Ao usar este site, você concorda com a Política de Privacidade e termos de uso.
Aceito
Vivente AndanteVivente AndanteVivente Andante
  • Cinema
  • Música
  • Literatura
  • Cultura
  • Turismo
Font ResizerAa
Vivente AndanteVivente Andante
Font ResizerAa
Buscar
  • Cinema
  • Música
  • Literatura
  • Cultura
  • Turismo
CinemaCrítica

Tudo o que você podia ser | Mistura perfeita entre ficção e realidade

Por
Livia Brazil
Última Atualização 20 de junho de 2024
7 Min Leitura
Share
SHARE
Tópicos
Direção naturalVivênciasSinopse oficialFicha TécnicaPOR FIM, LEIA MAIS:

Tudo o que você podia ser estreia hoje trazendo um amálgama entre ficção e realidade. As personagens do filme têm os mesmos nomes de quem as interpreta e, em alguns casos, quem interage com elas são pessoas reais. É assumidamente uma realidade-documentário ou um documentário-ficcional. E se torna ainda mais real quando se assiste ao filme e percebe-se que tudo o que se está vendo pode realmente acontecer. Todas as partes. As boas e as ruins.

Antes de tudo, no entanto, é preciso dizer que o roteiro, de Germano Melo, mescla elementos ficcionais e documentais para contar a história de quatro amigas em Belo Horizonte. Aisha está prestes a se mudar para São Paulo, Igui para Berlim, e as quatro se juntam para comemorar esse momento tão importante nas vidas das duas. É também, portanto, uma despedida de Aisha, já que ela vai embora no dia seguinte.

O roteiro bem-construído e uma direção no ponto de Ricardo Alves Jr. deixam claro a importância da amizade entre essas mulheres. Algo que é ainda mais essencial na vida de mulheres trans, que muitas vezes não recebem o apoio e o amor necessário dentro de sua família de sangue. Com isso, precisam formar uma nova família.

Direção natural

 Ricardo Alves Jr.
O diretor Ricardo Alves Jr. Foto: Leo Lara.

O interessante na direção de Ricardo Alves Jr. é que é muito natural. Parece que ele somente ligou a câmera e pediu para as mulheres interagirem. Sabemos que não foi assim, mas é esse direcionamento que dá a sensação documental ao filme: é muito próximo à realidade. A química existente entre Aisha Brunno, Bramma Bremmer, Igui Leal e Will Soares ajuda a parecer que o espectador é aquele vizinho fofoqueiro espiando a vida alheia acontecendo bem na sua frente. As quatro se integram e se completam de forma orgânica, o que torna o tempo em que passamos assistindo ao filme agradável e instigante.

A forma com que Ricardo e Germano escolheram ir pincelando aos poucos cada uma das personagens também dá o tempo certo para o espectador ir conhecendo no tempo certo cada uma delas e se simpatizando por cada uma. As partes mais negativas da vida de cada uma não são entregues também tão rapidamente. É de conhecimento público que a vida de uma pessoa trans não é fácil. O Brasil continua sendo o país que mais mata pessoas trans no mundo e sua expectativa de vida não passa dos 30 e poucos anos.

Por causa disso, muitos filmes escolhem se debruçar nas violências sofridas por elas, não apenas físicas, como também emocionais e psicológicas. Contudo, Tudo o que você podia ser não foca nessa parte da vida delas. Não deixa de mostrar, é claro, já que, infelizmente, é algo comum de acontecer. Mas o essencial que é mostrado é quão potente cada uma dessas personagens é, o quanto elas ainda vão viver e o quanto se amam.

Vivências

Acho que não posso deixar de falar a importância que é ter histórias de pessoas trans na tela do cinema. Pessoas que sempre foram relegadas às periferias da sociedade, que a sociedade muitas vezes nega direitos básicos. É mais importante ainda mostrá-las em suas potências e alegrias. Elas já sabem o quanto sofrem. Elas não precisam ser mais violentadas ainda vendo agressões na tela. É importante demais ter histórias como essa, onde elas somente são quem são e vivem suas vidas e são amadas. Com dores e felicidades, mas elas são. E ninguém pode tirar esse direito delas, de serem quem são.

