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Literatura

Dia Mundial do Livro | Confira 6 dicas para incentivar a leitura entre os jovens

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Cem ruínas na esquina da poesia (1) dicas para incentivar a leitura

Muitos procuram dicas para incentivar a leitura entre crianças e adolescentes. Educadores são unânimes em dizer que a leitura é um hábito o qual faz bem para o desenvolvimento dessas faixas etárias (para todas, né?). E o Dia Internacional do Livro, celebrado em 23 de abril, coloca foco ainda maior nessa questão. No entanto, nem sempre é fácil despertar esse interesse nos mais jovens, por isso, pais e professores sempre buscam novas maneiras de engajar os “leitores mirins”.

Entretanto, números mostram uma queda de obras lidas por crianças e adolescentes. De acordo com a última pesquisa em 2019 Retratos da Leitura no Brasil, realizada pela Fundação Pró-Livro, Itaú Cultura e IBOPE Inteligência, informa que 31% da população nunca compraram um livro.

Porém, segundo a última pesquisa feita pelo IPL (Instituto Pró-Livro) em parceria com a Abrelivros, a Câmara Brasileira de Livros e o Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros), na primeira faixa etária (crianças entre 5 e 10 anos), houve um aumento de 23%, que tem um hábito de leitura frequente.

Dicas para incentivar a leitura

Mas qual é o “segredo” para chamar a atenção desse público e tornar as crianças e jovens “apaixonados” por livros?

“No mundo digital de hoje, em que tudo acontece de forma muito acelerada, pode ser difícil fazer com que a criança ou jovem se sente e se concentre por 20 ou 30 minutos para ler”, avalia o professor de literatura Alencar Schueroff, docente da plataforma online de ensino Professor Ferretto.

No entanto, na visão do professor, nem tudo “está perdido”, e é possível, sim, ajudar o público mais jovem a adotar o hábito de ler, seguindo algumas dicas simples:

Leitura digital

Ainda que crianças e jovens venham passando mais tempo à frente de celulares, tablets e computadores, essas ferramentas podem ser a favor da leitura. “Os eletrônicos podem ser o pontapé inicial para o interesse pela leitura. Para minha ‘surpresa’, tenho 20 mil seguidores no meu Instagram, onde falo sobre Literatura. e tento levar esse universo aos alunos. E na Internet há materiais para facilitar o acesso aos livros”, revela o professor.

No entanto, Alencar ressalta que embora a Internet até facilite o acesso a livros – em parte pelos e-books, os livros eletrônicos, que são fáceis de carregar- esses dispositivos mas não substituem as obras impressas, que são aliados da leitura. “A experiência de folhear o livro é difícil de substituir, é algo mais pessoal e que cria proximidade com a ideia de ler”, comenta o professor.

Histórias em quadrinhos

Além disso, outra dica do professor é utilizar os gibis, ou seja, as histórias em quadrinhos, também como “porta de entrada” para a literatura. “Eu mesmo, por exemplo, comecei lendo histórias em quadrinhos e daí passei a me interessar pelo mundo das palavras”, conta Alencar.

De acordo com Retratos da Leitura no Brasil, os quadrinhos figuram entre os estilos literários preferidos entre as crianças e os pré-adolescentes. “Isso permite que clássicos sejam adaptados para o estilo e lidos mais ‘facilmente’”, sugere ele.

Obras menores de autores famosos

Jovens não costumam gostar de ler livros extensos com uma linguagem distante da atual. No caso do autor brasileiro Machado de Assis – frequentemente citado entre autores clássicos obrigatórios, por exemplo- pode-se começar por uma obra mais curta de duas ou três páginas, ao invés de já começar com o livro “Quincas Borba”.

“Isso é importante para que o aluno conheça o estilo daquele autor e, aos poucos, vá se acostumando com ele e se inserindo naquele universo. É claro que a linguagem muda ao longo dos anos, mas há, sim, diversas leituras clássicas que podem ser apreciadas por crianças e adolescentes”, afirma Alencar.

Literatura de nicho

Identificar uma leitura de nicho, algum tema que dialogue com o público, também pode ajudar bastante. “Podem ser os livros da série Harry Potter, por exemplo, ou qualquer outro que chame a atenção da criança ou jovem”.

Isso porque, ao indicar ou apresentar livros que não vão ao encontro da maturidade de determinada turma de alunos, a escola – ou os pais- os afasta da literatura. “Contos, livros de poesia, ficção e aventura costumam ter grande apelo entre os leitores mais jovens”, recomenda o professor.

Vai cair na prova

Ler por “exigência escolar” muitas vezes é a maior motivação das crianças e adolescentes para abrir e ler um livro até o final. Mas, ao invés de aplicar uma prova nos moldes tradicionais, pode-se optar por avaliações em grupos ou debates interpretativos do que foi lido, no modelo de saraus.

“Pedir que os alunos leiam uma determinada obra e depois dividam sua opinião com os colegas, dando chance para que discutam ideias e pensem sobre o que leram costuma funcionar bem e ajuda a compreender melhor o livro em questão”, ensina Alencar.

