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Eva Victor em cena de "Sorry, Baby"- Divulgação Mares Filmes
Cinema e StreamingCrítica

Crítica: ‘Sorry, Baby’ é honesta discussão sobre feridas e superação

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 11 de dezembro de 2025
5 Min Leitura
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Eva Victor em cena de "Sorry, Baby"- Divulgação Mares Filmes
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Dirigido por Eva Victor, Sorry, Baby marca uma estreia surpreendente: um filme esteticamente preciso, com um roteiro franco, emocionante e, acima de tudo, potente.

Produções independentes carregam uma beleza e uma simplicidade que muitos filmes de grande orçamento acabam perdendo em meio ao espetáculo. Quando o orçamento é mais enxuto, os olhares se voltam para o roteiro, que se torna o verdadeiro timão da produção. E, no fim das contas, uma boa história sempre encontra seu caminho. Enquanto blockbusters milionários muitas vezes não conseguem transmitir uma única emoção, pequenos filmes como Sorry, Baby reverberam fundo e deixam ecos que só crescem em quem assiste.

A premissa de Sorry, Baby é simples: após passar por um grande trauma, Agnes se vê sozinha e confusa enquanto todos ao redor parecem seguir suas vidas normalmente. Em sua primeira direção de longa metragem, Eva Victor estrutura uma jornada de trauma, redenção e humanidade, construída por meio de uma fotografia fria, porém acolhedora. Cada plano traz uma mistura de agonia e tensão, reforçada pela decisão de começar o filme em seu “penúltimo capítulo”, onde percebemos que algo está errado com Agnes, e a partir disso acompanhamos passo a passo o que a levou a este estado de estranhamento em relação ao mundo.

Eva Victor e Naomi Ackie em cena de "Sorry, Baby"- Divulgação Mares Filmes

Eva Victor e Naomi Ackie em cena de “Sorry, Baby”- Divulgação Mares Filmes

O humor de Sorry, Baby se baseia principalmente na franqueza e tiradas únicas de Agnes, vivida pela própria Eva Victor, usando o humor e o bizarro como um mecanismo de defesa diante do trauma. Enquanto absurdas para ela, elas soam deliciosamente ridículas para o público: levar o gato ao supermercado, desejar transar com o vizinho após um susto, entre outras questões que levam a momentos que iluminam a narrativa, oferecendo leveza a uma história que, por essência, carrega uma nuvem escura sobre si, mas nunca o bastante para torná-la sufocante. O final, inclusive, surpreende por oferecer esperança: não entregando conclusões fechadas, mas colocando diante do público as peças para imaginar um futuro mais luminoso para a protagonista.

A franqueza e a humanidade de Agnes fazem com que o filme nunca soe melodramático. Tudo ali é puro gesto honesto: cada reflexão, cada engasgo, cada gato resgatado na rua, todos fragmentos de um processo interno difícil e inacabado. O mundo não compreende sua dor, e isso a empurra à solidão, e ao longo desta jornada, vemos que certos traumas talvez nunca se curem por completo, mas abrem espaço para novas marcas que carregamos ao longo da vida: um sorriso, um afeto, um beijo ou um simples carinho.

Cinematograficamente regido por uma paleta pastel que dialoga com o interior da protagonista, Sorry, Baby se constrói nas interações que Agnes constrói pelo caminho, desde como candidata à jurada, até seu encontro com Pete, o dono de uma loja de sanduíches, sendo uma conversa rápida, mas genuína, que somente um desconhecido poderia oferecer a alguém que precisava desesperadamente ser escutada.

Eva Victor em cena de "Sorry, Baby"- Divulgação Mares Filmes

Eva Victor em cena de “Sorry, Baby”- Divulgação Mares Filmes

Com direção de arte minimalista e edição precisa, utilizando elipses temporais com uma sutileza rara no cinema contemporâneo, Sorry, Baby é um filme curto e honesto, sabendo exatamente o que quer ser e transmitindo com clareza, as dores e complexidades do trauma e da cura, sem transformar isso em espetáculo, mas, sim, em jornada e processo.

Distribuído pela Mares Filmes e Alpha Filmes, indicado ao Globo de Ouro 2026 na categoria de Melhor Atriz e com 97% de aprovação no site norte-americano Rotten Tomatoes, Sorry, Baby estreia nos cinemas no dia 11 de dezembro.

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Tags:a24CinemacríticaEva VictorMares FilmesSorry Baby
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