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Ruby Cruz, Zoey Deutch e Jonah Hauer-King em cena de "Entre Nós"- Divulgação Paris Filmes
Cinema e StreamingCrítica

Crítica: ‘Entre Nós’ enfatiza as consequências que vêm dos sonhos

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 1 de dezembro de 2025
6 Min Leitura
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Ruby Cruz, Zoey Deutch e Jonah Hauer-King em cena de "Entre Nós"- Divulgação Paris Filmes
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Dirigido por Chad Hartigan, Entre Nós – Uma Dose Extra de Amor apoia-se em um trio carismático para contar uma história que, ironicamente, pouco se aproxima do que seu marketing prometeu

Em um cenário em que as comédias românticas se tornam mais contidas e aderem a questões cada vez mais mundanas e reais, abandonando a fantasia de produções como Um Lugar Chamado Notting Hill (1999, Roger Michell) para mergulhar nas complexidades do afeto, da identidade e dos relacionamentos contemporâneos, Entre Nós- Uma Dose Extra de Amor surge como uma produção que encara seu próprio tema com bem mais franqueza do que seu material promocional deixa transparecer.

Originalmente intitulado The Threesome, o longa apresenta Connor, um homem preso a um relacionamento sem rótulos com Olivia, Zoey Deutch, por quem é apaixonado. Tentando despertar ciúmes na amada, flerta com Jenny Ruby Cruz, até que a interferência impulsiva de Olivia leva os três a um ménage. O que poderia ser apenas uma noite lúdica se transforma em algo muito mais complexo quando ambas engravidam, levando o trio a enfrentar as consequências de um desejo que parecia libertador, mas cobra um preço alto e bastante concreto.

Embora divulgado como um triângulo amoroso, Entre Nós passa longe desse rótulo. A narrativa concentra-se na relação turbulenta entre Connor e Olivia, e nas fissuras que determinam se o casal sobreviverá ou não a seus próprios impulsos. Depois do ménage, os caminhos dos três se separam rapidamente, e Connor torna-se a ponte entre núcleos que funcionam quase de forma independente. Mesmo dividido entre sua paixão por Olivia e suas novas responsabilidades, ele não abdica do papel de pai nem do de amigo, chegando a fingir ser o namorado de Jenny apenas para agradar a família dela, rigidamente religiosa e alheia às nuances daquela noite inesperada.

Ruby Cruz, Zoey Deutch e Josh Segarra em cena de "Entre Nós"- Divulgação Paris Filmes

Ruby Cruz, Zoey Deutch e Jonah Hauer-King em cena de “Entre Nós”- Divulgação Paris Filmes

A dimensão técnica do filme é igualmente articulada. A paleta de cores do primeiro ato, vibrante, luminosa, quase onírica, reforça a leveza inconsequente dos primeiros encontros. Depois desse ponto, porém, o longa se torna mais opaco, apostando em tons pastéis, brancos e num desenho de luz mais sóbrio, refletindo o peso crescente das decisões tomadas.

Apesar de sua promessa de comédia romântica sensualizada, Entre Nós é muito mais um drama realista. O material de divulgação explora intensamente a dinâmica entre os três, mas o filme dedica pouco tempo a essa interação. Olivia, movida por ciúmes e insegurança, torna-se uma presença quase antagônica em vários momentos, sendo que nem mesmo o carisma natural de Zoey Deutch, faz com que o público admire uma personagem que frequentemente toma decisões tão equivocadas que beiram o exasperante, enquanto Jenny acaba em uma posição mais restrita e passiva em sua jornada interna.

A trilha sonora de baladas melosas e o figurino que contrasta claramente Olivia, livre, impulsiva, e Jenny, reprimida, contida, contribuem para um filme fluido mas que deixa a sensação constante de poderia ter se permitido brincar mais com suas próprias premissas ou ter aproveitado melhor seus coadjuvantes, especialmente a mãe de Connor, que, como revelam os erros de gravação nos pós-créditos, possuía material mais rico do que aquele que chegou à montagem final.

Nas narrativas paralelas, o filme aborda temas como aborto, identidade, culpa, maternidade e traição, mas sem perder o foco na jornada emocional de Connor e Olivia. Mesmo cheios de falhas, eles são o eixo que sustenta toda a história, sendo o arco principal a da evolução de ambos, enquanto Jenny serve como ponta para a discussão sobre maternidade, e em certos momentos obstáculo, quando poderia ter sido algo bem maior caso realmente tivessem abraçado as complexidades de um claro triângulo amoroso.

Ruby Cruz, Zoey Deutch e Josh Segarra em cena de "Entre Nós"- Divulgação Paris Filmes

Ruby Cruz, Zoey Deutch e Jonah Hauer-King em cena de “Entre Nós”- Divulgação Paris Filmes

No fim, Entre Nós – Uma Dose Extra de Amor apresenta um roteiro simples, direto e pontuado por sutilezas, entregando uma realidade doce e amarga na mesma medida, não sendo um filme para quem busca escapismo ou idealizações românticas; mas, quando compreendido como drama, revela-se eficiente ao retratar as imperfeições e as complexidades dos relacionamentos atuais.

Distribuído pela Paris Filmes, Entre Nós – Uma Dose Extra de Amor estreia nos cinemas em 11 de dezembro.

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Tags:Chad HartiganCinemacríticaCrítica Entre NósEntre NósEntre Nós- Uma Dose Extra de AmorJonah Hauer-Kingparis filmesRuby CruzThe ThreesomeTriângulo AmorosoZoey Deutch
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