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Cultura

Frida Kahlo, A Deusa Tehuana surge no Teatro Maison de France

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Frida Kahlo virou peça de teatro

A peça Frida Kahlo, A Deusa Tehuana terá apresentações agora em janeiro até fevereiro de 2020 no Teatro Maison de France. Aliás, o texto é o elemento fundamental do espetáculo e foi resultado de muita pesquisa de Rose Germano e Luiz Antônio Rocha. Tal pesquisa incluiu visitas ao México, inclusive a casa de Frida Kahlo, e também ao Museu Dolores Olmedo Patiño, que conta com a maior coleção de obras da artista. Estudaram ainda várias biografias, o diário da pintora e receitas médicas. Na peça estão presentes os problemas com tabagismo, alcoolismo, angústia, amor, desprezo, as dores e agruras vividas por ela.

Quem foi Frida Kahlo?

Frida Kahlo (1907-1954) foi uma pintora mexicana famosa por seus autorretratos dotados de inspiração surrealista e por suas fotografias. Frida Kahlo, em verdade, foi nome artístico escolhido por Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón. A artista nasceu na vila de Coyoacán, no México, no dia 6 de julho de 1907. Aliás, era filha de pai alemão e mãe espanhola e desde muito jovem tinha uma saúde delicada. A saber, com seis anos de idade contraiu uma poliomielite que acabou lhe deixando uma sequela no pé. Posteriormente, aos 18 anos, sofreu um grave acidente de ônibus e ficou por longo tempo no hospital.

Entretanto, mesmo sofrendo de depressão e sem poder andar, Frida começou a pintar sua imagem, com um espelho pendurado na sua frente e um cavalete adaptado para que conseguisse pintar deitada. Logo, a primeira pintura foi “Autorretrato em um Vestido de Veludo”, dedicado a Alejandro Gómez Arias, seu ex-noivo.

Porém, assim que ficou recuperada, Frida iniciou os estudos em desenho e modelagem na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México. Em seguida, no ano de 1928, filiou-se ao Partido Comunista Mexicano, onde conheceu Diego Rivera, pintor do “Muralismo Mexicano”, com quem se casaria.

Frida Kahlo
Autorretrato com um vestido de veludo (1926)
Símbolo Feminista

Afinal, Frida Kahlo lecionou artes na Escola Nacional de Pintura e Escultura, na Cidade do México. Foi uma defensora dos direitos das mulheres, tornando-se um símbolo do feminismo que perdura. Todavia, em agosto de 1953, Frida teve uma perna amputada na altura do joelho devido a uma gangrena, o que lhe deixou extremamente mal.

Por fim, sofrendo mais uma vez de depressão, viveu seus últimos anos na Casa Azul, no México, local que, em 1958, passou a abrigar um museu em homenagem à pintora. Frida Kahlo veio a falecer em Coyoacán, no México, no dia 13 de julho de 1954. Contudo, sua face, suas pinturas, sua força, estampam o mundo contemporâneo e servem de exemplo e inspiração.

Serviço:

Frida Kahlo – A Deusa Tehuana
Local: Teatro Maison de France

Temporada: 17 de janeiro a 16 de fevereiro

Endereço: Av. Pres. Antônio Carlos, 58 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Telefone: 2544-2533
Dias e horários: Sexta a domingo, às 19h.
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Lotação: 355 pessoas
Duração: 1h
Classificação indicativa: 16 anos
Funcionamento da bilheteria: De terça a domingo, a partir das 14h.

peça frida kahlo
(divulgação do espetáculo)
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Ficha técnica:

Texto: Luiz Antonio Rocha e Rose Germano
Direção: Luiz Antonio Rocha
Elenco: Rose Germano
Músico: Eduardo Torres
Iluminação: Aurélio de Simoni
Operador de Luz e Som: Alexandre Holcim
Cenário, Figurinos e Direção de Arte: Eduardo Albini
Trilha Sonora: Marcio Tinoco
Direção de Movimento: Norberto Presta
Fotos: Renato Mangolin e Carlos Cabéra
Direção de Produção: Sandro Rabello
Realização: Diga Sim! Produções 

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Crítica

Benjamin, o palhaço negro | Uma homenagem ao primeiro palhaço negro do Brasil

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Parece até piada que notícias como a do racismo sofrido pelo jogador de futebol Vini Jr. ou um aplicativo que simula a escravidão tenham saído enquanto “Benjamin, o palhaço negro” está em cartaz. Infelizmente não é. Assim como não é piada e nunca deveria ser considerada como uma as coisas que um certo “humorista” disse no vídeo que, com razão, foi obrigado a ser retirado do ar. Infelizmente, a luta contra o racismo continua, desde a época em que Benjamin de Oliveira viveu, de 1870 a1954. Cem anos e as atitudes dos racistas continuam iguais! É um absurdo!

