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Aluayê | Chico Alves e Toninho Geraes lançam novos afro-sambas em show no RJ

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Afro-sambas de Toninho Geraes e Chico Alves foto de João Salamonde

“A vida é a arte do encontro”, já dizia Vinicius de Moraes. E foi com esse axé do Poetinha e sob as bençãos dos Orixás que nasceu o álbum “ALUAYÊ – OS NOVOS AFRO-SAMBAS” (Mills Records), fruto da união dos compositores Chico Alves e Toninho Geraes com o Trio JANAJU, formado pelo maestro Jaime Alem e pelas cantoras Nair Cândia e Jurema de Cândia.

Inspirado no disco de Vinicius de Moraes e Baden Powell, lançado em 1966 e considerado um divisor de águas na história da Música Popular Brasileira, “ALUAYÊ – OS NOVOS AFRO-SAMBAS” será lançado em 30 de junho, às 20h, no Teatro Riachuelo, com participação especial do violonista Marcell (filho de Baden) Powell. Ingressos de R$ 50 a R$ 80.

Compositor de sucessos nas rodas de samba Brasil afora, gravado por Beth Carvalho, Martinho da Vila e Zeca Pagodinho, o mineiro Toninho Geraes tem seis discos autorais lançados e, desde “Preceito” (2009), ensaiava mergulhar nas águas profundas dos Orixás.

E os novos afro-sambas, como “Benguelê”, “Mãe Rezadeira”, “Paixão é Maré”, “Rainha Ginga”, “Coisas da Minha Terra” e “Dor de Amor”, ganharam corpo e alma quando o mineiro cruzou versos e acordes com o capixaba Chico Alves, com dois álbuns lançados, parceiro de Moacyr Luz, Toninho Nascimento e Wilson das Neves.

Escute aqui: https://mills-records.lnk.to/AluayeAR

“Pedi essas melodias aos Orixás, me conectando com as melodias lá de cima”, revela Geraes. “Ele me mandava as melodias assobiadas e eu caprichava nas letras”, completa Chico Alves. Essa viagem deslumbrante à linguagem dos afro-sambas, porém, carecia de uma sonoridade capaz de transportar o ouvinte ao universo habitado pelas nossas entidades musicais.

“Queríamos revisitar esse universo de Baden e Vinicius, mas não tínhamos ainda a pessoa certa para fazer isso junto conosco. Buscamos por aí até conhecer pessoalmente Jaime, Nair e Jurema, que trouxeram a estética que sonhávamos para o disco”, rebobina Alves.

Responsável pelos arranjos dos novos afro-sambas, Alem lembra que pegou o violão logo que recebeu o convite. “Disse a eles que não só estava dentro, mas que faríamos um disco histórico porque todas as músicas são maravilhosas”, prevê Jaime Alem, conhecido por ter sido maestro da banda de Maria Bethânia por quase três décadas.

A banda que acompanha Chico Alves e Toninho Geraes é formada por Jaime Alem (violões), Dirceu Leite (flauta e sax), Rômulo Gomes (contrabaixo), Felipe Tauil e Robson Batata (percussões) e Vitor Vieira (bateria).

Serviço:

ALUAYÊ – OS NOVOS AFRO-SAMBAS | Show de lançamento

QUANDO: 30 de junho, quinta-feira, às 20h

ONDE: Teatro Riachuelo Rio – Rua do Passeio, 38 / 40, Centro do Rio

QUANTO: Plateia VIP R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia); Plateia Lateral R$ 80 (inteira) e R$ 35 (meia), Balcão Nobre a R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), Balcão Superior a R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)

CLASSIFICAÇÃO: Livre

E MAIS: A casa dispõe de 990 lugares, a censura é livre e as vendas são efetuadas na bilheteria do teatro e no www.sympla.com.br

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Música

Bambas do samba: Geraldo Pereira

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Em ocasião do Dia Nacional do Samba lembramos a figura de Geraldo Pereira

”Geraldo Pereira, vara madura que não cai, deixou belos e bons sambas que influenciaram outros segmentos musicais, cujo maior exemplo é a Bossa Nova”
João Nogueira


Você pode não ligar o nome a pessoa, mas certamente conhece algumas de suas músicas: Bolinha de Papel, Falsa Baiana, “Pisei num despacho”, Sem Compromisso (que muitos pensam ser do Chico Buarque), Escurinho são alguns dos inumeráveis clássicos de Geraldo Pereira, cujas composições ajudaram a desenhar o cenário musical do samba . Nascido em Juiz de Fora em 23 de Abril de 1918 o sambista foi morar ainda criança no morro da Mangueira por volta dos onze, doze anos – a idade é imprecisa – e cresceu convivendo com grandes sambistas e malandros do morro. Desde cedo já demonstrava talento para a música – teve aulas de violão com Alfredo Português, Pai adotivo de Nelson Sargento. Aos 17 anos já arriscava suas primeiras composições.


Geraldo Pereira foi um grande cronista social do seu tempo. Através de seus sambas é possível ter uma ideia de como era o Rio de Janeiro na primeira metade do século XX. Ao mesmo tempo que são o retrato de uma época, suas canções se tornaram eternas e até hoje são regravadas e cantadas em rodas de samba em todo o Brasil. Geraldo Pereira Chegou a ter uma música censurada pela ditadura do Estado Novo, chamada Ministério Da Economia, onde ele fala das agruras de um sujeito cuja vida estava tão difícil que sua esposa foi “meter os peitos na cozinha de madame em Copacabana”. A música só veria uma gravação no início dos anos 1980 pela voz do saudoso Monarco.

Quem tomava aulas de violão com Geraldo Pereira pelos bares da Lapa era João Gilberto, que mais tarde seria considerado um dos pais da Bossa Nova. O baiano era um grande admirador da forma como o sambista tocava seu instrumento, aliás Geraldo Pereira é tido como o mestre do samba sincopado. Na linguagem técnica das partituras, síncope significa prolongar o som de um tempo fraco em um tempo forte que vem a seguir. Assim resulta em um ritmo pulado, requebrado, brejeiro, o samba de gafieira, que é diferente daquele tocado nas escolas de samba. Não foi por acaso que nos anos 1960 João Gilberto gravou Bolinha de Papel.

Toda essa genialidade não impediu que Geraldo tivesse uma vida difícil no morro, como a maioria dos sambistas de sua época. Ele sai de cena justamente quando sua carreira começava a se consolidar: na Lapa envolveu-se numa briga com o lendário Madame Satã. Foi golpeado e foi ao chão. Levado para o Hospital dos Servidores veio a óbito no dia oito de Maio de 1955. No carnaval de 1982 Geraldo Pereira foi enredo da Unidos do Jacarezinho. Suas canções até hoje são celebradas. Em suas letras estão sonhos, dores, alegrias e imagens que povoam o imaginário brasileiro. Geraldo Pereira presente!

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