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moria de moacyr góes
CríticaCulturaEspetáculos

Espetáculo ‘Moria’ homenageia a liberdade e a fé | Crítica

Por
Alvaro Tallarico
Última Atualização 6 de setembro de 2023
5 Min Leitura
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foto: Alvaro Tallarico
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Estive na estreia do espetáculo “Moria”, na Casa de Cultura Laura Alvim. Nos últimos tempos tenho visto muitas boas obras e espetáculos que falam de orixás, ancestralidade e outras divindades que vieram a partir da cultura africana, como “Mãe de Santo“, com a excelente Vilma Melo, ou “Cosmogonia Africana“. Também vi o belo “Helena Blavatsky, A Voz do Silêncio“, sobre a criadora da Teosofia. Porém, não lembro da última vez em que vi uma peça que abordasse a fé cristã. “Moria” faz isso, mas vai muito além, ao conectar essa fé com a questão dos refugiados e aprofundar na alma humana, e seus pecados e virtudes.

A princípio, “Moria” narra a história de três mulheres aprisionadas em um campo de refugiados na ilha de Lesbos, na Grécia. Duas são atrizes que escaparam do Irã, Abda e Bahar, que, nas primeiras horas da manhã, escondidas, ensaiam uma peça sobre os Apóstolos Paulo e Tiago. Essa discussão oferece bons momentos, ao vermos dúvidas dos primórdios do cristianismo em paralelo aos tempos atuais representados pelo debate entre Abda e Bahar. Enquanto ensaiam, elas sofrem perseguição por serem mulheres e cristãs. As protagonistas ganham vida através das boas atuações de Claudia Lira e Tarciana Giesen. A terceira mulher é Carol Alves. Em especial, Tarciana se destaca e, em diversos momentos, conseguiu me comover.

Em meio a tudo isso, temos toda uma metalinguagem, explícita desde o início, e bem utilizada pelo texto de Moacyr Góes. A peça é como uma ode ao teatro ao colocar essa tão nobre arte como a possibilidade de liberdade dessas duas atrizes refugiadas, quase como uma salvação. Aliás, Moacyr ainda está nas funções de diretor, cenógrafo e figurinista.

Aulas

A peça é uma relevante aula de teatro, história e fé. Gera reflexões na mescla entre o passado e o contemporâneo, e nas tantas referências que faz. De “Hamlet” a “Zorba, o Grego”, passando pela mitologia grega diversas vezes, como ao citar Antígona e Cassandra com seu dom da profecia. A Grécia em si é bastante agraciada no texto e várias de suas riquezas materiais e imateriais. Tudo se mistura numa grande crítica contra a intolerância e a perseguição aos cristãos, que é pesada em muitos lugares do mundo. Aqui, em especial, são mulheres cristãs, cujo sofrimento é muito maior, cuja cruz é muito mais árdua.

Ainda por cima, o texto traz algumas pérolas como “a ironia nao é boa conselheira”, e passa uma mensagem contra a vingança. Não foge de criticar a hipocrisia de tantos que se dizem cristãos, mas vai no cerne do cristianismo em suas mensagens benéficas e principais. Lembrei bastante de um filme que recomendo: “Paulo, o Apóstolo de Cristo“.

Afinal, este é o primeiro capítulo da trilogia “Mistério da Fé” de Moacyr, na qual ele pretende explorar a relação entre a fé e o mundo atual. Fiquei curioso para o que virá a seguir, pois, ao fim do espetáculo, saí com duas vontades, uma de louvar e agradecer ao teatro, por todo seu poder, magia, conhecimento e alegria que proporciona e outra de louvar a Jesus, por todos os ensinamentos de humildade e elevação humana que nos trouxe. Somos parte do plano?

SERVIÇO:

“MORIA” – @moria.teatro

Temporada: 05 a 20 de setembro

Dias da semana: Terças e quartas-feiras, às 20h

Ingressos: R$ 50 (inteira) / R$ 25 (meia-entrada)

Link de vendas: https://funarj.eleventickets.com/#!/evento/70bff98a5ab504ef6d2126dc0c2b13857af31bae

Local: Teatro da Casa de Cultura Laura Alvim

Endereço: Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema

Informações: (21) 2332-2016

Lotação: 190 lugares

Classificação Indicativa: 12 anos

Duração: 75 minutos

FICHA TÉCNICA:

Dramaturgia, Direção, Cenário e Figurino: Moacyr Góes

Colaboração no Texto: Andre Chevitarese

Iluminação: Adriana Ortiz

Música Original e Direção Musical: Miguel de Góes e Tom Veloso

Projeto Gráfico: Lavorare

Redes Sociais: Isabel Rizzo e Isabel Miranda

Assessoria de Imprensa: Marrom Glacê Assessoria

Preparação Corporal: Ursula Mandina

Fonoaudióloga: Mônica Marques e Rosi Santos

Assistência de Direção: Miguel de Góes

Produção Executiva: Victor Vasconcellos

Ademais, veja outros artigos em seguida:

69 Cômodos | Crítica da peça

Por fim, o melhor do ano: ‘Furacão’, da Amok Teatro

Tags:crítica moriaespetáculo moriamoria laura alvim
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Jornalista especializado em Jornalismo Cultural pela UERJ.
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