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Crítica

Paty Lopes e o Livro Infantil: Meu Amigo Down

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meu amigo down

“Meu Amigo Down”. É preciso educar desde a infância para que a inclusão cresça mais entre nós. Faz pouco tempo que recebi da doutora Cris Muñoz – autista e mãe de Sophia, uma menina com TEA, atriz, palhaça, pesquisadora e professora – um vídeo, onde ela dizia que este pertencimento de espaço, tirado no passado dessa parte da sociedade, tem crescido de maneira significativa.

As leis têm se ampliado a favor dos deficientes, o que vejo com bastante alegria. Faz pouco menos de um mês que fui assistir ao espetáculo Matar ou Morrer no Centro Cultural da Justiça Federal, a minha frente dois jovens (síndrome de Down) sentaram, e claro que isso me chamou atenção, porque é algo que no passado não acontecia.

No Centro Cultural do Banco do Brasil, a peça “Azul”, arrebatou a sociedade carioca, um espetáculo belíssimo, sucesso de público e crítica, que trouxe um tema bastante discutido, o autismo. Então percebo que estamos ampliando nossos olhares nesse sentido. Eu, uma mulher deficiente, faço residência artística no Museu de Arte Moderna, e tenho reparado, como estamos trabalhando lá, na direção da inclusão.

Sabemos que temos leis que cercam e favorecem os deficientes, mas percebo quer estamos indo para além delas e das contrapartidas também, estamos investindo cada vez mais em uma acessibilidade genuína. Terminei uma oficina de acessibilidade na Escola de Gente, que é uma organização não governamental fundada em 2002 com o propósito de colocar a comunicação a serviço da inclusão na sociedade, de muitíssima importância. Ao término da oficina fui presenteada com três livros infantis, além de outros mais, para adultos.

E como essa coluna foi criada para críticas literárias, questionei para mim mesma: por que não trazer esse assunto?

Abri um dos três livros que chegaram, podemos dizer uma pequena saga, do Meu Amigo Down, escrito por Claudia Werneck. O livro é ilustrado por Ana Paula, com cores que alternam, às vezes mais quentes e outras vezes não, mas que chamam atenção das crianças. A ilustração do amigo down, tem fendas palpebrais estreitas e oblíquas, e pelo que percebi, revendo os três fascículos que chegaram para mim, foi a única coisa que vi no desenho que diferenciava dos demais meninos. Fora o receio da mãe de uma não aceitação do filho entre os coleguinhas, o que deve ser normal. Percebi também entre os coleguinhas do amiguinho down, uma coleguinha negra, sem que fosse a filha de um subordinado, tratada como os demais, mesmo tratando-se de desenho. Ah! Entre os pais também!

Quanto a leitura, tudo começa com o nascimento do amigo down, e o outro menino que imageticamente sonhava com um novo amiguinho para brincar. Mas nada foi como imaginava, a mãe do amiguinho não o levava para conhecer as outras crianças. O menino foi até a casa do amiguinho down, para tentar quebrar a barreira do distanciamento, e uma nova amizade nasceu. A frase do fascículo que mais chamou minha atenção foi: “para meu amigo down me tornei um professor das aventuras do mundo!” Essa frase mexeu comigo, porque além da amizade, nota-se o acolhimento, a necessidade de estar. Esse fascículo, apresenta um menino ouvindo sua mãe quanto a síndrome, o que achei bem explicativo, totalmente educador! ]

No segundo livro, percebe-se um conflito

O enredo do segundo livro apresenta uma reunião escolar dos pais, que acabava em confusão devido ao amigo down, mas a virada de chave, vem quando o amigo passa a perceber como eles eram iguais, quartos bagunçados, que eram parecidos, que o remédio que tomavam era o mesmo e o irmão caçula era tão chato quanto o dele. O terceiro livro fala sobre as festas, a convivência, e também preconceito dos adultos, e que a síndrome de down não os afetava, não era impedimento para nada entre eles.

Neste livro há também outra frase que quebrou meu coração: “adulto estranha quando vê alguém diferente. Criança não, acha tudo natural”. Penso que os livros podem não só educar crianças, mas também nós adultos, pois o texto fala que o amiguinho down fica triste quando sente que as pessoas não gostam dele. Posso dizer que isso muito me tocou. E é preciso que nos toque mesmo, para causar a mudança necessária em cada um de nós. Esses exemplares serão guardados com imenso carinho, porque quando meus sobrinhos, hoje com dois anos, Teodoro e Valentina estiverem maiores, poderei contar essas três historinhas, para que eles aprendam e reflitam sobre os “defeitos de fabricação”, que inclusive não fazem mal a ninguém! Uma leitura leve, regado de bons sentimentos, indico para maiores de quatro anos. Meu Amigo Down amplia o nosso olhar para o bem!

Segue um bom conselho, que aprendi na escola de gente! Quando vocês estiver com algumas crianças, peça para que eles contem até 20, de olhos fechados e depois, ao terminarem a contagem, peça para eles abrirem os olhos em silêncio. Eles notarão que cada um tem seu tempo, mas que não estão impedidos de andarem juntos, basta respeitar o momento de cada um!

