Dirigido por Neil Marshall, A Duquesa Vingadora é um filme de ação que tenta se destacar, porém, um roteiro complicado e cenas questionáveis, dificultam seu processo
Semelhante à Paul W. S. Anderson, Neil Marshall dirige filmes cujo foco é o entretenimento, e não a qualidade técnica ou narrativa, entregando produções que não cativam os críticos, porém, atraem um núcleo fiel de fãs que almejam este estilo exagerado, cafona e que não ultrapassa o mínimo, como é o caso de A Duquesa Vingadora.
Seguindo a popularidade de produções de ação como John Wick – De Volta ao Jogo (2014, Chad Stahelski), e Atômica (2017, David Leitch), A Duquesa Vingadora conta a história de Scarllet Monaghan, Charlotte Kirk, uma mulher que se vê envolvida no submundo do contrabando de diamantes ao se apaixonar por Robert, Philip Winchester. Após uma traição, Scarlett adota o nome de Duquesa e busca vingança contra aqueles que a enganaram.
As primeiras cenas de A Duquesa Vingadora entregam algumas escolhas estilísticas que perduram por toda a produção, como o uso da narração em off, exemplificando os pensamentos e reflexões de Scarllet, a introdução brechtiniana de seus personagens, usada de modo mais sutil do que aquele de Esquadrão Suicida (2016, David Ayer), porém, tão ineficaz quanto, e por fim, uma exposição exagerada de tudo o que acontece ao longo do filme, em momentos que são desnecessários.

Philip Winchester e Charlotte Kirk em cena de A Duquesa Vingadora- Divulgação Adrenalina Pura
Demorando mais de uma hora para ocorrer a transição de Scarlett para Duquesa, a produção se arrasta em um romance sem química, cenas com diálogo sofrido e vergonhoso, e uma contínua narração, que é intercalada com cenas de ação que variam muito de qualidade.
Se produções como Kingsman: Serviço Secreto (2014, Matthew Vaughn), e John Wick, ensinaram algo para o gênero, é a diferença entre uma cena contínua que a câmera acompanha o movimento, permitindo maior fluidez para o olhar do espectador, e uma que utiliza diversos cortes, muitas vezes desnecessários, como uma tentativa de dar agilidade para a cena, este é o caso de A Duquesa Vingadora.
Em um filme que baseia suas cenas de ação em dois fatores: armas e luta de boxe, a Duquesa Vingadora não apresenta nenhum momento realmente grandioso, se perdendo no morno por meio de uma edição truncada e de difícil compreensão, e uma falta de verossimilhança que traz uma diversão momentânea, porém, que não se sustenta após os créditos finais.
O entretenimento poderia ser maior caso a trilha sonora de A Duquesa Vingadora fosse no mínimo divertida, porém, isto não ocorre, sendo tão memorável quanto as cenas de ação carregadas por uma Charlotte Kirk que entrega o sangue, porém, não segura uma produção que tinha tudo para ser um sucesso, e não entrega nada menos do que o mínimo.

Charlotte Kirk em cena de A Duquesa Vingadora- Divulgação Adrenalina Pura
Apesar de algumas premissas psicológicas interessantes, como a mudança radical de Scarllet para Duquesa, ou o quão próxima do pai ela realmente estava se tornando, nenhuma delas é realmente explorada, tornando A Duquesa Vingadora um filme que não inova e opta por decisões fáceis que atrairão os amantes de filmes de ação, e de Neil Marshall, porém, não traz nenhum acréscimo a um gênero cada vez mais saturado.
A Duquesa Vingadora será lançado no dia 21 de Julho no canal Adrenalina Pura+.
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