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Crítica espetáculo Brás Cubas
CríticaCulturaEspetáculos

Espetáculo ‘Brás Cubas’ é ousado e inventivo

Por
Alvaro Tallarico
Última Atualização 24 de agosto de 2023
6 Min Leitura
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Brás e Pandora (foto: Mauro Kury)
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A estreia nacional do espetáculo “Brás Cubas”, adaptado da obra-prima de Machado de Assis pela Armazém Companhia de Teatro, aconteceu na noite da última quarta-feira (23) no Teatro II do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro. A princípio, é uma proposta ousada e complexa. O desafio de transformar a riqueza literária de Machado de Assis em ação dramática contundente é notável. Contudo, o diretor Paulo de Moraes e o dramaturgo Maurício Arruda Mendonça enfrentaram esse desafio de maneira corajosa e inventiva.

A peça mergulha nos meandros da mente do protagonista Brás Cubas, trazendo à tona não apenas suas memórias, mas também suas reflexões sobre a vida, a sociedade e a própria morte. Nisso respingam algumas sutis críticas políticas que entendedores entenderão. Inicialmente, a peça começou para mim com a entrada de Pandora / Natureza. Ela ganha vida através de Lorena Lima, a qual me impressionou com sua versatilidade. De mãe ninando o filho com “Cordeiro de Deus” passando pela sensual Marcela, e sempre cantando de forma impressionante, foi uma bela surpresa toda sua energia e capacidade de atuação.

A estrutura da dramaturgia, dividida em três planos distintos, revela um jogo intrigante entre o plano da memória, a narrativa do defunto autor e as intervenções do próprio Machado de Assis. Esta abordagem tripla poderia, em mãos menos habilidosas, resultar em confusão, mas a experiente Armazém Companhia de Teatro soube equilibrar esses elementos de forma coerente, criando uma experiência que desafia a mente do público, ainda mais por ter quase duas horas. Mas que em momento algum é entediante.

Dois Brás Cubas e um Machado

A escolha de desmembrar o personagem Brás Cubas em duas interpretações, pelos ótimos Sérgio Machado e Jopa Moraes, é uma jogada interessante. Essa divisão permite uma exploração mais profunda das diferentes facetas do protagonista, desde sua vida até a fase de defunto autor, cada uma delas trazendo uma perspectiva singular para a história. Ambos trazem estilos e temperos diferentes para o personagem. Isabel Pacheco (Virgínia) e Felipe Bustamante (Quincas) complementam sem deixar a qualidade cair.

Além disso, a incorporação de Machado de Assis como personagem, divertidamente interpretado por Bruno Lourenço, adiciona uma bela camada de metalinguagem. A construção cenográfica de Carla Berri e Paulo de Moraes, aliada à iluminação de Maneco Quinderé, cria uma atmosfera evocativa que transporta o público para o universo do século XIX e para os domínios do protagonista.

Os figurinos de Carol Lobato contribuem para a caracterização dos personagens em suas diferentes épocas, enquanto a direção musical de Ricco Vianna proporciona uma trilha sonora que ressoa com os sentimentos e as reflexões da peça. O elenco demonstra eficiente preparação corporal, obra de Patrícia Selonk e Paulo Mantuano.

Em síntese, “Brás Cubas” da Armazém Companhia de Teatro é uma abordagem corajosa e criativa de uma das obras mais icônicas da literatura brasileira. Ao transpor o complexo realismo psicológico de Machado de Assis para o palco, a companhia entrega uma instigante experiência teatral. Dessa forma, a celebração dos 35 anos da Armazém Companhia de Teatro é marcada por uma realização que honra não apenas sua trajetória, mas também a rica herança literária do país e do Bruxo.

Serviço 

“Brás Cubas”

Temporada: de 23 de agosto a 01 de outubro de 2023

Dias e horários: Quarta à sábado, às 19h, e domingo, às 18h.

Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro II – Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro

Informações: 21 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br

Valor do ingresso: R$ 30 (inteira) e R$15 (meia)

Estudantes, maiores de 65 anos e Clientes Ourocard pagam meia entrada.

Ingressos adquiridos na bilheteria do CCBB ou antecipadamente pelo site bb.com.br/cultura

Funcionamento do CCBB Rio: de quarta a domingo, das 9h às 20h (fecha às terças).

Capacidade de público: 153 lugares

Classificação: Indicado para maiores de 14 anos.

Duração: 110 minutos

Por fim, abaixo, veja outros artigos, um clipe em animação e a ficha técnica completa de ‘Brás Cubas”:

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Ficha técnica 

Direção: Paulo de Moraes

Dramaturgia: Maurício Arruda Mendonça

Montagem da Armazém Companhia de Teatro

Elenco/personagens: Sérgio Machado (Brás Cubas), Jopa Moraes (Defunto), Bruno Lourenço (Machado de Assis), Isabel Pacheco (Virgínia), Felipe Bustamante (Quincas) e Lorena Lima (Marcela e Natureza).

Músicos em cena: Ricco Viana ou Rafael Tavares

Cenografia: Carla Berri e Paulo de Moraes

Iluminação: Maneco Quinderé

Figurinos: Carol Lobato

Direção Musical: Ricco Vianna

Preparação Corporal: Patrícia Selonk e Paulo Mantuano

Colaboração na Dramaturgia: Paulo de Moraes

Designer Gráfico: Jopa MoraesFotografias: Mauro Kury

Cabeça do Hipopótamo: Alex Grilli

Assessoria de Imprensa: Ney Motta

Direção de Produção: Patrícia Selonk e Bruno Mariozz

Produção Executiva: Sérgio Medeiros

Assistente de Produção: Amanda Rumbelsperger

Coordenação do Projeto: Paulo de Moraes e Patrícia Selonk

Patrocínio: Banco do Brasil

Realização: Centro Cultural Banco do Brasil 

Tags:brás cubas ccbbcrítica peça brás cubas
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Jornalista especializado em Jornalismo Cultural pela UERJ.
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