Mufasa: O Rei Leão traz de volta o universo que cativou gerações com o clássico de 1994. Sob a direção de Barry Jenkins, vencedor do Oscar pelo excelente Moonlight, o filme demonstra um respeito notável pelo legado do original, reconhecendo a importância das lições de vida e dos modelos de comportamento que O Rei Leão ofereceu ao público jovem.
Jenkins, felizmente, não se rendeu às exigências tradicionais de grandes franquias, mas fez deste projeto algo genuinamente seu, injetando emoção e imponência visual. No entanto, apesar de muitos méritos, o filme deixa a sensação de que poderia ter sido um sucessor mais digno do marco cultural que o inspirou.
O longa se destaca pelo carisma de Mufasa, agora mais explorado como um jovem leão enfrentando os desafios de sua ascensão ao poder, além da neta Chiara, que tem seus momentos (poucos).
Rafiki, com sua sabedoria peculiar, é um dos pontos altos, trazendo o humor característico que equilibra o drama da narrativa. Há em Mufasa: O Rei Leão um esforço bem-sucedido em resgatar a nostalgia do original, algo que o live-action de 2019, dirigido por Jon Favreau, não conseguiu, falhando miseravelmente. Enquanto a versão de 2019 era tecnicamente boa, faltava-lhe alma e vitalidade, resultando em um filme visualmente deslumbrante, mas emocionalmente vazio. Jenkins corrige isso, devolvendo energia à franquia e lembrando aos fãs por que O Rei Leão conquistou o mundo na década de 1990, com uma bilheteria histórica e uma trilha sonora premiada que incluiu clássicos como “Circle of Life” e “Can You Feel The Love Tonight”.
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Entretanto, Mufasa: O Rei Leão tropeça feio nas canções, que são genéricas e prejudicam o ritmo da trama. Ao contrário do filme original, cuja trilha sonora se tornou um marco cultural, aqui as músicas não deixam marcas significativas. Apesar disso, o filme entrega uma narrativa sólida e emocional, com momentos de humor agradável e uma estética visual impressionante.
Na cabine de imprensa, vi a versão dublada, que não decepciona. Gerações mais jovens e fãs da franquia encontrarão muitos aspectos para se encantar, mas está bem longe de se tornar um clássico. Mufasa: O Rei Leão é, no fim das contas, um bom filme que poderia ter alcançado a majestade e pode agradar toda a família, inclusive por suas boas mensagens passadas de forma eficiente. De certa forma é gratificante ver Barry Jenkins moldar esta obra com sua visão única, fazendo justiça à essência do universo que tanto amamos.