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Cultura

Peça “RECÉM-NASCIDO” estreia no Estação NET Botafogo

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Cartaz da peça 'Recém Nascido'

Com a proposta interessante e inusitada de Teatro no Cinema, o espetáculo inédito “Recém-Nascido” leva seu enredo sobre percepções e descobertas sobre a paternidade e uma masculinidade saudável à Sala 2 do Estação NET Botafogo. A peça estreiou dia 14 de outubro e fica em cartaz até 12 de novembro.

Escrito e interpretado com muita poesia por Diego Braga, a montagem dirigida por Daniel Leuback e Lorena Lima foi desenvolvida por Diego em 2020, em meio à pandemia, quando Diego, pai de gêmeos, se viu imerso nessa vivência. A cena apresenta um homem disposto a romper o silêncio das dores masculinas, apresentando uma fala esperançosa sobre masculinidade e paternidade.

Pensado, á primeira vista, para ser um trabalho online, o espetáculo mudou de habitat e virou presencial, ganhando forma e vida num palco inusitado: a Sala 2 do cinema Estação NET Botafogo. Com sua chegada nesta nova casa, ‘Recém-Nascido’ ganhou novos integrantes: além de Lorena Lima, o olhar e a parceria de audiovisual de Cavi Borges, cineasta, produtor e fundador da locadora Cavídeo, um dos principais produtores do cinema independente brasileiro na contemporaneidade; e o produtor Marcelo Aouila, produtor de espetáculos, exposições, festivais de música e projetos de incentivo à leitura.

Idealização

Em agosto de 2020, posteriormente aos primeiros meses da pandemia do coronavírus, o artista Diego Braga, movido pelas transformações ocorridas em escala global e que afetavam diretamente aspectos íntimos de sua vida particular, decidiu contribuir artisticamente com a pauta da paternidade e da masculinidade saudável.

Missão do autor

Segundo Diego: “Minha vida foi radicalmente modificada depois que as crianças chegaram, e quando você vive uma experiência desse tamanho você quer falar, quer entender o que se passa dentro de você, quer saber se acontece assim com os outros, quer saber quem você está se tornando. Eu faço o ‘Recém-Nascido’ quase como uma missão. Pra mim, ele sempre foi muito mais do que teatro. Ele tem uma chama viva de transformação”.

“Nós, homens, somos embrutecidos desde que nascemos, sobrando pouco espaço pra que nossos afetos e emoções transbordem. Eu acredito em tempos de maior delicadeza, apesar da aridez dos dias atuais. Tempos de homens presentes na vida de suas filhas e filhos, atravessados pela paternidade”, pontua o artista.

Parceria

Com mulheres em cargos importantes no espetáculo, Lorena Lima e Mariana Xavier fortalecem a equipe e engrandecem o espetáculo com seu olhar.

“Recém-Nascido’ convida o público a uma reflexão urgente sobre o exercício da masculinidade e da paternidade. É um espetáculo de grande potencial transformador, nos âmbitos individual e coletivo. Uma iniciativa que a Trampo não podia deixar de incentivar”, aposta Mariana Xavier, produtora da peça.

“Exercer o papel de pai de forma coerente ainda não é comum, e o olhar feminino enquanto diretora vem como uma forma de resgatar a todo momento tal ideia. Este trabalho, na verdade, se mostra como uma conversa urgente, na qual pais e homens possam se colocar, ativamente, nessa discussão”, traz Lorena Lima.

SINOPSE

Um homem, disposto a romper o silêncio das dores masculinas, propõe ao público uma reflexão. Partindo de passagens de sua própria vida, ele abre caminho para assuntos que são universais: infância, parentalidade, amores, recomeços, sexualidade, paternidade e masculinidade. Lança um novo olhar sobre a forma como educamos meninos, meninas e como pretendemos construir a nós próprios durante a nossa trajetória. Ou seja, se trata uma fala esperançosa sobre masculinidade e paternidade para os dias de hoje.

Informações sobre a peça:

Temporada: 14 de outubro a 12 de novembro

Apresentações: Sextas e sábados

Horário: 20h

Local: Sala 2 do Estação NET Botafogo

Endereço: Rua Voluntários da Pátria, 88 – Botafogo

Informações: (21) 2146-7892

Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)

Vendas antecipadas: www.sympla.com.br/

Lotação: 33 lugares

Duração: 50 minutos

Classificação Indicativa: 12 anos

Instagram: @recemnascidoespetaculo e @diegobragaator

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Crítica

Benjamin, o palhaço negro | Uma homenagem ao primeiro palhaço negro do Brasil

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Parece até piada que notícias como a do racismo sofrido pelo jogador de futebol Vini Jr. ou um aplicativo que simula a escravidão tenham saído enquanto “Benjamin, o palhaço negro” está em cartaz. Infelizmente não é. Assim como não é piada e nunca deveria ser considerada como uma as coisas que um certo “humorista” disse no vídeo que, com razão, foi obrigado a ser retirado do ar. Infelizmente, a luta contra o racismo continua, desde a época em que Benjamin de Oliveira viveu, de 1870 a1954. Cem anos e as atitudes dos racistas continuam iguais! É um absurdo!

