Crítica
Contrapor (Contradict) | Conheça artistas da palavra de Gana por olhos suíços
Publicado
3 anos atrásem

Contrapor (Contradict) é um documentário de dois cineastas suíços que traz sete músicos de Gana. Logo nas primeiras cenas, lembrei do meu amado Brasil, em especial, da cidade do Rio de Janeiro. A passarela, as construções, pareciam a Avenida Brasil. No decorrer do filme, muitas outras comparações vieram à tona em minha mente. Entre África e Brasil tem uma ponte invisível e fácil de ver. Vi esse filme, Contrapor, antes que viesse a ser exibido no 8º Panorama Digital de Cinema Suíço, a convite da produção do evento.
A proposta de unir artistas e trazer a visão de cada um, ao mesmo tempo em que fazem videoclipes especialmente para o filme é uma árvore que dá bons frutos e gera cenas únicas. Alguns deles afirmam que é dever, como mais privilegiados, tentar mudar o sistema desigual em que vivem. Nana Akosua Hanson, radialista e ativista, diz que eles não podem ficar confortáveis com a forma como as coisas são.
Entretanto, tive vontade de separar aqui alguns outros trabalhos desses artistas que apresentam um sabor ganense temperado pelas consequências da globalização. Por exemplo, Wanlov The Kubolor e M3NSA criticam com ironia ferina a América e filmam um clipe onde pedem esmolas para os Estados Unidos. Ele são os FOKN Bois, os mais engraçados do filme, sim, fazem rir – e pensar. Abaixo tem uma apresentação deles para a BBC.
A cantora Adomaa é uma das forças artísticas que ganham o mundo hoje a partir de Gana. Ela canta o que vive e sente.
Aliás, veja a cantora Adomaa:
Em seguida, temos Worlasi, um músico que tem uma visão diferenciada e propões canções e clipes bem produzidos que conseguem demonstrar e dar alguma noção sobre a realidade de seu país de origem.
Por exemplo, veja “One Life”, um retrato de Gana:
Além disso, Worlasi tem o costume de falar sobre religião e fé em seu trabalho. O poder que Deus dá… Ou a religião, e como pode ser usada de formas estranhas por um poder material, dinheiro, sexo. Contudo, ele traz também a força da possibilidade, porém com foco nos negros. O clipe a seguir é a junção de diversos momentos icônicos e marcantes de negros vitoriosos. De Muhamad Ali passando por Usain Bolt, chegando em Michael Jordan, e até Obama, com ganhos do boxeador ganense Azumah. A música tem sabor e ritmo e deixa claro que sim, tudo é possível.
Poetra Asantewa faz arte criticando os estereótipos da sociedade do que é beleza. Em seguida, no clipe abaixo, ela dá seu recado sobre amor próprio. As imagens que provocam reflexão sobre a cobrança que o mundo exerce.
Enquanto isso, Mutombo Da Poet, é o artista da palavra falada, buscando reflexões sobre os problemas sociais.
Então se liga nesse bloqueio de escritor de Mutombo Da Poet:
Inclusive, saiba que Gana é um país multilíngue. Aproximadamente oitenta línguas são faladas por lá, entre elas o akan. Akan é também o rapper que não se preocupa em cantar em inglês.
Enfim, saca só o Akan:
Sinopse de Contrapor (Contradict):
Com direção de Peter Guyer e Thomas Burkhalter. Afinal, como se deu o desenvolvimento da globalização e as mudanças de valores desde o seu início em Gana e no continente africano? Como queremos confrontar e nos contrapor a essas mudanças? A nova visão do futuro pode se tornar realidade global? Dois cineastas suíços buscam estas respostas. Tudo com a ajuda de sete músicos de Gana – M3NSA, Wanlov The Kubolor, Adomaa, Worlasi, Akan, Mutombo Da Poet e Potera Asantewa. Eles criaram novas músicas e produziram videoclipes especialmente para o documentário.
SERVIÇO:
8º Panorama Digital do Cinema Suíço
Quando: De 27 de agosto a 6 de setembro
Onde: Online pela plataforma Sesc Digital: www.sescsp.org.br/panoramasuico
Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

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Cinema
EO – O mundo visto pelos olhos de um burro
Foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2023
Publicado
5 dias atrásem
30 de maio de 2023Por
Luciano Bugarin
Estreia neste dia 01/06, “EO” do diretor polonês Jerzy Skolimowski. O filme acompanha a incrível jornada de um burro, após ele ser tomado de um circo por autoridades locais em uma campanha contra maus tratos a animais.

Foi indicado ao Oscar de melhor filme internacional de 2023. “EO” é uma homenagem ao filme “A Grande Testemunha” (1966), de Robert Bresson. Segundo Jerzy, esse filme também centrado em um burro, foi o único que o fez chorar.
Acompanhamos a jornada de EO por meio de encontros e desencontros, enquanto ele observa um mundo totalmente novo. Sua visão inocente e passiva do mundo atua como a visão do próprio espectador. Um olhar sobre um mundo contemporâneo.

A jornada de EO
O burro é um animal que costuma aparecer em algumas fábulas. E nesta fábula moderna, onde nem tudo é o que parece, embarcamos com EO em uma jornada perigosa com muitas descobertas e uma alternância entre momentos de angústia e outros sublimes.
O filme busca representar a percepção e a sensibilidade de EO em relação ao que ele vê e o que interage. A fotografia, a edição e a trilha musical funcionam nesse sentido de uma forma tão harmoniosa que dificilmente um espectador não se sentirá conectado ao simpático burrinho.

A interpretação de EO
xistem alguns filmes estrelados por animais. Porém animais realmente interpretam ou simplesmente reagem a estímulos? No início do filme, EO é um artista, pois participa de um espetáculo circense-teatral com Magda. Ironicamente, após a ser libertado ele passa a ser um simples burro de carga.
Muitas vezes, EO não reage ao que acontece à sua volta no filme. Porém quando isso ocorre, é de forma surpreendente. Segundo o diretor, algumas cenas que pareciam ser complicadas sucediam de forma tranquila. Enquanto, outras que pareciam mais simples foram mais trabalhosas.

Algumas cenas também foram adaptadas de acordo com as reações e comportamento do burro. Aliás, dos burros, pois EO foi interpretado por seis burros: Tako, Ola, Marietta, Ettore, Rocco e Mela.
O poder e o mistério da natureza
Eventualmente, durante a jornada de EO vemos muitos cenários belos e solitários. Ou seja, o filme mobiliza o espectador por meio da articulação entre as locações, os sons e as cores. A natureza é exuberante. Essa exuberância é mostrada como um mundo, o qual nós humanos não paramos para prestar atenção. Um mundo que estamos despreparados para lidar ou que encaramos com descaso.

Enfim, outro aspecto abordado é a comunicação. Afinal, nós, humanos, temos diversas barreiras de idiomas, presentes nos personagens dos filmes. Desse modo, essa barreira que também nos impede de entender os animais, parece inexistente para EO, inclusive quando ele se depara com outras espécies. Nesse sentido, o filme também funciona como uma defesa da causa animal.
Onde assistir EO
Em suma, o filme possui um ritmo agradável com uma trama cativante. Portanto, vale a pena conferir na tela grande!
Por último, consulte a rede de cinemas de sua cidade para encontrar sessões disponíveis.


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