Originado pela comunidade afro-americana estadounidense, o gênero musical Soul surgiu na segunda metade do século XX, permitindo novas estéticas, tons, estilos e inspirações que transcendiam a música que enxergávamos anteriormente, trazendo músicas fáceis e divertidas de se dançar, e introduziram ao mundo instrumentos recentes como a guitarra elétrica, além de diversos cantores icônicos que se tornaram heróis da música e influenciaram 4 jovens sonhadores do outro lado do Pacífico: Jimmy Paige, John Paul Jones, Robert Plant e John Bonham, que se uniram futuramente para formar uma das maiores bandas de rock de todos os tempos: Led Zeppelin.
O documentário distribuído pela Sony Pictures, exclusivamente em salas Imax, permite uma experiência digna da importância de Led Zeppelin, afinal, a imensidão da tela e o áudio em stereo permite uma imersão que poucas salas conseguem transmitir em total potência. Desde a cena inicial com Good Times Bad Times (1969, Led Zeppelin), percebemos que algo glorioso estava por vir : o surgimento da banda que sacudiu o mundo em um nível igual ou superior aos Beatles, The Who e Rolling Stones.
Por meio de entrevistas com Jimmy Paige, John Paul Jones e Robert Plant, além de uma entrevista perdida do baterista John Bonham, tristemente falecido em 1980, acompanhamos a infância deste quarteto, histórias cômicas de adolescência, principalmente as contadas por John Paul, e sua grandiosa união em um porão, que permitiu o surgimento da banda.
Assista abaixo o trailer de Becoming Led Zeppelin e depois continue lendo a notícia:
Ao longo de duas horas, intercalamos entre um documentário e um show gravado, na medida que acompanhamos filmagens completas de shows marcantes de Zeppelin, sempre com o melhor som que a sala Imax consegue proporcionar, além de retratos de época, com imagens de arquivo dos movimentos de contra-cultura da década de 60, ao som da música de Led Zeppelin, e curiosidades por trás de grandes músicas dos dois primeiros álbuns da banda como Whole Lotta Love (1969, Led Zeppelin).
Apesar de ser um presente para os fãs de coração de Led Zeppelin, o documentário se torna cansativo após um tempo por conta de pocket shows presentes em sua duração que, apesar de interessantes, somente servem para enaltecer mais ainda esta banda que é glorificada em peso durante toda a duração do filme, tornando quase um conto de fadas da vida de Zeppelin, como se eles fossem uma banda inteiramente sem pecados e totalmente correta e justa, o que nenhum ser humano, ou grupo de humanos, realmente é.

Assistir as histórias e bastidores da origem de Led Zeppelin, antes da banda se formar, são o ponto alto do filme, após a banda estar formada e consolidada, a produção continua em um caminho de inércia, sem grandes emoções ou conflitos, o que faz aumentar o número de gravações de shows e assim cansando ainda mais o espectador comum, porém, independente disso, é inegável a força e o joi de vivre que estes 3 homens apresentam.
Em entrevista ao jornal The Guardian, o diretor Bernard MacMahon fala como Jimmy Paige o testou para saber se ele era o homem certo para fazer o filme, afinal, Paige, Jones e Plant são homens reservados até os dias de hoje, principalmente com entrevistas, então ainda bem que MacMahon passou nos testes de Paige pois se não fosse por isso, jamais teríamos um filme tão glorificado e grandioso de uma banda que já deixou de existir no plano real, porém se mantém viva em lembranças, vinis, cenas de filmes de super-heróis e códigos binários no Spotify e Deezer, provando que ela apresenta um trunfo em suas mãos: a reinvenção para novas gerações, algo que o documentário soube aproveitar muito bem.
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Amei o documentário. Assisti no dia 01/03, mas gostaria de assistir mais vezes.
Ocorre que o filme simplesmente sumiu dos cinemas aqui em São Paulo. Ficou em cartaz por apenas 4 dias.
Alguém sabe o que aconteceu?
Obrigada
Infelizmente esse tipo de exibição fica pouco tempo nos cinemas a não ser que lote muito no primeiro fim de semana 🙁