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Cinema

Lua Nova | Quênia, fé religiosa e os elementos da natureza feminina

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Lua Nova (Quênia, 2019) - dir. Philippa Ndisi-Hermann

Lua Nova (Quênia, 2019) é um documentário poético ou uma narrativa autobiográfica da diretora/fotógrafa/ poeta queniana Philippa Ndisi-Hermann. Traz a questão da fé religiosa a partir de elementos ligados a natureza feminina e ao próprio eu-lírico da narradora, no caso a própria Philippa. Elementos que, em certos momentos, podem soar corriqueiros como a lua, o mar, a ilha e a da vida de Raya e seu filho Ahmed, garoto muçulmano, e suas vivências diárias com a família e as outras pessoas e crianças de Lamu, cidade litorânea do Quênia. Mas, não têm nada de simples e corriqueiro, pois faz com que a diretora e os espectadores acessem lugares escondidos dentro de si e que podem ser colocados para fora como um sopro de vida, caminho, carinho e espiritualidade.

Encruzilhada

O monólogo interior poético da diretora/narradora apresenta uma divisão da sua própria fé, para onde sigo? Quem sigo? Como e qual caminho definir como seu? A narradora confessa não saber o que está filmando ou buscando, se são as ações que modificarão a vida daquele lugar, seu próprio lugar no mundo ou ainda sua procura religiosa, sua fé. Afinal, em que acreditar ou seguir como ponto de apoio espiritual? As regras e os ritos do islamismo ou ao desprendimento e a busca solitária do sufismo? Como a lua, Philipa vai modificando a narrativa do documentário e a sua busca interna e encontra. No final, sua identidade religiosa que parece ser um chamado da sua ancestralidade.

Ainda que apresente uma narrativa lenta, como costumam ser os monólogos, as buscas internas, o fazer poético, o documentário guia o espectador e o insere nos rituais e costumes do lugar e na angustia e indecisão da artista. Ou seja, como se também estivesse à procura de sua verdade interna a partir do que é apresentado como religião, como fé, como crença.

Enfim, com algumas cenas-chave, o documentário tem a costura de uma trilha musical belíssima (do músico moçambicano, Tiago Correia-Paulo). Além disso, um texto narrativo poético que envolve a plateia e convida a refletir sobre espiritualidade e a crença, que é singular para cada um que queria experimentar o caminho dos rituais ou mesmo dos encontros solitários com a natureza. Por fim, isso parte da lua que muda  constantemente, mas sempre está ali, espiando e alertando que, apesar da busca, ainda somos seres profanos.

Para ver o filme gratuitamente visite o site: mostradecinemasafricanos.com 

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Cinema

Crítica | Transformers: O Despertar das Feras

Sétimo da franquia é mais do mesmo, mas superior a outros

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transformers o despertar das feras

O início de Transformers O Despertar das Feras (Transformers: Rise of the Beasts) é frenético, com uma boa batalha. Em seguida, conhecemos os protagonistas humanos, que são mais cativantes do que de outros filmes. O rapaz latino Noah Diaz (Anthony Ramos) e seu irmão (Dean Scott Vazquez), o qual serve mais como uma metáfora para o espectador. E a divertida Dominique Fishback, como Elena Wallace.

Nessa primeira parte do filme há algumas boas críticas, como o fato de Elena ser uma estagiária e saber muito mais que sua chefe, porém, sem levar nenhum crédito por isso. Enquanto Noah tem dificuldades de arrumar um emprego. Há aqui uma relevante abordagem sobre periferia (Brooklyn) ao vermos alguns dos desafios da familia de Noah, o que o leva a tomar decisões errôneas. A princípio, é um bom destaque essa caracterização dos personagens, em especial, favorece o fato da história se passar em 1994.

Dessa vez, o diretor é Steven Caple Jr., o qual não tem a mesma capacidade de Michael Bay para explosões loucas e sequências de ação. Steven faz sua primeira participação nesse que é o sétimo filme dos robôs gigantes. Ele era fã de Transformers quando criança e procura mostrar os Maximals (Transformers no estilo animal) de uma maneira autêntica.

Aliás, veja um vídeo de bastidores e siga lendo:

O público alvo do longa é o infanto-juvenil, que pode se empolgar com algumas cenas. Contudo, no geral, o roteiro é um ponto fraco. O Transformer com mais destaque aqui é Mirage, que fornece os instantes mais engraçados da história e faz boa dupla com Noah.

Além disso, as cenas no Peru e a mescla de cultura Inca com os robôs alienígenas é válida, com alguma criatividade e algumas sequências tipo Indiana Jones. Há muitas cenas em Machu Picchu e na região peruana que são belíssimas e utilizam bem aquele cenário maravilhoso. Vemos, por exemplo, o famoso festival Inti Raymi em Cusco, antiga capital do Império Inca, o qual o longa usa com alguma inteligência. Pessoalmente, essas partes me trouxeram lembranças pelo fato de que já mochilei por lá (veja abaixo), então aqui o filme ganhou em em relevância pra mim.

O longa se baseia na temporada Beast Wars da animação e traz o vilão Unicron, um Terrorcon capaz de destruir planetas inteiros. Na cabine de imprensa, vimos a versão dublada, a qual ajuda a inserir no contexto dos anos 90 com gírias da época.

Por fim, dentre os filmes dessa franquia que pude ver, esse sétimo está entre os melhores, apesar de ser somente regular, e conta com momentos divertidos. Além disso, a cena pós-crédito (só há uma) promete um crossover com muita nostalgia, Transformers: O Despertar das Feras chega aos cinemas de todo o país na próxima quinta-feira, 8 de junho.

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