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‘Dois Papas’ é divino | CRÍTICA

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Dois Papas é um filme bem realizado.

‘Dois Papas’ tem uma direção primorosa de Fernando Meirelles. Cortes precisos entre as imagens, por crucifixos e mãos, rostos e batinas. Ao som de “Dancing Queen” do ABBA, a ironia fica explícita e parece que vemos um baile de cardeais passando por caminhos tortuosos entre política e espiritualidade. O filme se confunde entre realidade e ficção e por muitas vezes mais parece um documentário.

A princípio é um drama biográfico, escrito por Anthony McCarten, com base na obra, “O Papa”. É estrelado por Anthony Hopkins e Jonathan Pryce que vivem, respectivamente, o conservador alemão Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, e o reformista argentino Jorge Bergoglio, Papa Francisco. Dois gigantes da atuação que trazem trabalhos esmerados ao extremo. Elenco não faz um bom filme, já é sabido. Entretanto, quando forças dessa magnitude divina se unem sob o comando detalhista de um diretor da estirpe de Fernando Meirelles, tem tudo para fluir em algo abençoado. E é assim que ocorre.

O duelo de closes e opiniões seguido pela caminhada através dos jardins é belo e elucidativo. Os dogmas da Igreja são debatidos entre dois baluartes do catolicismo. Fernando Meirelles brinca com o foco e é como se o espectador estivesse ali pertinho, vendo os dois andando, acompanhando a conversa. O passado também surge em preto e branco, tempo de escolhas e sinais que guiam um homem para uma missão grandiosa. ­

Fotografia belíssima

A fotografia de César Charlone é louvável, e a beleza salta aos olhos. Passado e presente vão e voltam entre belíssimas imagens e emoções diversas. Polêmicas em meio à ditadura argentina não são esquecidas, assim como traumas – e arrependimentos. Perdão, Senhor. O pecado é humanno. O jovem Bergoglio é feito por Juan Gervasio Minujín como muita alma. Há cenas em que ele caminha em meio ao nevoeiro, ou paisagens impressionantes, e Fernando Meirelles mostra seu cinema como poesia. Aliás, a trilha sonora vai de tango até Beatles passando pelo anteriormente citado ABBA, com clássicos italiano também, e acaba por temperar com muito bom gosto, acrescentando cinematograficamente a cada cena.

O início da película se liga maravilhosamente ao fim, o vento sopra a fumaça branca que traz uma nova jornada, do alto da montanha. O recado final segue bonito, contudo, muito mais que isso, é atual e necessário. Ainda temos um cômico epílogo com algumas lembranças recentes relacionadas ao futebol. Enfim, dois Papas, dois seres humanos, em um filme glorioso em sua sofisticada simplicidade.

Trailer:
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Crítica | Transformers: O Despertar das Feras

Sétimo da franquia é mais do mesmo, mas superior a outros

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transformers o despertar das feras

O início de Transformers O Despertar das Feras (Transformers: Rise of the Beasts) é frenético, com uma boa batalha. Em seguida, conhecemos os protagonistas humanos, que são mais cativantes do que de outros filmes. O rapaz latino Noah Diaz (Anthony Ramos) e seu irmão (Dean Scott Vazquez), o qual serve mais como uma metáfora para o espectador. E a divertida Dominique Fishback, como Elena Wallace.

Nessa primeira parte do filme há algumas boas críticas, como o fato de Elena ser uma estagiária e saber muito mais que sua chefe, porém, sem levar nenhum crédito por isso. Enquanto Noah tem dificuldades de arrumar um emprego. Há aqui uma relevante abordagem sobre periferia (Brooklyn) ao vermos alguns dos desafios da familia de Noah, o que o leva a tomar decisões errôneas. A princípio, é um bom destaque essa caracterização dos personagens, em especial, favorece o fato da história se passar em 1994.

Dessa vez, o diretor é Steven Caple Jr., o qual não tem a mesma capacidade de Michael Bay para explosões loucas e sequências de ação. Steven faz sua primeira participação nesse que é o sétimo filme dos robôs gigantes. Ele era fã de Transformers quando criança e procura mostrar os Maximals (Transformers no estilo animal) de uma maneira autêntica.

Aliás, veja um vídeo de bastidores e siga lendo:

O público alvo do longa é o infanto-juvenil, que pode se empolgar com algumas cenas. Contudo, no geral, o roteiro é um ponto fraco. O Transformer com mais destaque aqui é Mirage, que fornece os instantes mais engraçados da história e faz boa dupla com Noah.

Além disso, as cenas no Peru e a mescla de cultura Inca com os robôs alienígenas é válida, com alguma criatividade e algumas sequências tipo Indiana Jones. Há muitas cenas em Machu Picchu e na região peruana que são belíssimas e utilizam bem aquele cenário maravilhoso. Vemos, por exemplo, o famoso festival Inti Raymi em Cusco, antiga capital do Império Inca, o qual o longa usa com alguma inteligência. Pessoalmente, essas partes me trouxeram lembranças pelo fato de que já mochilei por lá (veja abaixo), então aqui o filme ganhou em em relevância pra mim.

O longa se baseia na temporada Beast Wars da animação e traz o vilão Unicron, um Terrorcon capaz de destruir planetas inteiros. Na cabine de imprensa, vimos a versão dublada, a qual ajuda a inserir no contexto dos anos 90 com gírias da época.

Por fim, dentre os filmes dessa franquia que pude ver, esse sétimo está entre os melhores, apesar de ser somente regular, e conta com momentos divertidos. Além disso, a cena pós-crédito (só há uma) promete um crossover com muita nostalgia, Transformers: O Despertar das Feras chega aos cinemas de todo o país na próxima quinta-feira, 8 de junho.

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