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Retrato de desesperança
CinemaCrítica

Bala Sem Rumo – Um retrato de desesperança

Por
Luciano Bugarin
Última Atualização 30 de março de 2023
5 Min Leitura
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Tópicos
Cenário Pós-guerraUm retrato de desesperança e desalentoUm retrato de desesperança e reconstruçãoOnde assistir

O filme “Bala sem rumo”, de Yoo Hyun-mok, é considerado um marco do cinema sul-coreano e apresenta uma história reflexiva sobre as constantes buscas das pessoas pela felicidade e tranquilidade. Embora tenham fortes pretensões para isso, sentem-se por vezes impelidos por uma falta de um horizonte. Temos um retrato de desesperança na Coreia do Sul do pós-guerra

O filme produzido em 1960 é uma das atrações do festival “Volta ao Mundo: Coreia do Sul”, que está rolando até o dia 30 de setembro com exclusividade no streaming Petra Belas Artes À La Carte.

Cenário Pós-guerra

O filme se passa logo após o fim da Guerra da Coreia. Os personagens são veteranos de guerra, como o desempregado Yeong-ho (Mu-ryong Choi) e o desesperançoso noivo de sua irmã, que desmancha o noivado por ter vergonha de sua condição de muletante.

No centro da história está o contador Cheol-ho (Jin Kyu Kim) e irmão de Yeong-ho. Ele é a base que sustenta e mantém uma família unida aos trancos e barrancos. Apesar disso, ele ganha tão pouco que pensa em qual é o valor da vida, pois ele evita de ir ao dentista arrancar um dente que lhe aflige muito, pois não pode se dar ao luxo de gastar dinheiro.

Retrato de desesperança
Cheol-ho sofre com uma dor de dente. Foto de divulgação.

O filme apresenta claramente uma influência do cinema neorrealista italiano ao utilizar cenários reais do pós-guerra e dramas pessoais que representam sofrimentos coletivos da população coreana. Por sua visão bastante pessimista, o filme foi proibido pelo governo e liberado apenas no ano seguinte e foi censurado novamente em 1962.

Um retrato de desesperança e desalento

Enquanto Cheol-ho sente o peso de precisar ser a personificação da eficiência e pilar de sua família e porém, considera-se progressivamente não estar conseguindo reverter a desintegração de sua família. Seja no desânimo de ver sua irmã Myeong-suk (Ae-ja Seo) tornar-se prostituta para soldados americanos, na tristeza de ver sua mãe presa em um estado catatônico, aparentemente irreversível ou na desilusão de ver seu irmão sem rumo e sem objetivos.

Já Yeong-ho sente-se amargurado por retornar de uma guerra onde defendeu seu país mas não consegue emprego. Quando finalmente aparece a oportunidade de atuar em um filme de guerra, ele sente-se ofendido, pois o diretor o escolheu por ter feridas reais de guerra. Em uma sociedade que o lucro rege a cultura das relações, tudo está à venda. Até o sofrimento e as feridas da guerra.

Yeong-ho sente-se frustrado com a sociedade. Foto de divulgação.

Um retrato de desesperança e reconstrução

A infelicidade e a desesperança são bastante recorrentes, embora os personagens consigam experimentar momentos fugazes de felicidade. A cada esperança e sonho quebrado, os personagens tentam manter-se em pé e seguir em frente a despeito do que virá. Um retrato da resistência do próprio povo coreano, que passou por muitos sofrimentos no passado.

Yeong-ho reencontra a enfermeira que cuidou dele na guerra. Um vislumbre de esperança.

Os personagens veem constantemente que precisam se reconstruir, assim como os cenários reais de prédios destruídos, canteiros de obras e casas amontoadas. Porém a constante desesperança que os assola deixa-os debilitados e sem saber que rumo tomar. A desesperança é tamanha que leva atos desesperados pelos personagens ao longo do filme.

Onde assistir

Yoo Hyun-mok, apesar de pouco conhecido no ocidente foi um dos mais importantes cineastas sul-coreanos. Não apenas por seus filmes, mas também por ter sido grande fomentador do cine clubismo, seu trabalho no Korean Film Archive. Ele escreveu também inúmeras publicações sobre o cinema coreano. Além disso, ele também lecionou na universidade Dongduk.

Enfim, “Bala sem rumo” está disponível de forma exclusiva no Petra Belas Artes a La Carte até dia 30 de setembro, junto com outros filmes do festival “Volta ao Mundo: Coreia do Sul”.

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PorLuciano Bugarin
Professor de artes e cineasta independente. Sou cinéfilo, fã de Simpsons, entusiasta de artes que fogem do óbvio e músicas barulhentas.
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