A Flor do Buriti, de Renée Nader Messora e João Salaviza, ganha uma sessão especial no dia 9 de julho (terça-feira) às 19h, no cinema Estação NET Rio, localizado na Rua Voluntários da Pátria, 35. Após a exibição do longa, haverá um debate com os diretores e a equipe do filme.
Exibido em mais de 100 festivais ao redor do mundo e vencedor de catorze prêmios, entre eles o prêmio coletivo para melhor elenco na mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, A Flor do Buriti chega aos cinemas brasileiros em 04 de julho, com distribuição da Embaúba Filmes.
Novamente com os Krahô, no norte do Tocantins, o filme traz um dos temas mais urgentes da atualidade: a luta dos Krahô pela terra e as diferentes formas de resistência implementadas pelas comunidades indígenas no Brasil.
Sinopse
A Flor do Buriti atravessa os últimos 80 anos dos Krahô, trazendo para a tela um massacre ocorrido em 1940, onde morreram dezenas de pessoas. Perpetrado por dois fazendeiros da região, as violências praticadas naquele momento continuam a ecoar na memória das novas gerações.
“Filmar o massacre era um grande dilema. Se por um lado é uma história que deve ser contada, por outro não nos interessava produzir imagens que perpetuassem novamente uma violência. Percebemos que a única forma de filmar essa sequência era a partir da memória compartilhada, a partir de relatos, do que ainda perdura no imaginário coletivo desse pessoal que insiste em sobreviver”.
Produção
O longa teve quinze meses de filmagem em quatro aldeias diferentes, dentro da Terra Indígena Kraholândia. Assim como no filme anterior da dupla, Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, a equipe era muito pequena e se dividia entre indígenas e não indígenas. Relatos históricos baseados em conversas e a realidade atual da comunidade serviram de base para a construção da narrativa do filme.
“A gente não trabalha com o roteiro fechado. A questão da terra é a espinha dorsal do filme. Propusemos aos nossos amigos na aldeia trabalharmos a partir desse eixo, imaginar um filme que pudesse viajar pelos tempos, pela memória, pelos mitos, mas, que, ao mesmo tempo fosse uma construção em aberto que faríamos enquanto fossemos filmando. A narrativa foi sendo construída com a Patpro, o Hyjnõ e o Ihjãc, que assinam o roteiro”, explica João.
Pemiações
O reconhecimento do filme em diversos festivais internacionais, mostra que o mundo está realmente de olho nas questões dos povos originários no Brasil. “A importância dos povos originários não reside apenas no conhecimento ancestral, mas também na elaboração de tecnologias totalmente sofisticadas de defesa da terra. Eles ocupam radicalmente a contemporaneidade” ressalta João Salaviza.
Além do Festival de Cannes, o filme recebeu prêmios em importantes festivais. Não apenas em Munique (Cinevision Award), como também em Lima (Prêmio Signis) e Mar del Plata (Prêmio Apima Melhor filme Latino-Americano). Além disso,no Festival dei Popoli (Melhor Filme), no Huelva (Prêmio Especial do Júri e Prêmio Melhor Filme Casa Iberoamérica), e RIDM Montreal (Prêmio Especial do Júri). Por fim, em Biarritz, Viennale, e forumdoc.BH.
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