O país da pornochanchada entra em cartaz esta quinta-feira, dia 7 de dezembro, no Estação Net Botafogo. Por enquanto, estará na sala 3 , às 21h30. O documentário, com direção de Adolfo Lachtermacher, mistura a história do país com a do cinema. Principalmente com a história da pornochanchada. Isso porque o pai do diretor , Saul Lachtermacher, também foi diretor, porém de filmes do gênero. O documentário, então, é uma homenagem a ele.
Antes de mais nada, vamos à sinopse do filme: O filho de um diretor de filmes dos anos 1960-1970 procura o último filme inédito do pai, que foi perdido com o tempo. Em sua busca, ele acaba não conseguindo completar sua pesquisa por conta da precariedade dos acervos e por conta da pandemia. Por conta disso, decide, então, recontar a história do gênero da pornochanchada do Brasil através de um víeis particular. Um olhar sobre o cinema brasileiro dos último 50 anos.
Só para ilustrar, fique com o trailer de O país da pornochanchada:
Crítica
O documentário é muito interessante para quem quer ter um panorama geral da história do audiovisual brasileiro da época. Apesar de o foco ser nos filmes de pornochanchada e, principalmente, nos de Saul Lachtermacher, o espectador conhece mais profundamente sobre o que estava acontecendo com as produções audiovisuais dos anos 60 e 70. Além disso, como o diretor conta, também, o contexto histórico do Brasil, é possível entender como tudo começou e as principais motivações de um cinema desse gênero. Essa base histórica deixa o documentário muito mais interessante do que se apenas focasse nos filmes.
Além disso, desmitifica a ideia que o brasileiro tem da pornochanchada. De que era sexo por sexo. É importante, também, o diretor deixar claro os problemas que eram encontrados em filmes desse gênero. Principalmente o machismo escancarado e como isso era um reflexo da época. Contudo, talvez pela emoção sentida na narração do diretor, que tem no assunto do filme um tema muito caro a ele, já que era o trabalho de seu pai e que ele conviveu tão de perto, apesar dos muitos problemas com o gênero, o espectador não se choca. Muito pelo contrário. Por causa de toda a explicação histórica adicionada ao sentimento colocado pelo diretor, é possível compreender e até observar a importância de tal gênero para a época. Claro que hoje em dia o Brasil tem outros padrões de moralismo e o que era chocante na época, hoje não choca mais. Porém, mesmo assim, muitos podem assistir ao filme esperando serem impressionados com as imagens. E o que vão encontrar é um grande amor pela arte do cinema. É mesmo uma bela homenagem a Saul Lachtermacher e a todos que ajudaram a criar essa história.

Ficha técnica
O PAÍS DA PORNOCHANCHADA
Brasil | 2022 | 75 minutos | Documentário
Direção e roteiro: Adolfo Lachtermacher
Produção: Bárbaras Produções
Coprodução: Cavideo