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Crítica | ‘O que sobrou’ relembra ditadura de forma frenética

Espetáculo tem momentos musicais, ironia e belas atuações

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O QUE SOBROU Pedro Henrique Lopes, Julia Gorman e Rodrigo Salvadoretti Foto de Junior Mandriola

Estive na estreia, lotada, da peça O Que Sobrou. Minha primeira vez no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana. Que eu lembre. Boa memória nunca foi minha maior virtude. Aliás, está aí algo importante, que o espetáculo traz: memória.

As faixas etárias presentes eram diversificadas entre jovens e mais velhos. Todos pareciam apreensivos para o início. Marcado para 20h, só teve início por volta uns 20 minutos depois. No final descobrimos, em momento sincero do diretor Diego Moraes, que quase a estreia não acontece por causa de um problema na mesa de som, consertada ali, pouco tempo antes. Adrenalina de estreia na veia, que pareceu não ter afetado a equipe.

O tema do espetáculo é a famigerada ditadura militar brasileira. Nasci em 1985, ano bom, com o fim dessa época estranha a qual fico feliz por não ter vivido. Meus pais não tinham muitas histórias para contar sobre o período, afinal, eram simples trabalhadores. Ele, funcionário públia; ela, dona de casa após trabalhar como copeira, camareira, e afins.

Os fornos quentes

O Que Sobrou me fez lembrar do filme O Pastor e o Guerrilheiro, o qual estreou no mesmo dia 13 nos cinemas brasileiros. Ambos trazem tortura, tristeza e reflexão em boas obras artísticas. A peça tem como base o livro “Os fornos quentes”, de Reinaldo Guarany Simões. Tudo se desenrola a partir da história de três personagens reais: Reinaldo, sua companheira, Maria Auxiliadora Lara Barcellos (a Dora), e Chael Charles Schreier. Eles atuavam contra a ditadura e foram presos e torturados.

Ao entrar no teatro, a música eletrônica alta rolava solta e o elenco, Julia Gorman, Pedro Henrique Lopes e Rodrigo Salvadoretti dançavam, num tipo de aquecimento. Logo então começou o show de atuação do trio, conectando rapidamente fragmentos de histórias diversas numa versatilidade sagaz. Iam de um personagem a outro em questão de segundos, mas sempre com a verossimilhança necessária.

Equipe de O Que Sobrou
Equipe agradece (foto: Alvaro Tallarico)

Além disso, diversos momentos musicais demonstravam bons trabalhos vocais, em especial, Julia Gorman. A atriz canta a dor da perda como mãe, como filha, como trauma. O Que Sobrou ainda apresenta cenas contemporâneas dos últimos cenários políticos e relatos reais são projetados. Por outro lado, há alguns bons alívios cômicos e ironias pontuais que ajudam o espectador a respirar naquela atmosfera pesada.

Talvez seja uma das melhores peças que já vi sobre essa temática, apesar da queda de ritmo no último ato. Como tudo começa muito frenético, o público sente um pouco. Pensei também em outro filme Cordialmente Teus (2022), pela busca de abordar o tema com criatividade. O trabalho de cenário de Diego Morais e a iluminação de Lucio Bragança merecem destaque pela capacidade de mudança eficaz que engrandece o trabalho em cena. Por fim, o que sobra é um excelente trabalho no geral.

SERVIÇO:

O que sobrou

Temporada: De 13 de abril a 5 de maio

Teatro Glaucio Gill: Praça Cardeal Arcoverde, s/nº – Copacabana

Telefone: (21) 2332-7904

Dias e horários: Quintas e sextas-feiras, às 20h.

Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada)

Lotação: 101 pessoas

Duração: 70 minutos

Classificação etária: 16 anos

Venda de ingressos: na bilheteria do teatro e no sitehttps://funarj.eleventickets.com/

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Crítica

Os Cachorros do Parque | por Paty Lopes

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"Os Cachorros do Parque". Cães são para além de bichos de estimação. Impossível esquecê-los, são responsáveis por momentos bons em nossas vidas. E ajudam muito…

“Os Cachorros do Parque”. Cães são para além de bichos de estimação. Impossível esquecê-los, são responsáveis por momentos bons em nossas vidas. E ajudam muito…

“Maiores taxas de sobrevivência, menos ataques cardíacos, menos solidão, melhor pressão arterial, melhor bem-estar psicológico, menores taxas de depressão e níveis de estresse, menos consultas médicas, autoestima mais elevada, melhora do sono e mais atividade física” são apenas alguns dos benefícios de se ter um animal.

Então quando levamos o assunto para as crianças, temos aí uma boa oportunidade de uma sociedade mais saudável no futuro.

Sem contar com os sentimentos benignos que somos tomados por esses seres quando chegam em nossas vidas.

O livro apresenta um menino que foi morar fora do país de origem e ao chegar lá, sente falta dos amigos, o que acontece com certa frequência.

E no caminho da escola, a criança encontra um cachorro, o qual apelida de Duque.

Eles passam a fazer cia um para o outro, e a solidão parece fazer as malas.

Interessante é que a história fala do benefício que o cachorro traz para a criança, sendo assim, também alimentamos a ideia neles a não maltratarem animais, e isso é outro ponto que julgo muito positivo do livro.

“Em 2022, houve um aumento de 33% no crime de maus-tratos contra animais em relação a 2021. No total, em 2022, foram recebidas mais de 19 mil denúncias – 11 mil sobre maus-tratos.”

Só por esse motivo a existência do livro ganha pontos para mim. Mal chegou em minhas mãos e já está nessa coluna, na frente de muitos outros.

Maltratar animais é crime! Na esfera penal, o crime é previsto pelo artigo 32 da lei n.º 9.605, com alteração da lei nº 14.064/2020, prevendo pena de reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda. Em caso de morte do animal, a pena pode ser aumentada em ⅓ a ⅙. (vale lembrar)

Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais do Rio de Janeiro – site ou telefone: 1746 (para denúncias de maltrato a animais)

O livro é bem contado, com excelente pontuação, que auxilia muito na hora de contar uma história.

Eu acho que não vou esquecer o  livro: “Os Cachorros do Parque”, porque é uma história que mexe com as nossas emoções. DIgo mais, ele tem magia!

Eu tenho um cachorro, sei que animais são parceiros, necessários, amam e precisam ser amados, por tanto que nos fazem.

Confesso que embora eu tenha entendido a magia do livro, fiquei com o coração contrito em seu desdobramento…

Por quê? Comprem o livro e não, nunca comprem animais, adotem! https://www.suipa.org.br/

Gilberto Martini nasceu em Niterói, há muitos anos. Tanto tempo já se passou que ele já nem lembra mais quando foi. Formou-se economista na Universidade Federal Fluminense – UFF. Depois, fez pós-graduação em Jornalismo na ESPM – SP. Na universidade, conheceu Sônia e, juntos, tiveram três filhos e (ufa) oito netos. Com eles, filhos e netos, reaprendeu a brincar com a magia da vida. Essa história tem como cenário o Jardim de Luxemburgo, em Paris. Lá, Gilberto conheceu Pablo, Madeleine, Carles e as outras crianças. Também no jardim, conheceu o Dr. Guilhaume e Duque, nosso herói canino, com os quais vivenciou a experiência contada neste livro.

As ilustrações do livro não me tocaram, não chamaram a minha atenção, não me conquistaram tanto. Mas temos uma boa história!

Website: http://www.autografia.com.br/loja/os-cachorros-do-parque/detalhes

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