Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e termos de uso.
Aceito
Vivente AndanteVivente AndanteVivente Andante
  • Cinema
  • Música
  • Literatura
  • Cultura
  • Turismo
Font ResizerAa
Vivente AndanteVivente Andante
Font ResizerAa
Buscar
  • Cinema
  • Música
  • Literatura
  • Cultura
  • Turismo
CríticaCinema

‘Besouro Azul’ se destaca ao focar no público latino e bebe do cristianismo

Por
Alvaro Tallarico
Última Atualização 15 de agosto de 2023
5 Min Leitura
Share
SHARE

“Besouro Azul” (Blue Beetle) é um tipo de mosaico cultural. O filme emerge como um esforço de ser algo relativamente novo dentro do gênero de super-heróis. Mas não é. É genérico e mistura Venom, Homem-Aranha, Homem de Ferro, Homem-Formiga num garoto mexicano. Seu mérito é o foco nesse público-alvo, revelando uma rica tapeçaria de referências culturais latino-americanas que adiciona boas camadas à trama.

O filme da Warner Bros. Pictures marca a estreia desse desconhecido super herói da DC Comics nas telonas. A direção de Angel Manuel Soto é boa, com cenas divertidas de ação e bom timing para comédia, sem novidades, estilo feijão com arroz. Entretanto, fazer arroz com feijão bem feito já é uma qualidade, certo? Xolo Maridueña está bem no papel principal de Jaime Reyes.

Na sinopse, o recém-formado na faculdade, Jaime, retorna para casa cheio de aspirações para o futuro, apenas para descobrir que sua casa não está exatamente como ele a deixou. Enquanto busca encontrar seu propósito no mundo, o destino intervém quando Jaime se vê inesperadamente em posse de uma relíquia antiga de biotecnologia alienígena que o escolhe para hospedeiro simbiótico. Dessa forma, ele ganha uma armadura capaz de poderes extraordinários que dependem da sua própria imaginação.

Há sim algumas passagens notáveis, onde destaca-se a cena em que Jaime Reyes, o protagonista, após transformado, encontra seu reflexo na imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, a santa padroeira dos latino-americanos, na parede da casa de sua família. Essa escolha simbólica não apenas vincula Jaime a um destino maior, mas também estabelece uma conexão espiritual que permeia todo o enredo. Isso é algo que fica bastante claro em outra cena que evoca a icônica imagem da criação de Adão por Deus. A dualidade entre sua vida cotidiana e sua jornada como Besouro Azul ganha um caráter mais profundo através desses elementos. Essas referências não apenas reforçam as raízes culturais, latinas e católicas, mas também insere um toque de transcendência e propósito na jornada do herói. É um bom diferencial de tantos outros filmes de herois esse gole de catolicismo e fé.

Aliás, veja o trailer de “Besouro Azul” e siga lendo:

Além disso, há outros detalhes sutis de marcas da cultura pop latina, como os bonecos de Cheech e Chong presentes no carro do tio Rudy, o qual, aliás, funciona bem como alívio cômico durante a exibição. Ainda por cima, a novela mexicana “Maria do Bairro” é citada diversas vezes.

Posso ressaltar também que o filme acerta ao explorar as relações familiares. A jornada de Jaime, marcada por sua busca por identidade e responsabilidade, ecoa temas similares explorados em “Shazam”, especialmente essa questão da família que participa ativamente. A vovó diverte e é usada para momentos “lacração”.

Algo que não poderia deixar de falar é sobre a contribuição de Bruna Marquezine como parte do elenco. Sua atuação elegante e carismática acrescenta ao filme, conferindo-lhe um frescor cativantemente brasileiro. A atuação dela é boa, e talvez só perca para a excelente Susan Sarandon, que mesmo com um péssimo texto e personagem entrega uma excelente interpretação.

“Besouro Azul” flerta o tempo todo com elementos de outros heróis da cultura pop e sua maior distinção é exatamente essa ênfase dedicada ao público latino-americano e brasileiro. Essa é a grande estratégia de marketing, mas até acaba por conferir ao filme um certo ar de autenticidade e identificação.

No entanto, seria bom ver alguma coisa realmente inovadora, e não somente uma colagem em espanhol de tantos outros filmes de heróis num roteiro simplório. Em suma, “Besouro Azul” se esforça para encontrar seu lugar entre os heróis cinematográficos e tem um ar de “Sessão da Tarde” despretensioso do início ao fim, o que pode ser visto como um mérito.

Em suma, o retorno financeiro desejado do longa dependerá, em grande medida, da resposta do público que busca não apenas ação, mas também uma conexão profunda com suas origens. Porém, o Chapolin Colorado seguirá sendo o melhor e maior mexicano herói da cultura pop. E, lógico, se faz presente no filme.

Por fim, leia mais, e veja um clipe em animação:

Gatos no museu – Um belo filme sobre arte para crianças

O Lado Bom da Vida | Resenha

Paris Filmes apresenta o trailer claustrofóbico de ‘Sem Ar’

Tags:besouro azul é bomcritica besouro azulfilme besouro azul
Compartilhe este artigo
Facebook Copie o Link Print
Alvaro Tallarico's avatar
PorAlvaro Tallarico
Follow:
Jornalista especializado em Jornalismo Cultural pela UERJ.
Nenhum comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gravatar profile

Vem Conhecer o Vivente!

1.7kSeguidoresMe Siga!

Leia Também no Vivente

CineOP - CInema em Ouro Preto
CinemaCulturaEventos

Meu Cartão Postal de Ouro Preto | 16ª CineOP promove exposição fotográfica virtual e abre inscrições para participação do público

Redação
3 Min Leitura
A Dança dos Vampiros, de Polanksi. Saiba mais aqui.
CinemaCríticaNotícias

A Dança dos Vampiros | Dica para quarentena

Luciano Bugarin
6 Min Leitura
Jovens Bruxas
CinemaNotícias

Jovens Bruxas – Nova Irmandade | Confira cena do filme

Redação
1 Min Leitura
logo
Todos os Direitos Reservados a Vivente Andante.
  • Política de Privacidade
Welcome Back!

Sign in to your account

Username or Email Address
Password

Lost your password?