Ghost in the Shell 3 vem aí? Considerado um dos animes mais influentes da história, Ghost in the Shell pode voltar às mãos do diretor Mamoru Oshii. Responsável pelos filmes de 1995 e 2004, o cineasta revelou, durante uma exibição especial em Tóquio, que deseja concluir a trilogia com um terceiro longa. No entanto, o projeto esbarra em um obstáculo que persiste há quase 20 anos: o prejuízo financeiro de Ghost in the Shell 2: Innocence.
Durante uma sessão de perguntas e respostas no dia 2 de março, que acompanhou a exibição remasterizada dos dois primeiros filmes, Oshii declarou: “Tenho uma ideia para um terceiro filme. Sinto que deixei algo inacabado. Se eu tivesse a chance, gostaria de realizá-lo”. A declaração animou os fãs, mas logo foi acompanhada por uma dura realidade financeira.
Pouco depois, durante a abertura do Niigata Animation Film Festival, o CEO da Production I.G, Mitsuhisa Ishikawa, revelou que o orçamento de Innocence foi de aproximadamente 2 bilhões de ienes (cerca de US$13 milhões) e, mesmo com arrecadação semelhante, o filme ainda não alcançou o ponto de equilíbrio planejado para dez anos. “Ghost in the Shell 3 não pode ser feito enquanto os custos de Innocence não forem recuperados. Quero que as pessoas saibam disso. Eu também gostaria de ver outra sequência”, afirmou Ishikawa.
A visão artística de Oshii e Ghost in the Shell 3
O primeiro Ghost in the Shell (1995) trouxe ao cinema uma mistura revolucionária de cyberpunk, filosofia e animação de alta qualidade. Acompanhando a major Motoko Kusanagi em sua caça ao misterioso Puppet Master, o longa equilibrou ação e reflexão como poucos animes. O sucesso comercial e crítico foi imediato, influenciando obras como Matrix e dando início a uma franquia que se expandiu em séries e outros filmes.
Já Ghost in the Shell 2: Innocence (2004) se distanciou das expectativas. A protagonista virou uma figura quase ausente, e o foco se deslocou para Batou, seu parceiro. O tom tornou-se mais meditativo, com diálogos filosóficos densos e cenas longas e contemplativas. A recepção foi mista: enquanto parte do público esperava mais ação, outros passaram a valorizar a obra com o tempo.
O jornalista Patrick Macias relatou que, ao rever o filme, passou a enxergar melhor suas camadas e qualidades visuais. Hoje, considera Innocence o seu preferido da franquia, justamente por representar a visão mais pura de Oshii como artista.
Existe esperança para Ghost in the Shell 3?
Oshii mencionou recentemente que, se fizesse Ghost in the Shell 3, gostaria de explorar temas como “a existência da alma” e a dissociação entre voz e personagem na aníme. “Motoko e Batou só existem dentro do mundo da animação. É mais fácil infundir emoção nos personagens no formato animado”, afirmou.
Apesar da dificuldade financeira, a franquia segue viva. Uma nova série animada está prevista para 2026, produzida pelo estúdio Science SARU (Devilman Crybaby). Enquanto isso, o sonho de Oshii em concluir a trilogia permanece vivo no imaginário dos fãs, que seguem esperançosos por um retorno à visão singular que moldou o universo de Ghost in the Shell.
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