Dar o exemplo

Aliás, entre as dicas para incentivar a leitura, tem uma básica: tanto os professores quanto os pais devem dar o exemplo, não somente falando para que as crianças leiam e apresentando livros como eles mesmos inserindo o hábito de ler em suas rotinas.

“Estar sempre com a leitura em dia ou mostrar que está lendo algo influencia mais as crianças do que simplesmente pedir que elas leiam”, conclui o professor de literatura.

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‘Princesa Violeta’ | Resenha por Paty Lopes

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Princesa Violeta.

Penso que essa leitura tem muito a dizer sobre o futuro das mulheres em nossa sociedade, principalmente diante do que estamos atravessando em todo o território brasileiro. Temos que lembrar que essa mulher que sofre violência hoje, um dia foi uma menina. O mesmo pode-se dizer do homem agressor. Ele também um dia foi um menino. Pergunto, portanto: qual foi a base educacional deles? O que leram? Qual o caminho que os orientaram a seguir um dia?

Embora tenhamos um livro com uma protagonista princesa, a leitura também educa o menino a respeitar os sentimentos de uma mulher. O que deveria acontecer quando uma mulher, por exemplo, resolve romper uma relação, seja esse o motivo que for? Assim, todavia, fica livre para viver a vida dela, o que sabemos que muitas vezes não acontece.

Diversidade

Veralinda Menezes é a autora do livro. Como mãe, traz aos leitores mirins a primeira princesa negra da literatura brasileira e o primeiro conto de fadas com personagens negros. Além disso, os descreve com delicadeza. Quando sua filha não pode ser princesa em uma brincadeira, devido ao seu tom de pele bombom, a autora percebeu a importância dessa comunicação. Assim, o livro chegou em 2008, e volta após 16 anos com uma edição especial, o que merece ser comemorado.

Interessante é como a autora trouxe a miscigenação brasileira, trazendo tons de pele ligados a doce de leite e chocolate, doces que crianças adoram.

Enredo

Um belo conto de fadas de muita ação, cujo protagonismo está na força da figura feminina e o toque de encantamento está na mistura de seres humanos, seres mágicos, reis, rainhas, fadas, guerreiros e piratas, heróis e heroínas que se juntam na luta do bem contra o mal.

Uma princesa guerreira à frente de um exército é revolucionário. Coloca, assim, as mulheres no imaginário coletivo desde a infância, em um espaço de poder que influencia a sociedade e suas futuras relações familiares, sociais e econômicas.

Focado na diversidade e no resgate de valores, também ensina o cuidado e o respeito à natureza e aos mais velhos. A inovação estética com personagens protagonistas negros, representando a maioria da população de um país nem tão distante, é um grande diferencial. Ele fica por conta do traço naturalista do talentoso ilustrador gaúcho Rogério M. Cardoso. Criado para ser um clássico da literatura, Princesa Violeta, em suas versões em prosa e em poema, encanta as crianças de todas as cores e de todas as idades do Brasil, na literatura, no teatro e na música.

O livro apresenta músicas da autora que também colam no ouvido, o velho chicletinho.

Por que ler o livro para uma criança?

Vivemos em um país de forte patriarcado. O machismo ainda permeia no seio da sociedade. Portanto, educar é necessário. Tentar romper essa cultura deve ser uma luta de todos. No livro, a princesa escuta que o pai dela queria um filho homem. Depois, um dos súditos, um dos chefes da guarda real entende que a princesa Violeta deveria se casar com ele, por ter a ensinado a lutar. São situações na contramão dos dias atuais, onde nós, mulheres, fazemos nossas opções, como a princesa do livro fez, no entanto, ainda pagamos um preço alto por nosso posicionamento.

Observei também que no livro não há questões raciais em pauta, apenas protagonistas negros. Inclusive, há príncipes de pele alva que tentam casar-se com a princesa, assim como antagonista negro também. A vida é mesmo assim, está tudo ilustrado através dos desenhos coloridos.

Conclusão

Levar crianças negras a entenderem que podem ser princesas e fadas é um bom trabalho de autoestima e merece ser exercitado todo o tempo.  Não é mais possível aceitar somente a história da Cinderela da Disney – embora eu adore. Contudo. confesso que fiquei mais animada quando chegou a  Pocahontas, pois esse desenho falava muito mais sobre mim.

Observei que a leitura tem mais de um desdobramento, o que penso ser bem diferente. Geralmente, o conflito é um só, mas Veralinda, como mulher, sabe que as nossas lutas são diversas.

Longe da bipolarização hierarquizante em preto e branco, como disse o professor Kabenguele Munanga, antropólogo, a autora entende mesmo do Brasil atual. Seguiu, paralela às estúpidas verdades adultas, a realidade da vida por meio de uma linguagem infantil apropriada, cheias de fadas e mágicas!

Ficha Técnica

PRINCESA VIOLETA

Autora: Veralinda Menezes
Editora: Editora Príncipes Negros
Preço: R$ 24,46
Onde encontrar: Amazon

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