No dia 2 de dezembro, o Brasil celebra uma das expressões mais profundas da cultura popular: o samba. Criado em homenagem a Ary Barroso e oficializado em 1964, o Dia Nacional do Samba é mais do que uma efeméride — é uma reafirmação de identidade, memória e resistência. Em 2025, artistas de diferentes gerações marcam a data com shows especiais, novos singles e homenagens que confirmam a vitalidade do gênero na música brasileira. Entre eles, Toninho Geraes, Fabiana Cozza e Laura Canabrava protagonizam momentos de destaque, cada um à sua maneira, em diálogo com a tradição e a renovação do samba.
Toninho Geraes revisita 40 anos de carreira no show “Reviravolta”
No dia 3 de dezembro, um dia depois do Dia Nacional do Samba, Toninho Geraes sobe ao palco do Teatro Rival Petrobras para o espetáculo “Reviravolta”, reunindo sucessos de quatro décadas e canções recentes que já circulam em rodas de samba pelo país. Com participações de Alison Geraes, Alana Moraes e Chico Alves, o compositor revisita obras como “Mulheres”, “Samba Guerreiro”, “Seu Balancê”, “Alma Boêmia” e “Pago pra Ver”, além das faixas que dão nome ao novo momento do artista. Celebrado por ícones como Zeca Pagodinho, Alcione, Beth Carvalho e Diogo Nogueira, Geraes reafirma sua presença como um dos maiores melodistas e letristas do samba contemporâneo.
Fabiana Cozza lança “Macumbeira”, um manifesto contra intolerâncias
Também em celebração ao Dia Nacional do Samba, Fabiana Cozza apresenta o single “Macumbeira”, lançado nas plataformas nesta terça-feira. A canção é um manifesto potente contra a intolerância religiosa, estruturado sobre a força dos tambores, da ancestralidade afro-brasileira e da espiritualidade do povo de axé.
Em “Macumbeira”, Cozza transforma o ato de tocar tambor — sentido original da palavra “macumbar” — em símbolo de acolhimento, resistência e celebração de identidades que historicamente enfrentam discriminações. A faixa ascende como resposta artística e política, reafirmando o papel do samba como linguagem de luta, memória e pertencimento.
Laura Canabrava libera “Tempero”, um encontro entre samba, salsa e brasilidade
No dia 5 de dezembro, Laura Canabrava lança “Tempero”, single produzido por João Bittencourt que une samba, salsa e uma estética sonora marcada por metais vibrantes e clima festivo. Carioca radicada em Recife, Laura transforma suas observações do cotidiano — especialmente a relação com comida como afeto e metáfora — em uma canção que celebra liberdade, prazer e identidade latino-americana.
O videoclipe, que estreia em 12 de dezembro, reforça essa atmosfera sensorial: Laura prepara uma moqueca vegana de banana e palmito enquanto cores, texturas e gestos traduzem a leveza da faixa. A artista, influenciada por Gal Costa, Elis Regina, Rita Lee e Elza Soares, inaugura com “Tempero” uma fase mais madura, expansiva e entregue ao processo criativo.
Deezer destaca 10 álbuns essenciais para celebrar o Dia Nacional do Samba
Com uma curadoria especial, a Deezer seleciona dez discos que marcaram a história do samba. Entre eles, “Canto das Três Raças”, de Clara Nunes; “Samba É No Fundo do Quintal”, do Grupo Fundo de Quintal; “Foi um Rio Que Passou em Minha Vida”, de Paulinho da Viola; o clássico “Cartola” (1974); além de trabalhos fundamentais de Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Clementina de Jesus, Grupo Revelação e Os Originais do Samba. A lista reforça como o gênero atravessa gerações, inspira novos artistas e permanece como espinha dorsal da música brasileira.

Grupo Fundo de Quintal – “Samba É No Fundo do Quintal” – Primeiro disco de um dos maiores grupos de sambistas do Brasil, o álbum de 1980 promete agitar o Dia Nacional do Samba e conta com clássicos como “Você Quer Voltar” e “Olha a Intimidade”.
Grupo Revelação – “Ao Vivo No Olimpo” – Lançado em 2002, o disco reúne os maiores sucessos do grupo como “Coração Radiante“, “Preciso Te Amar” e “Essência da Paixão“.
Clara Nunes – “Canto das Três Raças” – Sendo a primeira mulher brasileira a vender mais de 100 mil discos, Clara Nunes eternizou a música-título do álbum como uma das maiores do MPB, lançado em 1976.
Martinho da Vila – “Martinho da Vila” – Lançado em 1969, o álbum marcou o início da carreira nacional do cantor. O disco apresentou seu estilo de samba e trouxe canções que ajudaram a estabelecer seu nome na música brasileira.
Clementina de Jesus – “Marinheiro Só” – Uma das vozes que marcou a popularização do samba no Brasil, Clementina de Jesus mesclou cantos religiosos africanos com sambas da nova geração atual no disco de 1973.
Beth Carvalho – “De Pé No Chão” – Ampliando a presença feminina no samba, Beth Carvalho mostrou ao Brasil uma nova vertente do gênero: o pagode carioca, no álbum de 1978.
Zeca Pagodinho – “Zeca Pagodinho” – Um dos ícones do Brasil, o álbum de 1986 apresentou o estilo que consagrou o cantor no samba e ajudou a projetar seu nome nacionalmente.
Paulinho da Viola – “Foi um Rio Que Passou Em Minha Vida” – Com canção homônima criada em homenagem à escola de samba Portela, Paulinho viu na boa recepção do público e da crítica um incentivo para nomear o álbum de 1970 com o título da faixa.
Cartola – “Cartola” – O álbum de estreia do sambista carioca Cartola, lançado em 1974, reúne clássicos como “Tive Sim” e “Alvorada“.
Os Originais do Samba – “O Samba É a Corda… Os Originais a Caçamba” – O grupo formado no Rio de Janeiro por ritmistas de escolas de samba lançou, em 1972, o disco que ampliou sua presença no cenário do samba.
No dia que homenageia o ritmo do país, o samba se mostra múltiplo, espiritual, político, festivo e vivo. Da tradição das rodas ao experimentalismo contemporâneo, o gênero continua a produzir narrativas que nos lembram quem somos — e quem podemos ser.
SERVIÇO
TONINHO GERAES – “REVIRAVOLTA”
Data: 3 de dezembro, quarta
Horário: 19h30 (abertura da casa: 18h30)
Local: Teatro Rival Petrobras
Endereço: Rua Álvaro Alvim, 33 – Subsolo, Rio de Janeiro – RJ
Capacidade: 350 lugares
Classificação: 18 anos
Ingressos: a partir de R$ 50
Link: https://bileto.sympla.com.br/event/113516/d/350616
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