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Crítica

Resenha | ‘Ed Gein’, graphic novel da Darkside Books fascina e perturba

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em

Ed Gein

Li a graphic novel Ed Gein, da Darkside Books. A obra conta a história do assassino que inspirou o filme de Alfred Hitchcock, Psicose. Ed era o filho mais novo de uma mãe rígida e fanática religiosa que acreditava que vivia em meio a um mundo de pecados (mas aparentemente não era bem uma santa).

O texto é de Harold Schechter, especialista em serial killers, e é ótimo, contudo, o que me deixou embasbacado acima de tudo foi a arte de Eric Powell cuja expressividade cativa o leitor. A obra é um soco no estômago e de uma qualidade impressionante em todos os quesitos. Inclusive o acabamento em capa dura e cheio de detalhes é incrível.

A capa já traz uma melancolia e o design dá vontade de ler, de ter. Então, ao abrir as primeiras páginas, digitais e a assinatura de Edward Gein. Em seguida, participação especial de Hitchcock. Cada capítulo apresenta uma frase marcante em sua abertura.

Perturbações

A leitura não é exatamente fácil, há sequências perturbadoras, mas vemos como o psicológico de Ed vai se deteriorando. O jovem estranho, esquisito, até o sujeito frio e psicopata. Na parte final, as opiniões dos vizinhos e a jornada do criminoso. O papel da mídia é um fator interessante que ganha abordagem também no início de cada capítulo, com manchetes reais, e nos jornalistas que aparecem na obra.

A partir do capítulo 10 é como se estivéssemos cara a cara com Ed e suas psicopatias. A impressão é que o leitor conversa com ele. Posteriormente, no 11, adentramos um pouco de estudos antropológicos e análises de casos parecidos com o de Ed. É um dos capítulos mais fascinantes em seu conteúdo. Além disso, entendemos como a história desse assassino mudou a cultura norte-americana.

As anotações e apêndices finais ajudam a entender o caminho escolhido pelos criadores dessa obra e onde se basearam, são curiosidades muito especiais que enriquecem a leitura. Ainda por cima, há fotos reais finalizando a graphic novel.

Reitero que não foi uma leitura simples, nem agradável. Em verdade, senti meu estômago revirar algumas vezes. Demorei algum tempo para acabar de ler. Contudo, após o término, a vontade era de folhear novamente, analisar com cuidado cada quadro, e torcer para que outros Ed Geins não surjam, mas sim novas obras tão bem elaboradas como essa da Darkside Books.

Enfim, Ed Gein, de Harold Schechter e Eric Powell já está nas livrarias.

Ficha técnica:

Autor – Harold Schechter

Ilustrador – Eric Powell

Gênero – Não Ficção

Especificações – 224 páginas, 17 x 26 cm, 400 g, capa dura

Preço – R$84,90

Adquira aqui: https://www.darksidebooks.com.br/ed-gein–brinde-exclusivo/p

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Crítica

Crítica: O Cachorro que se Recusou a Morrer

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Cena da A peça O cachorro que se recusou a morrer

“O Cachorro que se Recusou a Morrer” tem criação, texto e atuação de Samir Murad, e bebe em suas experiências de vida. A cenografia de José Dias constrói um ambiente que é mais do que um mero cenário; é um componente narrativo, imergindo o público nos diversos tempos e espaços que compõem a história. Isso em conjunto com o eficiente videocenário concebido por Mayara Ferreira.

A princípio, num drama autoficcional, Samir Murad, descendente de imigrantes libaneses, entrelaça sua memória afetiva em uma narrativa. Êxodo, matrimônio por encomenda, confrontos culturais e saúde mental compõem os temas que o ator carrega em sua bagagem.

Uma das maiores virtudes do espetáculo é a riqueza da cultura árabe familiar que permeia a obra. Aparece, por exemplo, em projeções fotográficas, e na boa trilha sonora, fruto da colaboração entre André Poyart e o próprio Samir Murad, que enriquece a experiência sensorial do espectador.

Segunda metade de “O Cachorro que se Recusou a Morrer” desperta

Entretanto, a peça demora a engrenar. A primeira metade é lenta, não cativa, falta uma maior dinamicidade, e, talvez, ficar mais enxuta. Isso não acontece na segunda parte, que é muito mais fluida e desperta os espectadores.

Por outro lado, Samir é um showman. É como um Chaplin de descendência árabe buscando suas raízes. A entrega dele no palco tem uma força emocional deveras potente. Dessa forma, para aqueles que gostam e desejam saber mais sobre a cultura árabe, pode valer testemunhar essa obra no Centro Cultural Justiça Federal, até o dia 17 de dezembro, sempre aos domingos às 16h.

Serviço

Local: Centro Cultural Justiça Federal

Endereço: Av. Rio Branco, 241, Centro, Rio de Janeiro.

Próximo a Estação Cinelândia do Metrô Rio.

Informações: 21 3261-2550

Temporada: 19 de novembro a 17 de dezembro, aos domingos, às 16h.

Valor do ingresso: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada)

Vendas na bilheteria do Teatro ou antecipadas pelo site Sympla: https://www.sympla.com.br/produtor/ocachorro

Capacidade de público: 141 pessoas

Classificação: 10 anos

Duração: 75 minutos

Drama bem humorado

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