A diretora Anna Muylaert está de volta com seu sétimo longa-metragem, O clube das mulheres de negócios. A saber, o filme vai estrear na competição oficial do prestigiado Festival de Gramado, de 9 a 17 de agosto na Serra Gaúcha. O filme é uma produção da Glaz e África Filmes, com coprodução da Globo Filmes.
Conhecida por seu olhar afiado e sua habilidade em trazer temas centrais da sociedade brasileira para a tela de maneira engenhosa, como em Que Horas ela Volta?, Anna Muylaert promete mais uma vez uma crítica social nada óbvia.
Enredo
Com nomes no elenco como Louise Cardoso, Grace Gianoukas e Luis Miranda, O clube das mulheres de negócios narra um único dia. Jongo (Luís Miranda) é um fotógrafo renomado. Ele chega de manhã ao lado do jovem e inexperiente jornalista, Candinho (Rafa Vitti) em um clube de campo decadente da alta sociedade de São Paulo. Cesárea (Cristina Pereira) e sua fiel escudeira, Brasília (Louise Cardoso) comandam o clube. Jongo já sabe o que esperar daquele ambiente onde metade das mulheres estão envolvidas com a Justiça. Porém, Candinho viverá um dia de revelações escandalosas. Que o farão, inclusive, repensar sua identidade e estreitar seus laços de amizade com o colega mais experiente.
Além de Miranda, Gianoukas e Cristina Pereira, o filme traz, ainda, diversos outros comediantes. Alguns deles são Katiuscia Canoro, Maria Bopp e Polly Marinho. Porém, todos interpretam papéis que parecem sérios, mas beiram ao absurdo, revelando distintos estereótipos da masculinidade tóxica.
Festival
Depois de seu longa de estreia Durval Discos receber sete Kikitos no Festival de Gramado, Muylaert volta à competição para apresentar uma comédia dramática, ácida e surpreendente. Parte de uma distopia onde os estereótipos de gênero estão invertidos. Ou seja, as mulheres ocupam as posições de poder enquanto os homens são criados para serem socialmente submissos. Mas essa inversão de papeis de gênero é apenas o começo da trama. O Clube das Mulheres de Negócios é um filme sobre a estrutura de poder patriarcal, mas não somente. A trama navega por situações inusitadas. Questiona o espectador sobre os absurdos que sempre vêm atrelados a qualquer tipo de estrutura de poder. Seja de gênero, classe ou do domínio do ser humano sobre a natureza.
“O Clube das Mulheres de Negócios nasceu em 2015, o ano do histórico #Metoo. As gravações correram durante o governo Bolsonaro e seu lançamento será com Lula eleito presidente pela terceira vez. Todos esses movimentos, golpes, choques, transformações e contra transformações da última década foram a inspiração para o tecido delirante desse filme que eu defino como uma chanchada macabra”, diz a diretora sobre o processo de realização do filme.
A saber, a estreia em salas de cinema está prevista para novembro de 2024.
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