Conecte-se conosco

Crítica

‘Noel Rosa: Coisa Nossa’ traz o Poeta da Vila de volta aos palcos

Um dos maiores músicos da MPB ganha um musical

Publicado

em

crítica noel rosa coisa nossa

Em uma hora e meia, percorremos a vida de um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira, ouvindo seus grandes sucessos a partir de cinco artistas que cantam, dançam e tocam instrumentos. Com uma boa mistura de música, humor e história, o espetáculo musical “Noel Rosa: Coisa Nossa”resume a trajetória desse compositor.

Pessoalmente, sou fã de Noel Rosa. Desde criança meu pai contava histórias de que meu avô, Alvaro, havia conhecido o famoso sambista. Ele sempre cantava “Com que Roupa eu Vou” para mim, e, depois que envelheci, busquei na internet mais sobre a obra desse homem. Lembro do bom filme “Noel: O Poeta da Vila” (2006) que acho até pouco falado (disponível no Belas Artes à La Carte). Até hoje é a melhor obra audiovisual sobre o sambista. Ainda por cima, tenho em casa a 2ª edição do livro “No Tempo de Noel Rosa” (1977), escrita pelo Almirante, cheia de detalhes maravilhosos.

Com um texto escrito por Geraldo Carneiro, que tem momentos bastante criativos, criando rimas e brincando com a poesia de Noel, e a direção eficiente de Cacá Mourthé, este espetáculo é uma interessante celebração da vida e da obra de Noel Rosa.

Estive na estreia, no confortável Teatro Prudential, e acompanhei com atenção os atores-músicos Alfredo Del-Penho e Fábio Enriquez se revezando e vivendo Noel ao mesmo tempo. É uma das graças da peça. Noel ajuda Noel, bebe com Noel, canta com Noel. Há uma química funcional entre os dois atores, com suas alturas distintas e estilos pessoais únicos.

Noel Rosa e o Gago Apaixonado

“Noel Rosa: Coisa Nossa” traz os maiores sucessos musicais do músico e é um bom tributo, o qual consegue fazer rir, cantar e chorar. Alfredo Del-Penho interpreta “Gago Apaixonado” de um jeito bem engraçado, afinado, enquanto toca o violão, desce pelo palco, e caminha pela platéia. Um dos pontos altos da peça, sem dúvida.

A seguir, em certa tragédia da vida de Noel, cabe a Fábio Enriquez expressar toda a dor de um momento-chave, que poderia ter mudado os últimos tempos do compositor.

Contudo, as lágrimas rolaram verdadeiramente de minha face na canção “Último Desejo”, por Dani Câmara, com bela voz e procurando dar uma interpretação mais pessoal. É um dos melhores momentos da peça. Em cima de um banco, com a luz sobre ela, que canta a despedida.

Por fim, a peça termina com outro clássico, mais animado, para cima. “Noel Rosa: Coisa Nossa” segue a ordem cronológica e o resultado do futebol não tem goleada, mas é de vitória. Dessa forma, com atuações apaixonadas, as músicas mais famosas de Noel e uma produção atraente, o espetáculo ajuda a manter o legado ainda mais vivo e pode alcançar o público de todas as idades renovando o interesse em cima do fabuloso Poeta da Vila.

A temporada no Teatro Prudential, na Glória, vai até 24 de setembro.

Aliás, no podcast abaixo, entenda mais sobre o samba, e siga lendo:

Ficha técnica:

Texto: Geraldo Carneiro

Direção: Cacá Mourthé

Idealização: Eduardo Barata e Marcelo Serrado

Elenco: Alfredo Del-Penho, Fábio Enriquez, Julie Wein, Dani Câmara e Matheus Pessanha

Diretor de Arte, Cenógrafo e Figurinista: Ronald Teixeira

Direção de movimento e Coreografia: Renato Vieira

Realização: Barata Produções e Rio MS

Assessoria de imprensa: Barata comunicação e Dobbs Scarpa

Classificação: 12 ANOS
Duração: 90 MINUTOS

INGRESSOS:

Atendimento Presencial: De terça à sábado de 12h às 20h, Domingos e feriados de 12h às 19h. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação.

