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Cinema

O Chamado da Floresta (2020) | Harrison Ford em fábula sobre conexão com a natureza e ancestralidade

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Ao terminar a sessão onde pude ver O Chamado da Floresta junto de jornalistas e críticos de cinema ouvi um comentário de um do colega de profissão: “É o melhor filme da Disney produzido pela Fox”. O curioso é que este é o lançamento da nova logo da 20th Century Studios (antes, 20th Century Fox, como você deve bem lembrar), após a empresa ter sido comprada pela Disney.

Neste drama acompanhamos a saga de Buck, um cão com cruzamento entre as raças São Bernardo e Pastor de Shetland que é roubado da família humana que o adotou. Posteriormente, é vendido para puxadores de trenó e acaba parando no Canadá, na cidade fictícia de Yukon. Além disso, lendas contam, que ali dentro da floresta, quando os rios descongelam no verão, o ouro brota de suas águas.

Não é a primeira vez que vemos a história do cão Buck nas telonas. O filme é uma adaptação do clássico literário norte-americano “O Chamado da Floresta” (The Call Of The Wild, Jack London, 1903). Sua primeira versão cinematográfica foi em 1935, chamada “O Grito da Selva”, com Clark Gable no papel de Jack Thornton. Papel desta vez encarnado por Harrison Ford.

Sinopse

Na trama, o personagem de Ford é um pai ressentido pela morte do filho. Ele parte para Yukon seduzido pela promessa de achar ouro. Sua história acaba esbarrando com a de Buck e essa amizade inusitada acaba por achar um caminho para o autoconhecimento e busca de sentido para suas vidas.

Para alegria de nós amantes de cachorro e da PETA, nenhum animal sofreu qualquer tipo de maltrato porque todos os bichos são feitos por computação gráfica. Particularmente achei muito correta a decisão da produção misturar atores e CGI, os efeitos estão cada vez melhores. Seria desumano filmar dias em locações com água, frio, avalanches e tiros. Se uma parte das pessoas não gostou do realismo de O Rei Leão em O Chamado da Floresta é o uso da animação que eleva as cenas de ação. Que são muitas.

Sentimento e adrenalina

O filme se desdobra entre momentos sentimentais e bons momentos de adrenalina.  A saber, o roteiro é assinado por Michael Green, roteirista de Lanterna Verde (2011), Blade Runner 2049 (2017) e indicado ao Oscar de roteiro adaptado por Logan (2017). Apesar de 2011 não ter sido um bom ano para Green, parece que ao longo da década ele virou um especialista em boas adaptações. Ainda mais uma muitas vezes adaptada para cinema e TV. Michael Green foi uma escolha acertada e conseguiu nos entregar ótimos diálogos entre John Thornton (Harrison Ford) e o cão Buck.

Apesar de parecer um filme da Disney (e agora de fato ser,) os cães não falam e não cantam. Os dois conversam em cena pela boa atuação de Harrison Ford e a expressiva atuação do CGI. Inclusive, tenho três cachorros em casa, então, reconheci o olhar humano que damos naturalmente aos cães. A sensação foi bem reproduzida com a computação gráfica, conseguindo também dar uma cara de desenho animado porque, afinal de contas, é um filme para crianças. A expressão humanizada que algumas pessoas gostariam de ter visto nos leões de O Rei Leão (2019) estão bem dosadas nos cães (e outros animais) de O Chamado da Floresta.

Experiência do diretor

A vasta experiência de Chris Sanders em direção de animações me faz pensar que ele foi a pessoa certa para dirigir este longa. Indicado por três vezes ao Oscar de melhor longa de animação, sendo um deles Como Treinar seu Dragão (2010), que também é uma história de amizade inusitada. Porém, sua direção, apesar de correta, não tem muita inventividade, já que a decupagem é muito parecida com um desenho animado, no geral. A direção de atores é curiosa pois em alguns momentos as atuações são bem caricatas, no melhor dos sentidos, principalmente a do vilão Hal, interpretado por Dan Stevens (A Bela e a Fera, 2017), dando um tom de vilão estérico.