Tudo o que você podia ser é um filme positivo. É um filme que mostra as personagens em suas essências e em suas vivências. Mostra o interno de cada uma delas, além do externo. E o poder de uma amizade. Não a toa recebeu Menção Honrosa no Prêmio Félix e o Troféu Redentor de melhor direção no Festival do Rio do ano passado, pois Ricardo Alves Jr. realmente fez um belíssimo trabalho. Não apenas ele, como também todos os envolvidos no projeto.

TUDO O QUE VOCÊ PODIA SER
Foto: Divulgação.

Sem contar que ainda tem a delícia do sotaque mineiro no filme inteiro, né, gente. Gostoso demais de ouvir!

Tudo o que você podia ser estreia hoje, 20 de junho, nos cinemas de diversas cidades do Brasil.

Sinopse oficial

Aisha está de partida e atravessa um dia especial na companhia das melhores amigas, Igui, Bramma e Willa. Entre risos e lágrimas, confissões e encontros afetuosos, é hora de celebrar até o limite, quando o nascer do sol se irradia sobre a beleza tocante e sincera dessa amizade. Borrando os limites entre o real e o ficcional, é um retrato autêntico da mais plena liberdade queer. Pelo olhar das personagens, viajamos pela experiência sensível, brilhante, de corpos dissidentes que nos tocam pelo reconhecimento do que nos torna melhores, humanos: o amor, os laços de amizade, a alegria de ser o que se é.

Por fim, fique com o trailer do filme:

Ficha Técnica

Tudo o que você podia ser

Brasil | 2024 | 73min. | Drama

Direção: Ricardo Alves Jr. 
Roteiro: Germano Melo
Elenco: Aisha Brunno, Bramma Bremmer, Igui Leal e Will Soares 
Participações Especiais: Docy Moreira, Renata Rocha e Sitaram Custódio
Direção de Fotografia: Ciro Thielmann 
Produção: Julia Alves 
Direção de Produção: Nina Bittencourt 
Direção de Arte: Luiza Palhares 
Figurino: Luiza Palhares e Luiz Dias 
Montagem: Lorena Ortiz 
Som Direto: Fabricio Lins 
Trilha Sonora: Barulhista
Canção-tema: Coral (a saber, a música “Tudo o que você podia ser”, de Milton Nascimento).

Produção: EntreFilmes e SANCHO&PUNTA

Distribuição: Sessão Vitrine Petrobrás

Pôster
Foto: Divulgação.

POR FIM, LEIA MAIS:

Mostra Quem Quer Queer tem segunda edição no Estação NET Botafogo
13 Sentimentos | O filme mais fofo do ano
A filha do palhaço – Um drama tocante sobre reconciliação

Tags:Cinemacinema brasileirocinema nacionalcomunidade transfilme lgbtlgbtmgminas gerais
Compartilhe este artigo
Facebook Copie o Link Print
Livia Brazil's avatar
PorLivia Brazil
Follow:
Escritora, autora dos livros Queria tanto, Coisas não ditas e O semitom das coisas, amante de cinema e de gatos (cachorros também, e também ratos, e todos os animais, na verdade), viciada em café.
Nenhum comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gravatar profile

Vem Conhecer o Vivente!

1.7kSeguidoresMe Siga!

Leia Também no Vivente

CinemaCríticaCultura

Missão: Alegria em tempos difíceis | Documentário para rir e se emocionar

Paola Bittencourt
4 Min Leitura
crítica a viúva das sombras
CinemaCrítica

A Viúva das Sombras | Crítica

Felipe Novoa
4 Min Leitura
psicologia filme closer perto demais
CinemaCrítica

‘Closer – Perto Demais’ aborda complexidades das relações amorosas

Caroline Teixeira
4 Min Leitura
logo
Todos os Direitos Reservados a Vivente Andante.
  • Política de Privacidade
Welcome Back!

Sign in to your account

Username or Email Address
Password

Lost your password?