Juju conta a história de três jovens amigas que descobrem seus poderes mágicos. Aliado a isso, ainda devem lidar com os problemas rotineiros da vida adulta. A trama possui temática popular entre o público jovem. Contudo, o destaque é que aqui são bruxas negras, que costumeiramente eram tidas como elenco secundário.
A websérie, produzida por Moon Fergusson, tem como proposta levar representatividade para o universo de fantasia sobrenatural, tão popular entre os jovens. Em princípio, as personagens principais Ayana “Yaya” McGregor (Cassandra Borgella), Angelique “Gigi” DeBlanc (Nedge Victome) e Aleja “Ally” Delgado (Cydni Jenkins) são interpretadas por atrizes negras, e possuem histórias familiares ligadas ao universo de magia ancestral.
Com isso, a produtora Moon, diz retomar uma herança e história que se perdeu. “Uma história que lança luz sobre a diáspora africana, que explora tradições e culturas semelhantes”, comenta no site dedicado à série, onde pode- se encontrar também informações sobre sua motivação e o processo de elaboração da ideia.
Embora as raízes da bruxaria se encontrem no mesmo continente que temos como berço da humanidade, as associações da cultura pop levaram a formação de uma ideia europeia sobre a temática. Entretanto, Juju busca reverter essa cena. Levando ao público a história de bruxas que possuem personalidades distintas entre si, porém são unidas por um elo de amizade e magia.
Entre cristais e smartphones
Primeiramente, as três protagonistas: Yaya, Gigi e Ally são apresentadas com perfis comuns aos jovens millennials, com vida ativa virtualmente e debatendo pautas relevantes socialmente, como feminismo. Entretanto, com o desenrolar dos episódios, as particularidades místicas são apresentadas, e acontecimentos misteriosos levam o ar sobrenatural à trama.
Em suma, a websérie Juju tem material para satisfazer também o público “jovem místico”. Os espectadores podem encontrar, não apenas nos episódios, mas também no blog do site oficial conteúdo sobre astrologia, numerologia e cristais. Assim como, um link de acesso para doações destinadas ao financiamento do projeto.
Universo místico nas telinhas
Embora a websérie Juju tenha proposta inovadora, os amantes do misticismo conseguem encontrar referências sobre outras séries populares com a temática como Charmed. Atualmente exibida pela plataforma de streaming Netflix, a série foi um sucesso entre o fim dos anos 90 e início de 2000. Primeiramente contando a história de três irmãs bruxas que pertenciam a uma longa linhagem mágica, e com o desenrolar da história apresentava também outras criaturas do universo sobrenatural.
A série foi foi a mais longa com protagonistas mulheres, apresentando oito temporadas ao todo. Posteriormente se tornou também tema de uma HQ que é traduzida pelo fã-clube original da série. Charmed levou para a TV elementos do mundo esotérico, como poções escritas em grimórios, e encantamentos para os mais variados fins.
Similarmente a Juju, na mesma linha de mulheres negras na bruxaria, deve ser conferida a série colombiana Sempre Bruxa , que narra a trajetória de Carmen (Angely Gaviria), uma jovem bruxa do século XVII que viaja no tempo para escapar da morte na fogueira. Chegando ao século XXI, Carmen tem de lidar com as diferenças culturais históricas enquanto tenta manter suas habilidades sobrenaturais em segredo.