Autoatendimento: A bilheteria do Teatro Prudential possui um totem de autoatendimento para compras de ingressos.

Ademais, veja outros artigos:

Espetáculo ‘Temperos de Frida’ é sangue latino nos olhos

‘Furacão’, da Amok Teatro, mescla teatro, música e emoção de forma primorosa | Crítica

Por falar em música, ouça um samba-jazz em seguida:

Anúncio
Clique para comentar

Escreve o que achou!

Cinema

Crítica: Transo

Publicado

em

capa de Transo, silhueta de uma pessoa com prótese

Ao assistir ao documentário “TRANSO”, refleti sobre a peça de teatro “Meu Corpo Está Aqui“, Fica evidente a poderosa narrativa que ambos compartilham sobre a invisibilidade das pessoas com deficiência na sociedade. A forma como essas obras abordam as experiências íntimas e pessoais desses indivíduos é impactante e provocativa.

O documentário mergulha calorosamente na vida sexual dos atores. Dessa forma, quebra tabus e preconceitos ao mostrar que a deficiência não é um obstáculo para a vivência plena da sexualidade.

O documentário, assim como a peça de teatro, é um veículo para desafiar percepções e estimular conversas importantes sobre inclusão.

Impacto Social

Em um mundo que frequentemente marginaliza e exclui as pessoas com deficiência, é importante dar voz a esses indivíduos e celebrar sua capacidade de amar, se relacionar e sentir prazer.

Além de abordar as experiências individuais, o documentário também nos traz reflexões sobre a construção social da sexualidade e como as pessoas com deficiência são constantemente erotizadas ou dessexualizadas pelo olhar alheio.

Nas histórias compartilhadas fica evidente que existem diferentes formas de vivenciar o sexo e os relacionamentos, e que cada pessoa tem suas próprias necessidades, desejos e limitações. É importante lembrar que a diversidade também se faz presente nesse aspecto fundamental da humanidade.

Afeto

Ao enfatizar o afeto e o auto prazer, “Transo” nos leva a repensar conceitos tradicionais de sexualidade e a entender que o prazer não é exclusivo do sexo genital, mas sim uma vasta gama de sensações e experiências. Essa ampliação de perspectiva nos ajuda a enxergar além dos estereótipos estabelecidos e a celebrar a pluralidade da sexualidade humana.

O longa conta com a participação de Ana Maria Noberto, Adrieli de Alcântara, Daniel Massafera, Edvaldo Carmo de Santos, Fernando Campos, Jonas Lucena da Silva, Kollinn Benvenutti, Marcelo Vindicatto, Mona Rikumbi, Nayara Rodrigues da Silva, Nilda Martins, Siana Leão Guajajara.

Cineasta e pesquisador

Como uma pessoa sem deficiência, Messer conta que sua abordagem em relação ao tema é completamente observacional:

“O primeiro passo foi estudar o assunto e escutar os participantes antes mesmo de iniciar a gravação. No geral, percebi que muitas pessoas com as quais conversei estavam ansiosas para debater o tema”

A saber, o projeto de “Transo” começou quando o diretor produziu, em 2018, um curta sobre Mona Rikumbi, a primeira mulher negra a atuar no Theatro Municipal de São Paulo. Durante o processo deste filme, eles se tornaram amigos, e Mona, um dia, relatou da dificuldade de se encontrar motéis acessíveis na cidade.

Por fim, o o documentário está no Canal Futura e Globoplay.

Ademais, veja mais:
A Não-Ilha | Livro de cineasta brasiliense traz realidades paralelas
Cem ruínas na esquina da poesia | Livro viaja pela fé
Enfim, a Pedra Rara da Capa Comics

Continue lendo
Anúncio
Anúncio

Cultura

Crítica

Séries

Literatura

Música

Anúncio

Tendências