A coleção Meu amigo Down tem por objetivo levar às salas de aula e aos lares brasileiros a discussão em torno das diferenças individuais. As três histórias, Meu amigo Down em casa, Meu amigo Down na rua e Meu amigo Down na escola são narradas por um menino que não entende bem por que seu amigo com síndrome de Down enfrenta situações tão delicadas na vida e na sociedade. E até em família. (Sinopse)

Site de venda:

Idealizadora da Escola de Gente, Claudia Werneck é ativista brasileira em direitos humanos, pioneira na disseminação do conceito de sociedade inclusiva (ONU) na América Latina. Jornalista formada pela UFRJ com especialização em Comunicação e Saúde pela Fiocruz, é autora de 14 livros sobre inclusão (WVA) em português, espanhol e inglês, com mais de 400 mil livros vendidos. Sua obra “Quem cabe no seu TODOS?” é referenciada internacionalmente. É a única escritora brasileira recomendada oficialmente pela UNESCO e pelo UNICEF. Seu foco são as políticas públicas inclusivas.

Por fim, leia mais:

Gatos no museu – Um belo filme sobre arte para crianças

O Lado Bom da Vida | Resenha

Crítica

Os Cachorros do Parque | por Paty Lopes

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"Os Cachorros do Parque". Cães são para além de bichos de estimação. Impossível esquecê-los, são responsáveis por momentos bons em nossas vidas. E ajudam muito…

“Os Cachorros do Parque”. Cães são para além de bichos de estimação. Impossível esquecê-los, são responsáveis por momentos bons em nossas vidas. E ajudam muito…

“Maiores taxas de sobrevivência, menos ataques cardíacos, menos solidão, melhor pressão arterial, melhor bem-estar psicológico, menores taxas de depressão e níveis de estresse, menos consultas médicas, autoestima mais elevada, melhora do sono e mais atividade física” são apenas alguns dos benefícios de se ter um animal.

Então quando levamos o assunto para as crianças, temos aí uma boa oportunidade de uma sociedade mais saudável no futuro.

Sem contar com os sentimentos benignos que somos tomados por esses seres quando chegam em nossas vidas.

O livro apresenta um menino que foi morar fora do país de origem e ao chegar lá, sente falta dos amigos, o que acontece com certa frequência.

E no caminho da escola, a criança encontra um cachorro, o qual apelida de Duque.

Eles passam a fazer cia um para o outro, e a solidão parece fazer as malas.

Interessante é que a história fala do benefício que o cachorro traz para a criança, sendo assim, também alimentamos a ideia neles a não maltratarem animais, e isso é outro ponto que julgo muito positivo do livro.

“Em 2022, houve um aumento de 33% no crime de maus-tratos contra animais em relação a 2021. No total, em 2022, foram recebidas mais de 19 mil denúncias – 11 mil sobre maus-tratos.”

Só por esse motivo a existência do livro ganha pontos para mim. Mal chegou em minhas mãos e já está nessa coluna, na frente de muitos outros.

Maltratar animais é crime! Na esfera penal, o crime é previsto pelo artigo 32 da lei n.º 9.605, com alteração da lei nº 14.064/2020, prevendo pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda. Em caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada em ⅓ a ⅙. (vale lembrar)

Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais do Rio de Janeiro – site ou telefone: 1746 (para denúncias de maltrato a animais)

O livro é bem contado, com excelente pontuação, que auxilia muito na hora de contar uma história.

Eu acho que não vou esquecer o  livro: “Os Cachorros do Parque”, porque é uma história que mexe com as nossas emoções. DIgo mais, ele tem magia!

Eu tenho um cachorro, sei que animais são parceiros, necessários, amam e precisam ser amados, por tanto que nos fazem.

Confesso que embora eu tenha entendido a magia do livro, fiquei com o coração contrito em seu desdobramento…

Por quê? Comprem o livro e não, nunca comprem animais, adotem! https://www.suipa.org.br/

Gilberto Martini nasceu em Niterói, há muitos anos. Tanto tempo já se passou que ele já nem lembra mais quando foi. Formou-se economista na Universidade Federal Fluminense – UFF. Depois, fez pós-graduação em Jornalismo na ESPM – SP. Na universidade, conheceu Sônia e, juntos, tiveram três filhos e (ufa) oito netos. Com eles, filhos e netos, reaprendeu a brincar com a magia da vida. Essa história tem como cenário o Jardim de Luxemburgo, em Paris. Lá, Gilberto conheceu Pablo, Madeleine, Carles e as outras crianças. Também no jardim, conheceu o Dr. Guilhaume e Duque, nosso herói canino, com os quais vivenciou a experiência contada neste livro.

As ilustrações do livro não me tocaram, não chamaram a minha atenção, não me conquistaram tanto. Mas temos uma boa história!

Website: http://www.autografia.com.br/loja/os-cachorros-do-parque/detalhes

Em seguida, leia mais:

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