Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e termos de uso.
Aceito
Vivente AndanteVivente AndanteVivente Andante
  • Cinema
  • Música
  • Literatura
  • Cultura
  • Turismo
Font ResizerAa
Vivente AndanteVivente Andante
Font ResizerAa
Buscar
  • Cinema
  • Música
  • Literatura
  • Cultura
  • Turismo
tô ryca 2
CinemaCrítica

Tô Ryca! 2 | Samanta Schmütz dá show, mas filme é a celebração do estereótipo

Por
Felipe Novoa
Última Atualização 30 de março de 2023
5 Min Leitura
Share
divulgação tô ryca 2
SHARE

“Tô Ryca! 2” é a celebração do estereótipo. A partir de um argumento reescreve “Até que a Sorte nos Separe 2” e “Até que a Sorte nos Separe 3”. Vemos a popular Selminha, Samanta Schmütz, caindo de volta na pobreza. Uma mulher com o mesmo nome, vivida por Evelyn Castro, aparece exigindo que toda a fortuna seja transferida para ela. No meio dessa treta toda, Selminha perde o namorado, a casa, o acesso à fortuna e tem que se acostumar novamente com a vida periférica vivendo de favor na casa da amiga.

Motivação, ou a falta dela

Infelizmente, “Tô Ryca! 2” é um filme que não faz muito sentido. O conflito do filme está claro no como ele ocorre, mas a motivação dos personagens, principalmente do advogado da Selminha, que não chega a explicar o motivo do seu golpe, está mais do que nebulosa. Além disso, essa aparente falta de intento se espalha para a forma como o diretor Pedro Antonio desenvolve a história. Os acontecimentos se seguem em forma de esquete, pouco conectados com o humor escrachado da protagonista.

Com uma atriz menos engraçada como estrela, “Tô Ryca! 2” seria completamente inassistível. As trapalhadas de Schmütz são constantes, e em alguns momentos realmente criminosas, o que nos leva a considerar que raio de pessoa ela se tornou quando recebeu a fortuna do parente distante. Com certeza, as tentativas sucessivas de homicídio são bizarras demais para ignorar apenas como outra esquete.

Além disso, observa-se uma caracterização estereotípica não só dos personagens pobres, mas também dos ricos. Faz sentido brincar com clichês numa comédia, mas isso faz com que “Tô Ryca! 2” fique mecânico e batido. Mesmo com o bom humor prevalecendo, falta um maior cuidado nas caracterizações, que são frequentemente bidimensionais.

A falta de senso

Além disso tudo, existe uma forçação de barra com a diversidade. Essa frase por si só é polêmica e errada, mas em “Tô Ryca! 2”, o diretor usa personagens LGBTQI+ e drag queens como tokens de diversidade. Em nenhum momento essas personagens são relevantes ou úteis ao plot além de servirem como a imagem de minorias no cinema. É importantíssimo ter representação no cinema nacional, mas não assim, não de forma gratuita e esvaziada da sua importância.

Não só com essa representação que “Tô Ryca! 2” peca. Como um todo, estamos no que parece ser o final de uma era de comédias “povão” que usam do subúrbio carioca como palco. O humorista Paulo Gustavo foi um dos campeões dessa geração de filmes, e com ele, vimos uma glorificação de um estilo de vida precário que é fetichizado para a massa classe média asséptica que vai ao cinema no shopping e compra pipoca cara.

Existe um desconforto palpável na imagem caricata do pobre na telona. Da kombi saindo da lotada, passando pela feijoada das escolas de samba até a clássica destruição com as chuvas de verão, todo o filme acompanha e faz troça do que é dia a dia de milhões de cariocas e brasileiros. Mesmo com várias piadinhas liberais que brincam com pensamentos socialistas e igualitários, no fim “Tô Ryca! 2” é uma piada com a cara das massas.

Finalização e finalmentes

Finalmente, “Tô Ryca! 2” não tem fim. O filme tem uma pseudofinalização que mais parece ser uma desculpa para Maiara e Maraisa darem um showzinho. Por mais que seja interessante para os fãs de sertanejo comercial, o filme realmente não acaba. Uma frase é dita, lágrimas correm e tudo acaba em festa, sem uma resolução franca nem uma catarse. Assim, fica difícil levar a sério um filme que parece ter sido gravado e escrito de forma corrida, por uma equipe que não compreende ou respeita a vida suburbana.

Aliás, se liga no trailer:

Ademais, veja mais

100 anos da Semana de Arte Moderna | Livro analisa reportagens com os principais escritores da época

Spencer | Crítica

O romantismo de Fer & Ju no single ‘Mapa Astral’

Tags:cinema brasileirocrítica tô ryca 2samanta schmütz
Compartilhe este artigo
Facebook Copie o Link Print
Felipe Novoa's avatar
PorFelipe Novoa
Follow:
Crítico/fotógrafo. Atualmente focando na graduação em jornalismo e escrevendo muito.
1 comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gravatar profile

Vem Conhecer o Vivente!

1.7kSeguidoresMe Siga!

Leia Também no Vivente

Seinfeld 23 hours to kill tem gosto de nostalgia
CríticaLiteratura e HQNotíciasSéries

‘Jerry Seinfeld 23 Hours to Kill’ tem gosto de nostalgia | Netflix

Alvaro Tallarico
4 Min Leitura
crítica Cesária Évora filme
CríticaCinemaMúsicaNotícias

Crítica | ‘Cesária Évora’ evoca a saudade no Festival do Rio

Alvaro Tallarico
4 Min Leitura
Mostra Bruce Lee
CinemaNotícias

Mostra Comemorativa Bruce Lee 50 Anos chega aos cinemas brasileiros

Redação
3 Min Leitura
logo
Todos os Direitos Reservados a Vivente Andante.
  • Política de Privacidade
Welcome Back!

Sign in to your account

Username or Email Address
Password

Lost your password?