“Quinze segundos. Esse é o tempo necessário para mudar completamente tudo o que você conhece sobre uma pessoa. Quinze segundos.” Essa é uma das frases impactantes do livro É Assim Que Acaba, de Colleen Hoover, que conquistou o coração de muitos leitores. O sucesso da obra é tão grande que ela virou filme, que estreia nesta quinta-feira, 8 de agosto, em cinemas de todo o país.
A trama acompanha Lily (Blake Lively), uma jovem proprietária de uma floricultura que se apaixona por Ryle (Justin Baldoni). O relacionamento parece comum no início, com altos e baixos, mas logo se revela como um retrato de um vínculo tóxico e abusivo, afastando-se da ideia idealizada de amor.
A psicanalista e terapeuta Ana Lisboa, líder do maior movimento de Feminino e Mentalidade do Mundo, é especialista em construção de comunidades e terapias sistêmicas, sendo pioneira em grandes movimentos na história das Constelações Familiares, tanto no Brasil como na Europa. Ela observa que tanto o livro quanto o filme são ferramentas valiosas para identificar sinais de um relacionamento abusivo. Ela reforça que, por mais difícil que seja, o fim de uma relação assim é muitas vezes a melhor solução.
Aliás, confira o trailer de “É Assim que Acaba”:
“Um aspecto importante na história de Lily é a semelhança que seu relacionamento com Ryle começa a ter com o casamento conturbado de seus pais, trazendo à tona questões não resolvidas do passado. Muitas mulheres, na vida real, crescem assistindo às brigas dos pais e se sentem responsáveis pela família, carregando esse peso para seus próprios relacionamentos. Isso não deve ser o papel da mulher; nós devemos ser a prioridade em nossas vidas, independentemente das escolhas de nossos pais,” explica Ana.
Paralelamente, o filme apresenta um antigo amor de Lily, Atlas (interpretado por Brandon Sklenar), que desempenha um papel crucial em sua vida atual, oferecendo apoio e ajudando-a em momentos decisivos. “A trama mostra claramente o valor da comunicação e do suporte emocional em situações de relacionamento tóxico, como no caso de Lily com Atlas,” completa Ana.
A psicanalista também destaca o papel do perdão e da cura diante de traumas passados como um dos temas centrais da história. Os personagens precisam enfrentar suas dores e aprender a perdoar a si mesmos e aos outros para poderem construir uma nova vida, seja no amor, na carreira ou na vida social. “Não é um processo fácil, mas é possível quando se embarca em uma jornada de cura segura. O apoio sincero, como o que Lily recebe, é fundamental nesse processo,” afirma Ana.
Apesar dos desafios com seus pais e o tumultuado relacionamento com Ryle, Lily aprende, ao longo da história, a aceitar suas imperfeições e a trabalhar sua autoaceitação, afastando-se das expectativas impostas pela sociedade. Além disso, ela reflete sobre sua própria trajetória, suas descobertas e conquistas, especialmente ao realizar o sonho de abrir sua floricultura. “É nessas conquistas e descobertas que a jornada de autoconhecimento se torna mais clara, conferindo significado, evolução e propósito à vida,” conclui Ana.
Por fim, leia:
‘Ponciá Vivêncio’, de Conceição Evaristo, ganha adaptação teatral
‘Onda Nova’ tem exibição no Festival de Locarno
Netflix anuncia série animada de Mafalda, de Juan José Campanella