Música
‘Mulher é Música’ mostra exemplo de sororidade
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4 anos atrásem
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Miss IndieNo dia 13 de fevereiro de 2020 aconteceu a segunda edição planejada do sarau Mulher é Música, no espaço cultural Casa de Luzia, Lapa, Rio de Janeiro. Aliás, digo planejada porque já rolaram outros encontros dessas mulheres que expressam sua arte juntas, com o intuito de se fortalecerem mutuamente nesse meio ainda muito dominado pelo masculino. Mas agora o evento está consolidado. E pronto para decolar.
As produtoras e apresentadoras do projeto, Juliane Gamboa e Tuany Zanini, abriram o evento falando justamente da importância das mulheres se unirem e cuidarem uma das outras, criando essa rede de musicistas. Indubitavelmente, um trabalho independente e democrático, sustentado por contribuições voluntárias do público. A saber, nessa edição estiveram no palco sete mulheres lindas, fortes, com trabalhos autorais e versões próprias de músicas consagradas.
Iemanjá e as primeiras vezes
Tatiana Henrique abriu o Mulher é Música contando e cantando a história de Iemanjá. É muito difícil tirar os olhos da Tati enquanto ela fala. Autoridade quando o assunto é linguagem corporal, a artista prendeu minha atenção e meu fôlego do início ao fim da apresentação. E abriu as portas para que as mulheres entrassem no palco cheias de energia positiva.
Em seguida, tivemos Clara Gurjão iniciando a cantoria. Mãe de uma menina há pouco tempo, cantou sobre o encanto das primeiras vezes em que fazemos coisas. O olhar deslumbrado do bebê quando descobre o mundo se perde quando a vida adulta vai ganhando forma. Como é bom relembrar e sentir a leveza e a alegria da primeira vez! Ainda mais ao som dessa voz linda da Clara. Inclusive, seu trabalho autoral está disponível nas plataformas digitais e você pode conferir a “Canção Lisboeta” destacada pelo editor do Vivente Andante e jornalista cultural, Alvaro Tallarico:
Terceira apresentação da noite foi da Elisa Fernandes. Conheci Elisa em outros palcos, cantando “Você Não Sabe o Que É Ser Preto” para uma plateia majoritariamente branca. Ela tem a voz e a atitude da negritude em suas canções. Simplesmente maravilhosa! Seu último single “Orquestra”, lançado em novembro de 2019, já conta com mais de 64 mil streams no Spotify e está
na playlist editorial Divina MPB. Sucesso.
Ouve só:
Thati Dias, a voz do grupo Os Abufelados, coloriu o palco com suas madeixas roxas incríveis. Porém, mais incrível ainda é a performance dessa mulher! Ela é daquelas intérpretes que dão vida à música. Você sente a emoção da canção pelas expressões faciais e corporais que executa enquanto canta, com uma voz linda. Thati é bela do cabelo à voz. Também tem trabalho autoral nas plataformas digitais. Olha só Os Abufelados:
Quinta voz do sarau, Ananda Jacques me foi indicada de longe, por músicos lá de sua terra, Sorocaba, como uma voz potente e uma pessoa iluminada. E é mesmo tudo isso que me disseram. Em determinado momento da apresentação de Ananda, senti viva a chama que me mantém trabalhando para a música. É por vozes como a dela, e as dessas mulheres, que a gente segue firme lutando. A apresentação dela foi linda. O single “Coroa de Prata” tem clipe no Youtube, e fala sobre a auto aceitação.
Confira:
Em seguida, tivemos Helô Tenório, única pianista da noite. Escolha uníssona entre as produtoras, a mulher é formada em Canto Lírico pela UFRJ. Aí você já imagina do que estou falando. Foi maravilhoso ouvir Helô cantar e tocar. Ela tem se dedicado à construção do seu novo álbum com composições autorais, mas Maré, que abriu a apresentação da cantora, já está disponível nas
plataformas digitais.
Se liga na ‘Maré’:
Senhora do Bonfim
Fechando as apresentações solo, tivemos a artista brincante Verônica Bonfim. Verônica é só sorriso do início ao fim. Ela transmite alegria enquanto respira, te inspira a sorrir também. Baiana, arretada, “luxenta”, mostrou para o que veio, cantou e encantou a todos no salão, que, como ela mesma disse, foram os fiéis que ficam até o final. Conheça o trabalho independente da cantora nas plataformas de streaming.
