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Cinema

Crítica | ‘A Pequena Sereia’ desenvolve os personagens melhor que a animação

Hans Christian Andersen: “Mas uma sereia não tem lágrimas, e, portanto, ela sofre muito mais”

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crítica A Pequena Sereia

O início de A Pequena Sereia é lindo. A imensidão das ondas e uma frase do conto de Hans Christian Andersen, no qual o filme se baseia: “Mas uma sereia não tem lágrimas, e, portanto, ela sofre muito mais”. Tal começo cria a esperança de uma maior profundidade (com trocadilho por gentileza), as metáforas clássicas seguem ali, mas podemos interpretar de muita maneiras, como sendo Ariel um ser mais espiritual e evoluído, mas que deseja vivenciar as experiências terrenas.

A princípio, o melhor do filme é, indubitavelmente, a atriz Halle Bailey com seu carisma e uma voz impressionante. Realmente nasce uma nova estrela cinematográfica. Por outro lado, o longa peca em sua lentidão, ou seja, falta alguma dinamicidade. Porém, isso também pode ser visto como ponto positivo, pois permite o desenvolvimento dos personagens de uma forma muito mais eficiente do que na animação clássica de 1989, a qual, aliás, era uma das minhas preferidas.

O fundo do mar é eficiente com boa computação gráfica, mas não impressiona como Avatar – O Caminho da Água. O peixe Linguado perde muito da graça no formato “realista” e quem se destaca é o crustáceo Sebastian com suas estratégias e bom humor. Pelo lado negativo, o princípe Eric (Jonah Hauer-King) carece de empatia com o público, em especial quando canta sua canção, que chega a causar certa sonolência.

Segunda metade é superior

A película se divide em duas partes, sendo a segunda bastante superior, quando Ariel sai do mar e as coisas se passam em terra firme. A sereia abre mão de seu dom mais precioso, a sua voz, para ir em busca de um grande amor e de experimentar a diversidade terrena. Tudo melhora e o conto de fadas ganha novos tons. É divertido acompanhar as descobertas de Ariel nesse novo mundo e suas interações.

Fica mais compreensível a paixão entre Ariel e Eric do que no desenho animado, pois vemos as afinidades que possuem, com gostos parecidos. Ambos tem essa vontade de conhecer novas culturas e uma coragem além do comum e são tolhidos por seus pais, não por maldade, mas sim pela tradicional preocupação com a eterna inconsequência juvenil.

Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez) está bem como o Rei Tritão. Mas o outro grande destaque é a atuação da atriz Melissa McCarthy como a bruxa do mar Úrsula. Está bastante bem caracterizada com seus muitos tentáculos que possuem vida própria e expressões e trejeitos maléficos. Um dos momentos mais aterrorizantes do filme é a entrada de Ariel no covil maligno da bruxa. É como uma descida ao inferno para fazer um pacto com o diabo.

O final de A Pequena Sereia é bastante superior, e mais emocionante, que o término da animação e passa uma mensagem muito contundente sobre união entre povos. Essa talvez seja a principal lição moral da película.

Por fim, confira o trailer de A Pequena Sereia :

A Pequena Sereia é a história de Ariel, uma bela e espirituosa jovem sereia com sede de aventura. A mais nova das filhas do Rei Tritão, e a mais rebelde, Ariel anseia por descobrir mais sobre o mundo além do mar. Dessa forma, ao visitar a superfície, se apaixona pelo Príncipe Eric. Embora as sereias sejam proibidas de interagir com os humanos, Ariel deve seguir seu coração e, para isso, faz um acordo com a malvada bruxa do mar, Úrsula, que lhe dá a chance de viver em terra firme, mas acaba colocando sua vida – e a coroa de seu pai – em perigo.

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Cinema

Museu do Amanhã exibirá filmes da Mostra Ecofalante de Cinema durante a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente 2023

Serão 10 filmes do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais

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Aguas Do Pastaza ecofalante 2023 SEMEIA

Como parte da programação da SEMEIA, a Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, o equipamento cultural exibirá 10 filmes da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais.

A princípio, as sessões acontecerão entre os dias 6 e 9 de junho e contarão com acessibilidade para pessoas surdas. No dia 7, uma das produções contará também com Closed Caption e, no dia 8 de junho, no feriado de Corpus Christi, a exibição terá, ainda, com Closed Caption, audiodescrição e Libras.

Destaques

A programação da mostra abre no dia 6 de junho com o filme “Águas do Pastaza”, sobre a comunidade Suwa, localizada na fronteira entre o Equador e o Peru.

No dia 7, os curtas “Dia de Pesca e de Pescador” e “Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada” falam sobre como o brincar está inserido no dia a dia das crianças indígenas e como o cotidiano dessas comunidades se reproduzem de forma lúdica.

“Crescer onde nasce o sol” se passa numa comunidade onde o brincar parece não ter lugar e este ato se torna quase uma ação de resistência pelas crianças que, brincando, sonham com um futuro melhor. Por fim, “Aurora, a Rua que Queria Ser Rio” traz a história de um rio reprimido e canalizado para dar lugar ao “progresso”.

No dia 8 de junho, o documentário “Mata” abordará a resistência de um agricultor e uma comunidade indígena diante do avanço das plantações de eucalipto. A sessão será a única com Closed Caption, audiodescrição e Libras. Para encerrar, o último dia abre com “Borboletas de Arabuko”, que retrata o ofício de cultivadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental. Em seguida, “Movimento das Mulheres Yarang” documentou a história de um grupo de mulheres do povo Ikpeng, que formou um movimento para coletar sementes florestais e restaurar as nascentes do Rio Xingu, que passa por suas aldeias. Por fim, “Meu Arado, Feminino”, destaca a pluralidade feminina do campo e seu elo com a natureza.

SEMEIA

De 5 a 11 de junho, a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, que faz parte da rede de equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, trará uma programação com rodas de conversa, oficinas, filmes, ativações artísticas e shows. Afinal, o objetivo é promover trocas e aprofundamentos sobre temas como preservação da água, saberes tradicionais, soberania alimentar, crise climática, direito à informação e cooperação para a sustentabilidade. Todas as atividades são gratuitas e algumas precisam de inscrição antecipada porque estão sujeitas a lotação.

Em seguida, confira a programação da Mostra Ecofalante durante a SEMEIA:

6 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Filme Águas de Pastaza (Inês T. Alves, Portugal, 60′, 2022) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

7 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Dia de Pesca e de Pescador (Mari Corrêa, Brasil, 2015, 3′) *com Libras

Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada (Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro, Veronica Monachini, Brasil, 2016, 19′) *com Libras

Crescer onde nasce o sol (Xulia Doxágui, 2021, Brasil, 13′)*com Libras e Closed Caption

Aurora, a Rua que Queria Ser um Rio (Redhi Meron, 2021, Brasil, 10′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

8 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Mata (Fábio Nascimento, Ingrid Fadnes, 2020, Brasil / Noruega, 79′) *com Libras, Closed Caption e audiodescrição

Onde: Observatório

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

9 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Onde: Observatório

As Borboletas de Arabuko (John Davies, 2020, Reino Unido, 10′) *com Libras

Yarang Mamin – Movimento das Mulheres Yarang (Kamatxi Ikpeng, 2019, Brasil, 21′) *com Libras

Meu Arado, Feminino (Marina Polidoro, 2021, Brasil, 21′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

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