A madrugada de 1938, na qual Lampião é morto em emboscada, deixa os remanescentes do bando revoltados. Cheios de fúria, eles decidem partir para uma vingança alucinada. Chefiados por Lua Nova e sua companheira Jurema, o grupo leva muito ouro, pedras preciosas e dinheiro. A riqueza encoraja a reação, mas uma volante policial parte em perseguição implacável.
Este é o mote de Revoada, longa de José Umberto Dias, que entra em cartaz no dia 15 de agosto de 2024 em todo o Brasil. A saber, o longa terá pré-estreia em São Paulo (SP), no dia 8 de agosto. O elenco traz não apenas Jackson Costa e Annalu Tavares, como também Nelito Reis e Aldri Anunciação. O filme recebeu os troféus Cacto de Ouro nas categorias melhor atriz (Annalu), figurino (Zuarte Júnior) e maquiagem (Wilson D’Argolo) no 10º Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões em Floriano (PI).
Enredo
Ao abordar a reação desesperada e vingativa de integrantes do bando de cangaceiros em reação à morte do líder Lampião, o filme promove uma espécie de grand-finale do cangaço. Ao mesmo tempo, permite o resgate da cinematografia nacional que se debruçou sobre o tema. Assim, passou a ser identificado pelo termo “Nordestern”, numa analogia com o western (ou faroeste) norte-americano.
Após o sucesso nos cinemas de 1798: Revolta dos Búzios, de Antonio Olavo, o projeto Distribuição Longas Bahia, produzido pelo também cineasta Vítor Rocha, da Abará Filmes, e coordenado por Walter Lima, da VPC Cinemavídeo, leva Revoada às salas de exibição de todo o país.
A saber, para o diretor e roteirista José Umberto, “o cangaceiro Lampião está para o Brasil como o samurai Musashi se manifesta para o Japão, o cowboy Billy the Kid para os EUA, o perito em artes marciais Wu Sun para a velha China e as aventuras de capa-espada do salteador Robin Hood para a Grã-Bretanha”.
José Umberto Dias
Graduado em ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia, José Umberto Dias ou, simplesmente, Zé Umberto, começou sua história como cineasta num curso de iniciação cinematográfica ministrado pelo Grupo Experimental de Cinema daquela universidade, em 1968.
O sociólogo se formaria em 1971, mas não deixou mais o cinema. Desde então vem atuando na cena cinematográfica da Bahia, dirigindo, fotografando, roteirizando e montando. Seu primeiro longa de ficção, O Anjo Negro, é de 1972. Ele coordenou a Divisão de Imagem e Som da Fundação Cultural do Estado da Bahia, entre 1976 e 1977.
De 1980 a 1990, realizou documentários para a TVE-Bahia. O longa Revoada, fruto de pesquisas acerca do cangaço, sucede Musa do Cangaço, de 1982, em 35 mm, e Dada, de 2001, um videoclipe. José Umberto Dias é também crítico de cinema, ensaísta, ator, roteirista, escritor, dramaturgo e poeta.
Sinopse
Um grupo de cangaceiros, composto por duas mulheres e oito homens, sente a morte de Lampião. Os cangaceiros ficam desnorteados e não sabem como agir e nem como lidar com a situação. Estão num impasse entre se entregar ou buscar vingança. A polícia e a angústia os persegue pelo interior do nordeste.
Ficha Técnica
Revoada
Brasil | 2008 | 85 min. | Ação
Direção e roteiro: José Umberto Dias
Elenco: Jackson Costa, Annalu Tavares, Edlo Mendes, Nelito Reis, Aldri Anunciação, Gil Teixeira, Caio Rodrigo, Nayara Homem, Bernardo D’El Rey, Sérgio Telles, Christiane Veigga e Carlos Betão
Produção Executiva: Walter Webb
Direção de Fotografia: Mush Emmons
Som direto: José Melito
Música: João Omar
Montagem: Bau Carvalho, Severino Dadá, André Sampaio
Direção de Arte: Zuarte Júnior
Produção de Finalização: José Walter Lima
Pós-produção de Imagem: Cinecolor Digital, Samanta do Amaral
Pós-Produção de Áudio: Estúdio BASE, Eduardo Joffily Ayrosa
Produção: VPC Cinemavideo
Distribuição: Abará Filmes
POR FIM, LEIA MAIS:
Crítica: ‘Deadpool & Wolverine’ é uma boa comédia de ação
Crítica | ‘Greice’ agrada, mas poderia ser mais
A flor do buriti – Filme narra a resistência dos povos Krahôs