Fim apoteótico
Por fim, todas subiram no palco para cantarem juntas a canção “Banho de Folhas”, da baiana Luedji Luna. Uma apresentação de emocionar. Elas são fantásticas. Mulheres negras majoritariamente, mães, forças, lutas, todas com currículos de chocar a sociedade machista e racista. Certamente, é de encher de orgulho milhares de corações que acompanham seus trabalhos e são fãs. Aliás, sigam o projeto Mulher é Música nas redes sociais para saberem dos próximos eventos que trarão ainda mais beleza para os palcos. Em suma, à Juliane e Tuany, meus parabéns pelo excelente trabalho.
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Música
Tom Jobim e Michel Legrand ganham homenagem no Rio de Janeiro
Concertos acontecem em Petrópolis e na capital.
Publicado
13 horas atrásem
24 de abril de 2024Por
Livia BrazilDois dos maiores nomes da música mundial, Tom Jobim e Michel Legrand, serão homenageados no Rio de Janeiro em duas apresentações imperdíveis. O show inédito “Chansong – A música de Tom Jobim & Michel Legrand” chega aos palcos do Soberano Itaipava, em Petrópolis, no dia 26 de abril, sexta-feira, e no Dolores Club, na Lapa, no Centro do Rio, no dia 2 de maio, quinta-feira, ambos às 21h. No segundo, com participação especial de Maurício Einhorn.
O projeto é idealizado pelo pianista e compositor Kiko Continentino num quarteto que conta com as vozes de Valerie Lu e Lucynha Lima e o violonista e cantor Marcello Ferreira. Dois casais de musicistas, uma francesa e três brasileiros, que interpretam as canções nas línguas francesa, portuguesa e inglesa com arranjos próprios e únicos. Uma bela e rica viagem por obras fantásticas dos dois gênios, conectando Brasil e França.
Os concertos
Com arranjos exclusivos e direção musical de Kiko Continentino, a formação de piano, violão, vozes e percussão, remonta e soa como uma verdadeira orquestra. O repertório promove a audição de clássicos como “Verão de 42” e “You Must Believe in Spring” (do filme “Les Demoiselles de Rochefort”), de Legrand, a pérolas jobinianas como “Surfboard”, “Águas de Março” e “A Felicidade”.
Inédito no mundo, o show fez sua estreia em grande estilo, em março de 2019, no charmoso Teatro Municipal de Niterói (RJ), com as bênçãos de Michel Legrand, dias antes de seu falecimento, através de seu filho, e de Paulo Jobim, filho do maestro Tom, que inclusive participou da primeira e segunda apresentações, a última em maio do mesmo ano, no Blue Note Rio.
Jobim e Legrand
Um vértice significativo, comum aos dois compositores, é o fato de serem músicos atípicos, inquietos e versáteis. Ambos os compositores de farta produção. Legrand, pianista e arranjador como Jobim, também se desdobra na regência das melhores orquestras do seu tempo. Vencedor contumaz de Oscars, se embrenhou pelo cinema e televisão, transitando com absoluta naturalidade no meio erudito em associação com cantores de ópera, ao mesmo tempo em que dividiu a cena com os músicos de jazz, improvisando ao piano em plano de igualdade ao lado de monstros como Phil Woods, Miles e Coltrane.
Já Antônio Brasileiro, músico de formação clássica e mente aberta como Michel, circulou das boates da Zona Sul carioca aos estúdios de gravação, atuando como produtor musical e arranjador no Brasil. Até conhecer Newton Mendonça, Vinícius e João Gilberto. E o boom da bossa-nova lançá-lo (meio que a contragosto) até Nova Iorque, onde conquistou o mundo com uma música altamente original, criativa, sofisticada, leve e poética ao mesmo tempo. Trazendo em seu DNA o samba, modas e ritmos brasileiros, o jazz das big-bands, assim como também a música clássica, principalmente dos impressionistas franceses. As coisas se interligam de forma saborosa.
Serviço
Show: Homenagem a Tom Jobim et Michel Legrand com Quarteto Chansong
Apresentação em Petrópolis
Data: 26 de abril, sexta-feira, às 21h
Local: Soberano – Shopping Estação Itaipava
Endereço: Est. União e Indústria, 11.000 – loja 104, Itaipava, Petrópolis – RJ
Ingressos: R$ 60 (meia-entrada) e R$ 120 (inteira), obs.: moradores do estado do RJ pagam meia-entrada
Vendas e mais informações: No site da Sympla
Apresentação no Rio de Janeiro
Data: 2 de maio, quinta-feira, às 21h (abertura da casa às 19h)
Local: Dolores Club
Endereço: Rua do Lavradio, 10, Lapa, Rio de Janeiro – RJ
Ingressos: R$ 40 (antecipado); R$ 60 (na hora)
Vendas e mais informações: No site da Sympla
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