Mas sabe o que mudou? O combate. Como fica bem óbvio no texto do musical, agora não se sofre mais calado. Agora há luta. Agora há regras, há leis, os racistas não vão fazer o que querem e ficar por isso. As pessoas pretas vão exigir o seu lugar de direito e o respeito de todos. Já está mais do que na hora, né?

Mas estou me adiantando para o final da peça. Vamos voltar ao começo.

Quem foi Benjamin de Oliveira?

Benjamin de Oliveira foi o primeiro palhaço negro do Brasil, em uma época em que pessoas pretas não eram aceitas ou bem-recebidas no mundo do entretenimento (e no mundo como um todo, sejamos sinceros). Além disso, ele foi o idealizador e criador do primeiro circo-teatro. Mas por que, então, não conhecemos a história dele?

Por que vocês acham?

Como os atores dizem no início do musical idealizado por Isaac Belfort, a história do circo foi embranquecida, assim como todas as histórias que aprendemos. A peça vem, portanto, para contar a história verdadeira e colocar luz em cima de quem deveria, desde sempre, ter ganhado os louros de sua invenção. Em um espetáculo intenso, sensível e moderno, o público aprende sobre quem foi Benjamin e, também, a valorizar os artistas negros atuais e da nossa história. Mostrando, assim, pra quem tinha dúvidas, quanta gente preta de talento existe e sempre existiu. Só falta, como disse Viola Davis, oportunidade.

O espetáculo

No palco, cinco atores. Eles se revezam para interpretar Benjamin, uma sacada ótima. Uma sacada que faz todo mundo querer se colocar no lugar daquele personagem. Uma sacada que faz qualquer um não conseguir não se colocar no lugar daquele personagem. E sentir todas as dores que ele sentiu. Para pessoas brancas, como a jornalista que vos fala, que nunca vão saber o que é sofrer o racismo na pele, é um toque certeiro pra empatia. Mesmo que forçada, aos que até hoje tentam ignorar esse mal da nossa sociedade. É necessário.

Outra sacada ótima foram os toques de modernidade ao longo de todo o roteiro, muito bem escrito. Colocar personagens da época de Benjamin agindo como os jovens tiktokeiros e twitteiros de hoje foi primordial pra facilitar a identificação. Mesmo para quem não conseguiria fazer a paridade entre a época outrora e os tempos atuais, o roteiro faz questão de não deixar dúvidas. E fica impossível não reconhecer algumas das personagens mostradas no palco. O espectador vai, na hora, conseguir lembrar de alguém que já conheceu ou viu passar pela internet. Ou vai pensar em si mesmo. E é aí que mora a chave do sucesso da peça: porque o reconhecimento traz a mudança (ou assim se espera).

Um elenco de se tirar o chapéu

Os cinco atores – Caio Nery, Elis Loureiro, Igor Barros, Isaac Belfort e Sara Chaves – sabem muito bem o que estão fazendo. Dão show em cima do palco. Cantam, atuam e se movimentam de forma emocionante. A cenografia ajuda, claro. Assim como a iluminação. E a coreografia. O espetáculo é apresentado em um espaço pequeno, que ajuda ao espectador se sentir dentro da peça. E a força com que cada elemento está em cena – atuação, música, iluminação, cenário – torna difícil não sentir cada cena como se estivesse acontecendo com si mesmo.

Preciso, porém, destacar dois dos atores: Caio Nery e Sara Chaves. Todos em cena estão visivelmente entregando tudo e fazem um espetáculo lindo de se ver. Mas Caio e Sara sobressaem. Destacam-se por ser possível enxergar a emoção por trás dos personagens, e deixarem a peça ainda mais forte e bonita. São dois jovens atores de 20 e poucos anos que, com certeza, ainda vão longe!

Curtíssima temporada

Se você se interessou em assistir “Benjamin, o palhaço negro”, corre! O espetáculo ficará em cartaz somente até o dia 28 de maio, esse domingo. Como mencionado anteriormente, o espaço é pequeno, portanto os ingressos esgotam rápido. Essa não é a primeira vez que o musical fica em cartaz no Rio de Janeiro. Ano passado teve sessão única em novembro e uma curta estadia em São Paulo. Isso porque é uma peça independente. O que resta ao público, além de assistir às sessões do final de semana, é torcer para conseguirem mais patrocínio para seguirem com essa peça tão importante por mais tempo.

Serviço

Benjamin, o palhaço negro

Onde: Espaço Tápias (Av. Armando Lombardi, 175 – 2º andar – Barra da Tijuca).

Quando: 27 e 28 de maio (sábado e domingo), às 20h.

Idealização e produção: Isaac Belfort

Direção geral e músicas: Tauã Delmiro

Direção musical e músicas: Peterson Ferreira

Coreografia: Marcelo Vittória

Design de luz: JP Meirelles

Design de som: Breno Lobo

Direção residente: Manu Hashimoto

Direção de produção: Sami Fellipe

Coprodução: Produtora Alada

Realização: Belfort Produções e Teçá – Arte e Cultura

Crédito da foto: Paulo Henrique Aragon

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