Afinal, Harrison Ford atua bem e ouso dizer que se o filme fosse lançado um pouco mais para o fim do ano, com o lobby certo, Ford até conseguiria cavar umas indicações a prêmios mais importantes pelo seu sensível trabalho neste filme. O Chamado da Floresta é uma sessão da tarde “oscarizável”. Talvez não tenha forças para respirar e chegar vivo até as premiações no início de 2021, mas diverte e emociona. Pode ser uma boa opção para quem quiser passar o carnaval na cidade fictícia de Yucon. O Chamado da Floresta estreia dia 20 de fevereiro.

Trailer:

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Museu do Amanhã exibirá filmes da Mostra Ecofalante de Cinema durante a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente 2023

Serão 10 filmes do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais

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Aguas Do Pastaza ecofalante 2023 SEMEIA

Como parte da programação da SEMEIA, a Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, o equipamento cultural exibirá 10 filmes da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais.

A princípio, as sessões acontecerão entre os dias 6 e 9 de junho e contarão com acessibilidade para pessoas surdas. No dia 7, uma das produções contará também com Closed Caption e, no dia 8 de junho, no feriado de Corpus Christi, a exibição terá, ainda, com Closed Caption, audiodescrição e Libras.

Destaques

A programação da mostra abre no dia 6 de junho com o filme “Águas do Pastaza”, sobre a comunidade Suwa, localizada na fronteira entre o Equador e o Peru.

No dia 7, os curtas “Dia de Pesca e de Pescador” e “Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada” falam sobre como o brincar está inserido no dia a dia das crianças indígenas e como o cotidiano dessas comunidades se reproduzem de forma lúdica.

“Crescer onde nasce o sol” se passa numa comunidade onde o brincar parece não ter lugar e este ato se torna quase uma ação de resistência pelas crianças que, brincando, sonham com um futuro melhor. Por fim, “Aurora, a Rua que Queria Ser Rio” traz a história de um rio reprimido e canalizado para dar lugar ao “progresso”.

No dia 8 de junho, o documentário “Mata” abordará a resistência de um agricultor e uma comunidade indígena diante do avanço das plantações de eucalipto. A sessão será a única com Closed Caption, audiodescrição e Libras. Para encerrar, o último dia abre com “Borboletas de Arabuko”, que retrata o ofício de cultivadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental. Em seguida, “Movimento das Mulheres Yarang” documentou a história de um grupo de mulheres do povo Ikpeng, que formou um movimento para coletar sementes florestais e restaurar as nascentes do Rio Xingu, que passa por suas aldeias. Por fim, “Meu Arado, Feminino”, destaca a pluralidade feminina do campo e seu elo com a natureza.

SEMEIA

De 5 a 11 de junho, a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, que faz parte da rede de equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, trará uma programação com rodas de conversa, oficinas, filmes, ativações artísticas e shows. Afinal, o objetivo é promover trocas e aprofundamentos sobre temas como preservação da água, saberes tradicionais, soberania alimentar, crise climática, direito à informação e cooperação para a sustentabilidade. Todas as atividades são gratuitas e algumas precisam de inscrição antecipada porque estão sujeitas a lotação.

Em seguida, confira a programação da Mostra Ecofalante durante a SEMEIA:

6 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Filme Águas de Pastaza (Inês T. Alves, Portugal, 60′, 2022) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

7 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Dia de Pesca e de Pescador (Mari Corrêa, Brasil, 2015, 3′) *com Libras

Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada (Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro, Veronica Monachini, Brasil, 2016, 19′) *com Libras

Crescer onde nasce o sol (Xulia Doxágui, 2021, Brasil, 13′)*com Libras e Closed Caption

Aurora, a Rua que Queria Ser um Rio (Redhi Meron, 2021, Brasil, 10′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

8 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Mata (Fábio Nascimento, Ingrid Fadnes, 2020, Brasil / Noruega, 79′) *com Libras, Closed Caption e audiodescrição

Onde: Observatório

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

9 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Onde: Observatório

As Borboletas de Arabuko (John Davies, 2020, Reino Unido, 10′) *com Libras

Yarang Mamin – Movimento das Mulheres Yarang (Kamatxi Ikpeng, 2019, Brasil, 21′) *com Libras

Meu Arado, Feminino (Marina Polidoro, 2021, Brasil, 21′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

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