Mas sabe o que mudou? O combate. Como fica bem óbvio no texto do musical, agora não se sofre mais calado. Agora há luta. Agora há regras, há leis, os racistas não vão fazer o que querem e ficar por isso. As pessoas pretas vão exigir o seu lugar de direito e o respeito de todos. Já está mais do que na hora, né?

Mas estou me adiantando para o final da peça. Vamos voltar ao começo.

Quem foi Benjamin de Oliveira?

Benjamin de Oliveira foi o primeiro palhaço negro do Brasil, em uma época em que pessoas pretas não eram aceitas ou bem-recebidas no mundo do entretenimento (e no mundo como um todo, sejamos sinceros). Além disso, ele foi o idealizador e criador do primeiro circo-teatro. Mas por que, então, não conhecemos a história dele?

Por que vocês acham?

Como os atores dizem no início do musical idealizado por Isaac Belfort, a história do circo foi embranquecida, assim como todas as histórias que aprendemos. A peça vem, portanto, para contar a história verdadeira e colocar luz em cima de quem deveria, desde sempre, ter ganhado os louros de sua invenção. Em um espetáculo intenso, sensível e moderno, o público aprende sobre quem foi Benjamin e, também, a valorizar os artistas negros atuais e da nossa história. Mostrando, assim, pra quem tinha dúvidas, quanta gente preta de talento existe e sempre existiu. Só falta, como disse Viola Davis, oportunidade.

O espetáculo

No palco, cinco atores. Eles se revezam para interpretar Benjamin, uma sacada ótima. Uma sacada que faz todo mundo querer se colocar no lugar daquele personagem. Uma sacada que faz qualquer um não conseguir não se colocar no lugar daquele personagem. E sentir todas as dores que ele sentiu. Para pessoas brancas, como a jornalista que vos fala, que nunca vão saber o que é sofrer o racismo na pele, é um toque certeiro pra empatia. Mesmo que forçada, aos que até hoje tentam ignorar esse mal da nossa sociedade. É necessário.

Outra sacada ótima foram os toques de modernidade ao longo de todo o roteiro, muito bem escrito. Colocar personagens da época de Benjamin agindo como os jovens tiktokeiros e twitteiros de hoje foi primordial pra facilitar a identificação. Mesmo para quem não conseguiria fazer a paridade entre a época outrora e os tempos atuais, o roteiro faz questão de não deixar dúvidas. E fica impossível não reconhecer algumas das personagens mostradas no palco. O espectador vai, na hora, conseguir lembrar de alguém que já conheceu ou viu passar pela internet. Ou vai pensar em si mesmo. E é aí que mora a chave do sucesso da peça: porque o reconhecimento traz a mudança (ou assim se espera).

Um elenco de se tirar o chapéu

Os cinco atores – Caio Nery, Elis Loureiro, Igor Barros, Isaac Belfort e Sara Chaves – sabem muito bem o que estão fazendo. Dão show em cima do palco. Cantam, atuam e se movimentam de forma emocionante. A cenografia ajuda, claro. Assim como a iluminação. E a coreografia. O espetáculo é apresentado em um espaço pequeno, que ajuda ao espectador se sentir dentro da peça. E a força com que cada elemento está em cena – atuação, música, iluminação, cenário – torna difícil não sentir cada cena como se estivesse acontecendo com si mesmo.

Preciso, porém, destacar dois dos atores: Caio Nery e Sara Chaves. Todos em cena estão visivelmente entregando tudo e fazem um espetáculo lindo de se ver. Mas Caio e Sara sobressaem. Destacam-se por ser possível enxergar a emoção por trás dos personagens, e deixarem a peça ainda mais forte e bonita. São dois jovens atores de 20 e poucos anos que, com certeza, ainda vão longe!

Curtíssima temporada

Se você se interessou em assistir “Benjamin, o palhaço negro”, corre! O espetáculo ficará em cartaz somente até o dia 28 de maio, esse domingo. Como mencionado anteriormente, o espaço é pequeno, portanto os ingressos esgotam rápido. Essa não é a primeira vez que o musical fica em cartaz no Rio de Janeiro. Ano passado teve sessão única em novembro e uma curta estadia em São Paulo. Isso porque é uma peça independente. O que resta ao público, além de assistir às sessões do final de semana, é torcer para conseguirem mais patrocínio para seguirem com essa peça tão importante por mais tempo.

Serviço

Benjamin, o palhaço negro

Onde: Espaço Tápias (Av. Armando Lombardi, 175 – 2º andar – Barra da Tijuca).

Quando: 27 e 28 de maio (sábado e domingo), às 20h.

Idealização e produção: Isaac Belfort

Direção geral e músicas: Tauã Delmiro

Direção musical e músicas: Peterson Ferreira

Coreografia: Marcelo Vittória

Design de luz: JP Meirelles

Design de som: Breno Lobo

Direção residente: Manu Hashimoto

Direção de produção: Sami Fellipe

Coprodução: Produtora Alada

Realização: Belfort Produções e Teçá – Arte e Cultura

Crédito da foto: Paulo Henrique Aragon

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