Em sua grande maioria, o pensamento crítico e social atual mira em uma forma de pensamento eurocêntrica, afinal, eles foram os fundadores da sociedade moderna como um todo por meio de movimentos sociais como o Iluminismo, e diversos movimentos artísticos que moldaram a arte como enxergamos, dando ponto de partida para outras narrativas que se seguiram.
O maior problema desta visão equivocada de mundo é a exclusão de outras narrativas presentes nas regiões mais “periféricas” de mundo, afinal, se a Europa é o centro do planeta, todo o resto está na periferia, incluindo Ásia, América e África.
A exposição Indomináveis Presenças, tenta quebrar este ideal eurocêntrico e oferece uma maior visibilidade e reconhecimento para uma arte negra, indígena e LGBTQIAPN+, que por muitos anos foi considerada marginalizada dentro do campo artístico, subvertendo pensamentos tradicionais e sociais como o casamento.
Integrante da exposição Indomináveis Presenças, Rainha F é uma das muitas artistas visuais da exposição. Ela explora simbologias matrimoniais para criar novas perspectivas sobre mecanismos de sobrevivência em corpos dissidentes. Seu trabalho aborda a solidão de corpos negros e questões raciais em contextos LGBTQIAPN+, desafiando a exclusão desses corpos do sacramento do casamento. Em suas criações, costura quimeras e pérolas em grinaldas, desconstruindo o romântico e questionando a hegemonia colonial no pacto matrimonial. Assim, propondo novos terrenos para a figura da noiva, transformando o casamento em um espaço de resistência e reinvenção.
Composta por 114 obras de 16 artistas diferentes, a exposição é gratuita e acontece no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro histórico de São Paulo, até o dia 07 de Abril de 2025.

Segundo Cíntia Guedes, curadora da exposição Indomináveis Presenças: “Nós temos artistas de diversos estados brasileiros e Rainha F representa o Rio de Janeiro muito bem com seu trabalho. Para a mostra, selecionamos artistas que buscassem pensar em um novo futuro para as artes, partindo de uma celebração contestatória, com novas imagens desses corpos, que trouxessem imagens de família, amor, alegria e liberdade. Então, Rainha F nos proporciona isso e permite que o público possa ter acesso a novas vivências e olhares”.
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