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Cinema

Animais na Pista | Cinema da Paraíba usa plano-sequência e faz crítica dura

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Crítica Animais na Pista

Esse ano li o livro “Carne Crua” com diversos contos de Rubem Fonseca. Uma escrita seca, violenta, muitas vezes incômoda. Ele é o criador do personagem Mandrake e suas muitas aventuras, que já viraram uma ótima série televisiva. Então, recebi para ver antecipadamente alguns filmes do Festival O Novíssimo Cinema da Paraíba.

Entre os filmes, um curta-metragem baseado exatamente em um conto de Rubem Fonseca. O filme “Animais na Pista” é uma crítica ao egoísmo humano e a uma falta de humanidade. A obra, adaptação livre de “Relato de ocorrência em que qualquer semelhança não é mera coincidência”, tem direção e roteiro de Otto Cabral.

A princípio, a atmosfera é mórbida e a fotografia segue nesse tom, um avermelhado que combina com a hora da madrugada. A direção de fotografia de Rodolpho de Barros merece elogios. Ao fundo podemos ver belas nuvens.

Além disso, a direção de Otto Cabral impressiona na forma como segue em grande parte numa única tomada, um plano-sequência muito interessante, mas cujos movimentos da câmera podem trazer certa tontura e desagradar em certos momentos.

O dia amanhece e vemos um grupo de pessoas com um interesse animal. Então entendemos a perspectiva da câmera e sentimos uma tristeza pungente.

Afinal, um filme rápido, mas que passa seu recado com profundidade, com várias qualidades incluindo uma boa captação e edição de som, com trilha sonora cujo violino alimenta a reflexão e embala a produção. Direção e roteiro de Otto Cabral, que mostra visão.

Serviço

O Novíssimo Cinema da Paraíba

Data: 5 a 18 de agosto

Horário: das 12h do dia 5.08 às 23h59 de 18.08

Valor: Gratuito para assinantes e não assinantes www.belasartesalacarte.com.br/browse

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Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

Cinema

Critica | A Primeira Comunhão

Filme do diretor espanhol Victor Garcia tem distribuição da Paris Filmes e está nos cinemas

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critica a primeira comunhão

O terror que entrega mais atuação do que enredo

A Primeira Comunhão, filme do diretor espanhol Victor Garcia, conhecido pelo premiado filme De Volta a Casa Da Colina (2007), traz a história de Sara, uma adolescente simples e com dificuldades para fazer amizades na nova cidade. Após mudar com sua familia para o interior da Espanha, Sara conhece Rebeca, uma adolescente rebelde e mal falada na cidade que em determinada noite leva Sara para uma balada um pouco distante de sua casa.

Porém, na volta, as duas se arriscam ao pedir carona para o traficante da cidade. No trajeto Sara avista uma menina vestida de branco com uma boneca de primeira comunhão na mão. Após Chivo parar o carro assustado, Sara desce a procura da menina, Rebe a repreende e pede para que volte para o carro e em seguida a personagem principal encontra a fatídica boneca. Rebeca e Chivo, que já conheciam sobre uma antiga lenda da cidade acerca da garota e da boneca, a chamam de volta para o carro, mas Sara leva a boneca consigo. Dessa forma, a partir daquele momento, todo o grupo é amaldiçoado pela boneca e por Marisol (a dona da boneca).

Pontos positivos

Um dos maiores pontos positivos do filme é a capacidade do elenco de entregar ótimas atuações, dando ênfase a Aina Quiñones, que interpreta Rebeca. Em seu show particular, Aina entrega tudo que se espera de um filme como esse: medo e aflição. Uma das cenas que envolve o pai de Rebeca é digna de prêmios, um pai que só maltrata a filha e a trata do modo visto no filme, ao ver a filha em possessão se desespera ao ponto de arrombar uma porta e trazer emoção pura a cena.

Já o ponto alto se mostra já pelo final, em uma cena em um poço. A atuação de Carla Campra é simples, mas no momento dessa sequência se faz importante e mostra como a simplicidade pode agregar muito a uma obra. Vale ressaltar sobre a atuação de Carla no momento do acidente de Chivo, onde a mesma entrega emoção e desespero, um momento que com certeza é marcante ao mostrá-la como indefesa diante de toda situação.

Aliás, veja o trailer de A Primeira Comunhão, e siga lendo:

Afinal, A Primeira Comunhão traz um terror genérico, mas com boas atuações e cenas de suspense. Sente-se a falta da trilha que leva o publico a estar mais concentrado no filme e até mesmo a se sentir mais imerso naquela realidade. A obra aborda temas que a indústria espanhola vem utilizando cada dia mais como a amizade e o romance adolescente. Um ponto que pode incomodar aos românticos de plantão é o fato de Sara e Pedro não se aprofundarem em sua relação e nem mesmo terem tantas cenas românticas do único casal abordado no filme.

No geral o filme é bastante conveniente para aqueles que curtem um terror básico, mas que ainda sim entregue o suspense digno de filmes do segmento. Algumas cenas como o terror familiar de Rebeca podem vir a gerar gatilhos a quem passa ou já passou por situações parecidas. mas sem dúvidas é um tema importante a ser abordado.

A Primeira Comunhão (The Communion Girl), com distribuição da A Paris Filmes, está nos cinemas brasileiros.

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