O aclamado cineasta brasileiro Alek Lean conquistou o prêmio de Melhor Curta-Metragem de Consciência Social na Índia durante o SIFF (Sittannavasal International Film Festival) em Karaiyur com seu filme “Como Matar uma Boneca”.
Nas redes sociais, o diretor expressou sua gratidão: “Obrigado júri do SIFF por esse reconhecimento do nosso trabalho e pelo entendimento do propósito que o filme traz para o público. Parabéns, equipe linda!”
O curta-metragem foi inteiramente produzido próximo à reserva biológica de Jaceruba, no Rio de Janeiro. Contou com uma equipe majoritariamente composta por profissionais negros da Baixada Fluminense e de regiões periféricas da cidade. Uma das locações utilizadas foi uma área florestal.
A trama gira em torno de “Senhora”, uma fotógrafa ambiental sensitiva que tem a capacidade de sentir energias através de uma guia de Oxumaré que ela carrega no peito. Ao encontrar uma boneca na densa mata, decide entregá-la na casa mais próxima que encontra antes de seguir seu caminho. Por coincidência, a boneca pertence à dona da casa, uma mulher estranha que tem comportamentos perturbadores envolvendo o brinquedo. Com poucos diálogos, o filme revela muito mais através de símbolos e referências ocultas, fazendo críticas e reflexões sobre acontecimentos recentes.
Aliás, veja o trailer de “Como Matar uma Boneca”, e siga lendo:
“Como Matar uma Boneca” foi o vencedor do Prêmio LabCurta – FUNARJ 2022. O filme estreou no Brasil no final de junho no renomado 46º Guarnicê Festival de Cinema, um dos festivais mais antigos e tradicionais do país. Sua estreia internacional ocorreu no início de julho, em Lisboa, no conceituado Festin (Festival Itinerante de Cinema de Língua Portuguesa). A bela trilha sonora, composta por Juliana Pinheiro, já está disponível em plataformas digitais. “Como Matar uma Boneca” apresenta a assinatura do premiado diretor, explorando elementos de mistério e horror.
Alek Lean é conhecido por sua versatilidade, tendo experimentado diversos gêneros, como os aclamados videoarte “Por trás das tintas” e o docudrama “Eu não nasci pra ser discreta”, ambos disponíveis na plataforma Todesplay. Além de ser pedagogo, produtor, roteirista e cineasta, Alek Lean possui formação na Escola de Cinema Darcy Ribeiro e no Centro AfroCarioca de Cinema Zózimo Bulbul. Seus filmes já foram exibidos em mais de 50 países, em festivais nos quatro continentes. Ele recebeu o Prêmio de Melhor Curta Internacional no Caribe, além de mais de 10 Menções Honrosas do Júri em festivais no Brasil, África e Europa.
Além disso, Alek Lean também foi agraciado com o Prêmio Latinx21 em Los Angeles, EUA. Ele é idealizador do coletivo Experimental Filmes, que tem o foco em direitos humanos, e atua como curador da Mostra de Cinema Curta Meriti. O cineasta venceu o Prêmio Orgulho da Diáspora Africana de Literatura na FLIDAM 2022. Além disso, ele é membro da APAN (Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro) e participa do movimento Baixada Filma. Atualmente, ministra aulas sobre o Corpo Negro LGBT+ no Audiovisual Brasileiro no Curso de Cinema Antirracista, coordenado pelo cineasta Clementino Júnior, como parte do projeto da Asbrinc.