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Cinema

Um Dia Qualquer | Filme conta boa história sobre uma realidade invisível

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um dia qualquer foto rogerio von kruger

Quando se fala em Brasil para um estrangeiro, provavelmente ele vai lembrar diretamente do Rio de Janeiro. A Cidade Maravilhosa foi feita de cartão postal no exterior e ajudou a criar o estereótipo de que tudo é lindo no Brasil. Naturalmente, não é bem assim. O Rio de Janeiro sofre com problemas de violência e hierarquias alternativas desde a época dos bicheiros. Atualmente, as milícias exercem essa função. Esse é o pano de fundo de Um Dia Qualquer, de Pedro Von Krüger.

O longa retrata o aparente cotidiano de um bairro carioca dominado pela milícia capitaneada por Quirino (Augusto Madeira). Quando o filho de Penha (Mariana Nunes) desaparece, ela procura por respostas. A partir disso, várias histórias se encontram para dar desfecho ao mistério.

Roteiro

Em um primeiro momento, Um Dia Qualquer parece querer contar muitas histórias ao mesmo tempo, apresentando logo em seus primeiros minutos tramas de bate-bola, igreja evangélica e adultério, amarrando todas sob o guarda chuva da milícia. O roteiro não se apresenta de maneira clara no início do longa, mas a partir da segunda metade se encontra e liga as narrativas de forma satisfatória.

É interessante ver como o desfecho do longa explícita a temática que é presente durante o filme: o que vai volta, quase como um karma. Toda a trajetória dos personagens leva a esse pensamento e se encerra interligando tudo no melhor estilo tragédia grega.

Direção

A direção de Pedro Vön Kruger preza pelo “mostre, não conte”, o que dá um dinamismo interessante para o ritmo do longa, porém algumas vezes atrapalha a execução do roteiro. O filme se realça demais na interpretação do espectador e gera perguntas desnecessárias que interferem na imersão do público.

A fotografia se destaca também. De maneira bem sutil, o filme alterna a paleta de cores conforme a necessidade da narrativa e frequentemente cria ambientes claustrofóbicos a partir de alto contraste entre pontos claros e bordas escuras. Um trabalho de extremo bom gosto.

Um Dia Qualquer apresenta algumas complicações, mas que se mantém firme no geral. Com uma narrativa de final sólido, o filme traz uma visão interessante de um cotidiano, muitas vezes, invisível para o grande público.

Enfim, o longa estreia no circuito brasileiro no dia 23 de junho.

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Cinema

Museu do Amanhã exibirá filmes da Mostra Ecofalante de Cinema durante a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente 2023

Serão 10 filmes do mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais

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Aguas Do Pastaza ecofalante 2023 SEMEIA

Como parte da programação da SEMEIA, a Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, o equipamento cultural exibirá 10 filmes da Mostra Ecofalante de Cinema, um dos maiores festivais do Brasil e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais.

A princípio, as sessões acontecerão entre os dias 6 e 9 de junho e contarão com acessibilidade para pessoas surdas. No dia 7, uma das produções contará também com Closed Caption e, no dia 8 de junho, no feriado de Corpus Christi, a exibição terá, ainda, com Closed Caption, audiodescrição e Libras.

Destaques

A programação da mostra abre no dia 6 de junho com o filme “Águas do Pastaza”, sobre a comunidade Suwa, localizada na fronteira entre o Equador e o Peru.

No dia 7, os curtas “Dia de Pesca e de Pescador” e “Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada” falam sobre como o brincar está inserido no dia a dia das crianças indígenas e como o cotidiano dessas comunidades se reproduzem de forma lúdica.

“Crescer onde nasce o sol” se passa numa comunidade onde o brincar parece não ter lugar e este ato se torna quase uma ação de resistência pelas crianças que, brincando, sonham com um futuro melhor. Por fim, “Aurora, a Rua que Queria Ser Rio” traz a história de um rio reprimido e canalizado para dar lugar ao “progresso”.

No dia 8 de junho, o documentário “Mata” abordará a resistência de um agricultor e uma comunidade indígena diante do avanço das plantações de eucalipto. A sessão será a única com Closed Caption, audiodescrição e Libras. Para encerrar, o último dia abre com “Borboletas de Arabuko”, que retrata o ofício de cultivadores de borboletas no Quênia e como essa prática incomum acabou ajudando a preservar a maior e última floresta remanescente da África Oriental. Em seguida, “Movimento das Mulheres Yarang” documentou a história de um grupo de mulheres do povo Ikpeng, que formou um movimento para coletar sementes florestais e restaurar as nascentes do Rio Xingu, que passa por suas aldeias. Por fim, “Meu Arado, Feminino”, destaca a pluralidade feminina do campo e seu elo com a natureza.

SEMEIA

De 5 a 11 de junho, a SEMEIA, Semana do Meio Ambiente do Museu do Amanhã, que faz parte da rede de equipamentos da Secretaria Municipal de Cultura, trará uma programação com rodas de conversa, oficinas, filmes, ativações artísticas e shows. Afinal, o objetivo é promover trocas e aprofundamentos sobre temas como preservação da água, saberes tradicionais, soberania alimentar, crise climática, direito à informação e cooperação para a sustentabilidade. Todas as atividades são gratuitas e algumas precisam de inscrição antecipada porque estão sujeitas a lotação.

Em seguida, confira a programação da Mostra Ecofalante durante a SEMEIA:

6 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Filme Águas de Pastaza (Inês T. Alves, Portugal, 60′, 2022) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

7 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de cinema

Onde: Observatório

Dia de Pesca e de Pescador (Mari Corrêa, Brasil, 2015, 3′) *com Libras

Osiba Kangamuke- Vamos lá Criançada (Haja Kalapalo, Tawana Kalapalo, Thomaz Pedro, Veronica Monachini, Brasil, 2016, 19′) *com Libras

Crescer onde nasce o sol (Xulia Doxágui, 2021, Brasil, 13′)*com Libras e Closed Caption

Aurora, a Rua que Queria Ser um Rio (Redhi Meron, 2021, Brasil, 10′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

8 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Mata (Fábio Nascimento, Ingrid Fadnes, 2020, Brasil / Noruega, 79′) *com Libras, Closed Caption e audiodescrição

Onde: Observatório

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

9 de junho

14h – Mostra Ecofalante

Mostra de Cinema

Onde: Observatório

As Borboletas de Arabuko (John Davies, 2020, Reino Unido, 10′) *com Libras

Yarang Mamin – Movimento das Mulheres Yarang (Kamatxi Ikpeng, 2019, Brasil, 21′) *com Libras

Meu Arado, Feminino (Marina Polidoro, 2021, Brasil, 21′) *com Libras

Parceria: Mostra Ecofalante

Classificação: Livre

Inscrições antecipadas via Sympla (lotação limitada a 30 pessoas)

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