Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e termos de uso.
Aceito
Vivente AndanteVivente AndanteVivente Andante
  • Cinema
  • Música
  • Literatura
  • Cultura
  • Turismo
Font ResizerAa
Vivente AndanteVivente Andante
Font ResizerAa
Buscar
  • Cinema
  • Música
  • Literatura
  • Cultura
  • Turismo
A Melhor mãe do Mundo
Cinema e StreamingCrítica

Crítica: A Melhor Mãe do Mundo foca em famílias e classes sociais menosprezadas

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 20 de julho de 2025
6 Min Leitura
Share
SHARE

Dirigido por Anna Muylaert, A Melhor Mãe do Mundo segue a temática de outros filmes da diretora

Por conta de seu olhar crítico sobre a sociedade brasileira, Anna Muylaert se tornou rapidamente uma das diretoras mais potentes do cinema nacional, apresentando em seus potentes dramas um forte retrato de classes sociais menosprezadas e de vínculos familiares, presente em produções como Durval Discos (2002, Anna Muylaert), Que Horas Ela Volta? (2015, Anna Muylaert), Mãe só há uma (2016, Anna Muylaert), O Clube das Mulheres de Negócios (2024, Anna Muylaert), para citar alguns, até sua produção mais recente: A Melhor Mãe do Mundo.

Pode-se fazer um paralelo bem claro entre A Vida É Bela (1999, Roberto Benigni) e A Melhor Mãe do Mundo, afinal, ambos tratam de uma figura parental que passa por dificuldades, e opta por criar brincadeiras com o intuito de manter preservada a inocência dos filhos, porém, enquanto Benigni retrata esta situação do ponto de vista masculino, em um dos períodos mais obscuros da humanidade, Anna Muylaert foca em Gal, Shirley Cruz, uma catadora de recicláveis que foge dos abusos do parceiro Leandro, Seu Jorge. Para proteger seus filhos, ela abandona a casa, coloca suas duas crianças pequenas, Rihanna e Benin, na carroça e as leva numa jornada pela cidade de São Paulo, incentivando uma grande aventura para os pequenos.

A Melhor mãe do Mundo

Cena de A Melhor Mãe do Mundo- Divulgação Biônica Filmes

Existem muitas coisas para se analisar na produção, o primeiro é novamente o retrato de uma classe social marginalizada, desta vez na forma de uma catadora de recicláveis, uma profissão essencial, ainda mais em uma cidade gigantesca como SP, porém, menosprezada e desprezada pelas grandes classes sociais.

Enquanto existem road movies, e boat movies como O Último Azul (2025, Gabriel Mascaro), A Melhor Mãe do Mundo pode ser considerado um “carroça movie“, na medida que a produção acompanha Gal e seus filhos, em uma jornada de carroça do Glicério até Itaquera, passando por diversas ruas e vielas que todo bom paulistano irá reconhecer.

Com o intuito de manter a inocência das crianças, Gal constrói uma aventura, em que eles acampam na carroça, vêm os fogos de artificio, acariciam o cavalo de outro catador, tomam banho na fonte, ganham uma bola de um colega de Gal, encontram no lixo itens que são um verdadeiro tesouro, como uma camisa do Corinthians e um óculos de mergulhador, tudo enquanto Gal é menosprezada, assediada sexualmente, e rebaixada, se mantendo forte não por ela mesmo, porém, para seus filhos, os privando desta situação.

Ao encontrar refúgio na casa de sua prima, Gal se sente segura até Leandro a encontrar novamente. É indescritível a presença de Seu Jorge em A Melhor Mãe do Mundo, com menos de 20 minutos de tela ele apresenta a capacidade de roubar para si todo o brilho, deixando Shirley Cruz extremamente fraca em comparação, o que é perfeito para a produção, afinal, ao interpretar um marido abusivo, é extremamente necessário ele ser potente e amedrontador, dando medo com o mínimo olhar, algo que o cantor exerceu com maestria.

A Melhor mãe do Mundo

Seu Jorge e Shirley Cruz em cena de A Melhor Mãe do Mundo-Divulgação Biônica Filmes

Ao construir um retrato da força e resiliência materna de uma mulher que não desiste por mais que o mundo inteiro a rebaixe, Anna Muylaert orquestra um filme forte, sensível e esperançoso, principalmente no simbolismo do jogo do Corinthians como um espaço aonde tudo pode ser esquecido, como um espaço de acolhimento dentro do caos da vida, e com Maria, Maria (Milton Nascimento, 1978) encerrando a produção com sutilidade, um verdadeiro ode à mulher brasileira.

A fotografia é excelente e o design de som deve ser destacado na medida que gera uma agonia e transporta os pensamentos internos de Gal para o mundo externo, desde o silêncio quando revê Leandro, até a cacofonia sonora ao perceber o sumiço dos filhos, se tornando tão agonizante que é impossível pensar em outra coisa, algo semelhante do que Coppola fez com a cena do trem, em O Poderoso Chefão (1972, Francis Ford Coppola).

Por conta de sua narrativa, e do lento e pessoal retrato dramático, A Melhor Mãe do Mundo provavelmente apresentará um público mais enxuto do que outros lançamentos nacionais recentes como Homem com H (2025, Esmir Filho) e Manas (2025, Marianna Brennand Fortes), algo semelhante com o que ocorreu com outros filmes de Anna Muylaert, porém, com o tempo A Melhor Mãe do Mundo encontrará seu público, e será reconhecido como mais uma boa produção da diretora, além de um retrato honesto sobre a força interna da mulher brasileira.

A Melhor Mãe do Mundo estreia nos cinemas brasileiros em 7 de agosto e conta com distribuição da +Galeria. 

Siga-nos e confira outras dicas em @viventeandante e no nosso canal de whatsapp !

Leia Mais

  • Crítica: Thiago & Ísis e os Biomas do Brasil é uma jornada pelas belezas do país
  • Crítica: Um Lobo Entre os Cisnes é a superação pela dança
  • Crítica | Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá vai de história de família a retrato de um povo brasileiro

Tags:A Melhor Mãe do MundoAnna Muylaertcinema brasileirocinema nacionalcríticaCrítica A Melhor Mãe do MundoDestaque no Vivente
Compartilhe este artigo
Facebook Copie o Link Print
2 Comentários
  • Pingback: MUBI FEST Rio traz estreias de Cannes e clássicos restaurados
  • Pingback: Crítica: O Deserto de Akin retrata o Mais Médicos, mas funciona?

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gravatar profile

Vem Conhecer o Vivente!

1.7kSeguidoresMe Siga!

Leia Também no Vivente

noticias ultima temporada stranger things
CulturaSéries

Stranger Things: saiba o que esperar da última temporada – indicada para maiores

Redação
5 Min Leitura
Abe Seu Jorge Stranger Things
Cinema e Streaming

Abe | Filme com Seu Jorge e astro de ‘Stranger Things’ estreia no Brasil

Redação
2 Min Leitura
critica A Medium
Cinema e StreamingCríticaNotícias

Crítica | ‘A Médium’ traz exorcismo na Tailândia

Alvaro Tallarico
3 Min Leitura
logo
Todos os Direitos Reservados a Vivente Andante.
  • Política de Privacidade
Welcome Back!

Sign in to your account

Username or Email Address
Password

Lost your password?