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o melhor está por vir
CinemaCrítica

O melhor está por vir – O novo filme de Nanni Moretti

Por
Luciano Bugarin
Última Atualização 29 de dezembro de 2023
9 Min Leitura
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o melhor está por vir
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Tópicos
Um filme sobre o cinemaAmor pelo cinemaSucesso = bilheteria?Choque de geraçõesO que filmar?O melhor está por vir?A luz da inspiraçãoOnde assistir

O ano de 2024 ainda está pra chegar, mas já temos algumas estreias confirmadas para os cinemas. Uma delas é a do novo filme do cineasta italiano Nanni Moretti, “O melhor está por vir”, no dia 4 de janeiro.

Em sua nova obra, Nanni Moretti retoma sua costumeira narrativa metalinguística, onde ele atua como um personagem que faz alusão ao seu papel como diretor e também ao seu atual conflito com as mudanças, cada vez mais aceleradas, nas formas de se produzir e consumir filmes pela sociedade.

o melhor está por vir

Um filme sobre o cinema

Na trama, o admirado cineasta Giovanni (Moretti), está realizando um filme sobre o partido comunista italiano em conflito pela decisão de seguir ou se opor à União Soviética, em meio a invasão da Hungria. Para o diretor, essa é uma história importante, mas que pelo visto ninguém de sua equipe conhece ou acha minimamente interessante.

Desse modo, “O melhor está por vir” é, como Moretti diz, “um filme sobre o cinema”. Mas, além disso, ele também mostra como é cada vez mais árdua a tarefa de realizar cinema como expressão de uma visão pessoal em uma época de consumos desenfreados (inclusive de audiovisual).

Um circo húngaro no centro da trama do filme de Giovanni – imagem de divulgação.

Amor pelo cinema

O amor pelo cinema de Giovanni reflete como o próprio Moretti entende a razão de ser da sétima arte. Afinal, ele acaba de completar 50 anos de carreira. É difícil saber onde começa e onde termina personagem e cineasta. Como deve ser para manter-se fiel a um sentimento passional de criar cinema em meio a uma crescente banalização desta forma de artística?

De certa forma, esse conflito reflete como Moretti sente-se um peixe fora d’água em meio a uma geração de consumo acelerado. Será que não há mais espaço para filmes que apresentam as complexidades das relações humanas mais genuínas? Giovanni acredita que seu filme será um sucesso, apesar de apenas ele demonstrar certo interesse pelo tema.

Sucesso = bilheteria?

Desse modo, o roteiro traz algumas considerações e críticas ao atual e crescente modelo de produção audiovisual. Só há espaço, atualmente, para filmes que fazem sucesso? Números de bilheteria virou parâmetro para julgar um filme? Essa discussão esteve presente recentemente com a baixa bilheteria do filme de Scorsese, “Assassinos da lua das flores”.

Moretti, inclusive critica isso de forma direta ao mostrar seu personagem reunindo-se com executivos da Netflix. Na visão deles, o cinema é nada mais que um produto a ser vendido dentro de um grande combo. Eles repetem incansavelmente que estão presentes em 190 países e dão conselhos para adequar o filme a um consumo de aprovação imediata, como por exemplo a inserção de um momento “what the fuck”!

Giovanni e Paola se reúnem com executivos da Netflix – imagem de divulgação.

Choque de gerações

Giovanni parece estar convencido de que faz parte de uma geração de cineastas cinéfilos que está chegando ao fim. Afinal, as pessoas realmente mudam como nos filmes, onde o personagem tem todo um arco dramático de superação e mudança? Um princípio básico propagado pela maioria de manuais de roteiro e produções que visam conquistar seu público por meio de um arco narrativo moralizante.

Ao mesmo tempo, ele pensa em como seu tempo que resta é curto e necessita fazer mais que um filme a cada cinco anos. A princípio essa pode parecer um visão pessimista do fim da vida se aproximando, porém pode-se pensar na questão de que ninguém é totalmente imutável. A impressão é que no fim o que mais importa é ser fiel à sua visão, mas estando aberto a possíveis mudanças de percepções que as circunstâncias pedem.

Giovanni no set de filmagem – imagem de divulgação.

O que filmar?

No entanto, não há uma redenção ou “acordo entre gerações”. Na trama do filme dentro do filme, vemos a importância das relações humanas e a necessidade de se posicionar frente à questões éticas. Isto reflete os problemas que Giovanni enfrenta (às vezes sem perceber) em sua própria vida. Sua esposa Paola (que produz seus filmes) (Margherita Buy) vai na terapia, pois quer largar ele, mas não sabe como.

Afinal, tanto na sua vida pessoal como na profissional, Giovanni é uma ilha, que não aceita interferências externas na realização de sua visão, em especial com a atriz principal que insiste em improvisar as cenas e acredita fielmente que o filme é, antes de tudo, um filme de amor. Ou seja, o final de seu filme deverá ser fiel a um acontecimento histórico ou dar mais ênfase aos sentimentos que movem as pessoas?

A atriz (Barbora Bobulova) está convencida de que o filme de Giovanni é sobre amor – imagem de divulgação.

O melhor está por vir?

Afinal, o que Giovanni quer filmar? Que filme ele quer fazer? Como ele quer viver sua vida? Esse personagem reflete, talvez, uma responsabilidade que Moretti sente em relação a manter viva a tradição do cinema como uma forma de arte, mas será que essa preocupação não é um pouco exagerada? Afinal, no meio de tantas críticas, tem um pouco também de autocrítica.

Em uma cena impagável, Giovanni interrompe a filmagem da última cena do filme de um jovem cineasta, que sua esposa está produzindo. O motivo: ele discorda da forma que a violência está sendo representada gratuitamente e de forma sensacionalista. Ao expor seus argumentos, ele acaba exagerando no preciosismo de apresentar a opinião de vários especialistas para provar seu ponto, chegando a ligar até para Martin Scorsese, para pedir conselho.

A luz da inspiração

Na primeira cena de seu filme, uma pequena vila aguarda ansiosamente a chegada da luz elétrica. Tal qual ele, como cineasta e roteirista, está sempre na necessidade da luz da inspiração para iluminar o caminho que deseja seguir. Algo evidenciado pelo grande intervalo de tempo entre suas produções.

 Giovanni quer se manter fiel aos seus princípios como cineasta, mas percebe que tanto a vida quanto a criação artística não se dá por meio da solidão e isolamento. A luz da inspiração pode vir de fontes inesperadas ou improváveis, mas virá, como a luz do sol. Como revela o título original que pode ser traduzido como “sol do futuro”.

Giovanni em meio à equipe de produção – imagem de divulgação.

Onde assistir

Moretti disse que esse é um de seus principais filmes. Sua declaração de amor pelo cinema é cheio de referências cinematográficas e também autorreferências, como na cena em que procura uma locação de patinete. Tal qual ele utilizou no filme “Caro diário”, de 30 anos atrás.

Giovanni e o produtor Pierre (Mathieu Amalric) – imagem de divulgação.

A distribuição do filme é da Pandora Filmes. A estreia é no dia 4 de janeiro de 2024. Consulte a rede de cinemas de sua cidade para encontrar sessões disponíveis.

trailer do filme
Tags:cinema italianoconflito de geraçõesCrise familiarcrítica cinematográficaEstreiaNanni Morettinetflixo melhor está por vir
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Luciano Bugarin's avatar
PorLuciano Bugarin
Professor de artes e cineasta independente. Sou cinéfilo, fã de Simpsons, entusiasta de artes que fogem do óbvio e músicas barulhentas.
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