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YÕG ÃTAK: MEU PAI, KAIOWÁ
Cinema e StreamingCrítica

Crítica | Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá vai de história de família a retrato de um povo brasileiro

Dirigido por Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna, Yõg Ãtak: Meu Pai,Kaiowá, demonstra tradições, músicas e ritos de povos originários, nos fazendo refletir sobre o ser brasileiro

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 7 de julho de 2025
5 Min Leitura
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Quando se inicia um documentário, nem sempre o produto final é aquele originalmente idealizado, porém, muitas vezes se torna bem mais interessante do que o filme inicialmente proposto, cito como exemplo Santiago (2007, João Moreira Salles), uma produção que inicialmente era um retrato do mordomo da família Salles, e se tornou um retrato do ponto de vista privilegiado de seu diretor. Seguindo esta lógica, Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá, também pode ser considerado um documentário que sofreu uma metamorfose em plena produção, abrindo margem para algo bem maior, e muito mais rico.

O documentário dirigido a 4 mãos, apresenta muitas camadas dentro de si. O que se iniciou como uma forma de mostrar ao patriarca da família, Seu Luiz, a família que sua filha Sueli construiu, se torna o retrato de um difícil período ditatorial vivido no Brasil, e após Seu Luiz, inicialmente, se recusar a aparecer, Yõg Ãtak: Meu Pai,Kaiowá, se torna uma representação da cultura de povos originários, mais especificamente do povo Guarani Kaiowá.

Confira abaixo o trailer de Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá e continue lendo a crítica

Lima Barreto em seu livro Triste Fim de Policarpo Quaresma (1915, Lima Barreto), construiu um personagem que era um entusiasta da cultura popular e indígena brasileira, com um profundo amor pela pátria, sendo defensor do idioma tradicional indígena, como nosso oficial, ao invés do português que veio tradicionalmente do colonizador europeu.

Na medida que assistia Yõg Ãtak: Meu Pai,Kaiowá, me lembrei deste livro, afinal, na medida que a produção é falada em grande parte no idioma de povos originários, refleti como o filme é muito mais brasileiro do que muitas produções nacionais que assistimos, afinal, o idioma deste povo deveria ser o nosso, e não somente isto, mas, na medida que acompanhamos ritos, músicas, coreografias, diálogos, interações existentes dentro do cotidiano do povo Kaiowá, penso o quanto o Brasil é rico, e não apresentamos a oportunidade de conhecê-lo em sua totalidade por conta de estarmos presos sempre em nossa própria bolha.

YÕG ÃTAK: MEU PAI, KAIOWÁ

Cena de Yõg Ãtak: Meu Pai,Kaiowá- Divulgação Embaúba Filmes

A produção tem um ritmo lento, o que cansa o espectador tradicional, apresentando inclusive blacks propositais causados pelo manuseio da câmera, demonstrando uma proximidade dos diretores tanto para o conteúdo que estava sendo gravado, quanto para com seu espectador, que assiste esta jornada de reconexão com as próprias raízes.

Apesar de a construção inicial do filme ter girado em torno da reconexão entre Luiz e Sueli, a produção permite ao espectador uma reconexão com um sentimento de nacionalidade, fazendo uso do cinema com um retrato de vida originário de um povo que luta tanto por reconhecimento dentro de nosso país.

Em três momentos de Yõg Ãtak: Meu Pai,Kaiowá, aparece uma placa do governo federal. No primeiro momento, vemos ela decadente, já desbotada e somente anunciando a área, na segunda vez, observamos alguns moradores da aldeia pintando a placa com tinta amarelo, no último momento, os vemos escrevendo na placa o nome da aldeia deles, agora retomando o poder para si, e demonstrando como a união e poder deste povo, continua tão forte.

YÕG ÃTAK: MEU PAI, KAIOWÁ

Cena de Yõg Ãtak: Meu Pai,Kaiowá- Divulgação Embaúba Filmes

Yõg Ãtak: Meu Pai,Kaiowá, é uma produção Embaúba Filmes e estreia nos cinemas nacionais no dia 10 de Julho de 2025.

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Tags:cinema brasileirocinema nacionalcrítica Yõg ÃtakKAIOWÁpovos indigenaspovos origináriosTriste Fim de Policarpo QuaresmaYÕG ÃTAK: MEU PAI
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