Realizada no dia 11/11/2025, a coletiva de “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” revelou bastidores e emoções da nova série da HBO Max
Com quase duas horas de duração, a coletiva de Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, deixou claro o sentimento que se dependesse do entusiasmo dos presentes, a conversa poderia se estender até o fim da noite. E com razão: a produção promete ser uma das mais potentes e sensíveis produções brasileiras do ano.
Dirigida por Andrucha Waddington e realizada pela Conspiração Filmes, a minissérie de 6 capítulos revisita um dos casos mais emblemáticos da história recente do país: o assassinato de Ângela Diniz, socialite mineira morta em 1976 pelas mãos de Raul Fernando do Amaral Street, Doca Street. A produção, no entanto, vai além da simples reconstituição de um crime, buscando compreender o que levou uma mulher livre, desejante e independente a ser transformada, mesmo depois de morta, em ré aos olhos da sociedade.
Durante a coletiva, Andrucha Waddington se emocionou diversas vezes ao falar sobre a importância do projeto. Segundo ele, a série não é apenas um relato histórico, mas um espelho das contradições brasileiras, afirmando como ela é um símbolo de luta que ainda ecoa.

Emilio Dantas em cena de “Angela Diniz: Assassinada e Condenada”- Divulgação Conspiração Filmes
A série nasceu em 2018, mas tomou forma definitiva após o sucesso do podcast Praia dos Ossos, lançado em 2020 pela Rádio Novelo. A adaptação é direta e mantém o espírito investigativo do original, que reconstrói o crime e o julgamento de forma quase cinematográfica. Na série, o papel de Doca Street ficou com Emilio Dantas, que destacou como o trabalho em torno do podcast influenciou a construção da narrativa audiovisual.
Ambientada no Brasil dos anos 1970, a produção mergulha na estética de um Rio de Janeiro que ainda respirava um glamour, mas já carregava as sombras da desigualdade e do machismo. As cores, os figurinos e principalmente a trilha sonora, um objeto de cena a parte, transportam o espectador diretamente para essa atmosfera, um retrato fiel de um tempo em que a liberdade feminina era vista como ameaça, com o visual da série refletindo o estado de espírito da própria Ângela: luminoso, inquieto e em constante movimento.
Segundo o diretor, Marjorie Estiano foi essencial para que o projeto saísse do papel, trazendo uma luz e força que Ângela precisava, demonstrando uma mulher de verdade: livre, intensa, amorosa e complexa.
Em certo momento, Yara de Novaes, intérprete de Maria Diniz, mãe de Ângela, destacou o alcance universal da história, defendendo como o assassinato de Ângela não é só um caso brasileiro, e sim um eco de violência que atravessa o mundo inteiro.

Marjorie Estiano em cena de “Angela Diniz: Assassinada e Condenada”- Divulgação Conspiração Filmes
Apesar do peso do tema, Ângela Diniz: Assassinada e Condenada não busca o sensacionalismo, abordando o caso com sutileza, por meio de silêncios expressivos, olhares e atmosferas, transformando dor em reflexão. Mais do que revisitar um crime, a série pretende devolver dignidade a uma mulher que foi julgada duas vezes: pela justiça e pela sociedade.
Se a coletiva foi um indicativo do que vem por aí, o público pode esperar uma produção intensa, sensível e necessária: uma história que, quase 50 anos depois, ainda grita para ser ouvida.
Com estreia marcada para o dia 13 de novembro, a HBO Max lançará dois episódios na primeira semana, seguidos por capítulos semanais até 11 de dezembro.
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