem. O filme nos fornece temas como cultos, poderes sobrenaturais, mas que acabam servindo só de uma justificativa para acontecer o que tem que acontecer. Por fim fica um gosto de será que no romance as coisas são mais bem feitas?
Com distribuição da Sato Company, estreia em 31 de outubro no Brasil.