Cinema
‘O Grito’ segue fielmente a cartilha do terror | CRÍTICA
Publicado
3 anos atrásem
Por
Luciano Bugarin
O Grito. Nos últimos anos os grandes estúdios de Hollywood estão sempre atrás de grandes filões para emplacar sagas que sejam sucesso de bilheteria garantido. Seja comprando os direitos de alguma saga de livros adolescente, de um universo de história em quadrinhos, de livros escritos em forma de trilogia… Além disso, também vão realizando refilmagens, sequências tardias e remakes de filmes de terror japoneses.
Este último nicho iniciou-se de forma incerta no filme de Gore Verbinski, “O Chamado” de 2002. A partir daí passou-se a investir a fundo nas versões americanas do terror japonês. Inclusive, através da importação de diretores japonese como Takashi Shimizu que dirigiu a versão original japonesa e a primeira refilmagem de O Grito. Agora em 2020, depois de uma trilogia, é lançado um reboot baseado na trama do primeiro filme. O longa acompanha a história de uma policial e seu filho que estão de mudança após a morte por câncer de seu marido.
Excesso de jump scares e pouca ambientação
O diretor segue fielmente a cartilha do cinema de terror. Ou seja, uma família protagonista que enfrentou um trauma recente, um caso misterioso que levou a morte ou loucura quase todos envolvidos, uma criança estranha e jump scares. Muitos jump scares.
O problema é que apenas seguir a receita da execução a risca não da consistência a forma. O diretor não desenvolve nenhum clima nem ambientação nas diversas cenas ao longo do filme. Todo o terror é apoiado apenas nos jump scares o que não ajuda a sustentar o clima do filme, que fica com uma aparência de apenas um trem-fantasma de 1 hora e meia.
Este reboot vai contra tudo que o terror japonês criou em seu universo de filmes: sustos óbvios, excessivos e muitas vezes sem importância alguma para a trama.
Muitos plots mas nenhum aprofundamento
O diretor também assina o roteiro e busca dar dramaticidade aos personagens e realismo a história ao colocar problemas reais e graves que os personagens da trama enfrentam. Temas delicados como suicídio assistido, aborto, doença genética e condições manicomiais são abordados, porém de forma superficial. Nenhuma trama é realmente aprofundada ou desenvolvida.
Talvez por uma exigência de limite de duração do filme, a trama tenha sido acelerada demais o que resulta em um filme que explica pouco ou quase nada. Se pensarmos pelo lado de que isso seja positivo pois não subestimar a inteligência do espectador, na verdade logo fica evidente que é mais pelo lado negativo por falta de consistência, diversos furos e incongruências no roteiro.
Promete um clímax que não se cumpre
Quem assiste ao trailer de O Grito espera por um filme de terror extremamente aterrorizante. Já o começo do filme e o potencial que a trama apresentada apresenta também promete uma grande tensão que fica sempre no quase e na fragilidade dos frequentes sustos que acabam sendo o ponto alto do filme, pois quando o clímax chega é tão morno que o filme acaba de repente de forma totalmente fraca e pouco convincente.
Entre os poucos pontos positivos do filme podemos destacar as atuações que são bem convincentes e corretas. O pouco que funciona do clima de terror e ambientação é graças aos atores que conseguem nos transmitir um medo bem realista. Infelizmente nada mais no filme dá sustento a essas atuações.
Talvez o filme agrade os fãs da série, mas é bem provável que valha mais a pena ver a trilogia iniciada no primeiro remake americano. O Grito é um filme de terror que busca fazer tudo segundo o manual, mas não coloca consistência e resulta em algo feito às pressas apenas para faturar em cima de um filão.
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Professor de artes e cineasta independente. Sou cinéfilo, fã de Simpsons, entusiasta de artes que fogem do óbvio e músicas barulhentas.

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Cinema
Crítica | Transformers: O Despertar das Feras
Sétimo da franquia é mais do mesmo, mas superior a outros
Publicado
2 dias atrásem
7 de junho de 2023
O início de Transformers O Despertar das Feras (Transformers: Rise of the Beasts) é frenético, com uma boa batalha. Em seguida, conhecemos os protagonistas humanos, que são mais cativantes do que de outros filmes. O rapaz latino Noah Diaz (Anthony Ramos) e seu irmão (Dean Scott Vazquez), o qual serve mais como uma metáfora para o espectador. E a divertida Dominique Fishback, como Elena Wallace.
Nessa primeira parte do filme há algumas boas críticas, como o fato de Elena ser uma estagiária e saber muito mais que sua chefe, porém, sem levar nenhum crédito por isso. Enquanto Noah tem dificuldades de arrumar um emprego. Há aqui uma relevante abordagem sobre periferia (Brooklyn) ao vermos alguns dos desafios da familia de Noah, o que o leva a tomar decisões errôneas. A princípio, é um bom destaque essa caracterização dos personagens, em especial, favorece o fato da história se passar em 1994.
Dessa vez, o diretor é Steven Caple Jr., o qual não tem a mesma capacidade de Michael Bay para explosões loucas e sequências de ação. Steven faz sua primeira participação nesse que é o sétimo filme dos robôs gigantes. Ele era fã de Transformers quando criança e procura mostrar os Maximals (Transformers no estilo animal) de uma maneira autêntica.
Aliás, veja um vídeo de bastidores e siga lendo:
O público alvo do longa é o infanto-juvenil, que pode se empolgar com algumas cenas. Contudo, no geral, o roteiro é um ponto fraco. O Transformer com mais destaque aqui é Mirage, que fornece os instantes mais engraçados da história e faz boa dupla com Noah.
Além disso, as cenas no Peru e a mescla de cultura Inca com os robôs alienígenas é válida, com alguma criatividade e algumas sequências tipo Indiana Jones. Há muitas cenas em Machu Picchu e na região peruana que são belíssimas e utilizam bem aquele cenário maravilhoso. Vemos, por exemplo, o famoso festival Inti Raymi em Cusco, antiga capital do Império Inca, o qual o longa usa com alguma inteligência. Pessoalmente, essas partes me trouxeram lembranças pelo fato de que já mochilei por lá (veja abaixo), então aqui o filme ganhou em em relevância pra mim.
O longa se baseia na temporada Beast Wars da animação e traz o vilão Unicron, um Terrorcon capaz de destruir planetas inteiros. Na cabine de imprensa, vimos a versão dublada, a qual ajuda a inserir no contexto dos anos 90 com gírias da época.
Por fim, dentre os filmes dessa franquia que pude ver, esse sétimo está entre os melhores, apesar de ser somente regular, e conta com momentos divertidos. Além disso, a cena pós-crédito (só há uma) promete um crossover com muita nostalgia, Transformers: O Despertar das Feras chega aos cinemas de todo o país na próxima quinta-feira, 8 de junho.


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